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segunda-feira, 2 de julho de 2007

6 - Ministérios do Espírito Santo

Viriato Martins elaborou esta sebenta sobre as doutrinas do Espírito Santo e dividiu-a em onze capítulos:

1. O Derramamento do Espírito Santo

2. O Convencimento do Espírito Santo

3. O Baptismo do Espírito Santo

4. O Enchimento do Espírito Santo

5. Os Dons e milagres do Espírito Santo

6. Os Ministérios do Espírito Santo

7. A Unção do Espírito Santo

8. As Línguas ou Glossalia

9. A Cura Divina

10. Os Movimentos de Fé

11.O Reavivamento Divino

Vemos que nesta questão das doutrinas do Espírito Santo, vigora mais a tradição de cada Igreja do que um estudo baseado unicamente na Bíblia. E todos pensam que a sua tradição está certa, e a dos outros irmãos está errada!

Onde estamos a basear a nossa doutrina sobre o Espírito Santo, na Bíblia ou na nossa tradição?

Esta sebenta foi elaborada integralmente na base de textos bíblicos. Cerca de um terço da sebenta é constituída pela simples transcrição de textos bíblicos, expostos para apoiar os nossos pontos de vista.


Os Ministérios do Espírito Santo

I. O que são os ministérios da Igreja
A. Os ministérios são os cinco ofícios principais da Igreja
B. Os ministérios edificam os santos para o serviço
C. A Igreja – O Corpo Vivo de Cristo
D. A Unção está ligada à eleição/ministério dos cinco servos

I I. Os ministérios dos cinco servos
A. Apóstolo
B. Profeta
C. Evangelista
D. Pastor
E. Doutor (mestre)

I I I. Ministérios, dons e serviços.
A. A Igreja - o Corpo vivo de Cristo
B. A qualidades morais, sociais e espirituais dos ministros.
C. Ministérios, serviços e dons estão interligados. 
D. Há ministérios, dons e serviços que podem não estão listados


I. O que são os ministérios da Igreja

A. Os ministérios são os cinco ofícios principais da Igreja

Devemos ler em primeiro lugar o texto em Efésios para compreendermos bem o que são os ministérios:

Efésios 4:11 "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo",

Portanto Efésios 4:11 deixa bem claro que no sentido mais estreito da palavra, ministérios dizem respeito ao "ofício do Apóstolo, Profeta, Evangelista, Pastor e Doutor" e foram dados para formar e aperfeiçoar os santos afim de desempenharem os serviços na Igreja.

B. Os ministérios edificam os santos para o serviço

Os 5 ministérios do apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre, dados para a edificação do corpo de Cristo, preparam os santos para desempenharem diversos serviços que são, de certo modo, pequenos ministérios dentro da Igreja, como por exemplo: músico, vocalista, tesoureiro, diácono, diaconisa, monitor das crianças e jovens, líder de senhoras e muitos outros que fazem parte do vasto ministério da Igreja-

C. A Igreja – O Corpo Vivo de Cristo

É só quando todos os ministérios e todos os serviços estão em pleno funcionamento, que podemos chamar à Igreja – o corpo vivo de Cristo. A Igreja pode ser chamada o corpo vivo de Cristo na terra, quando todos os membros estão a desempenhar a sua função, seja um ministério, seja um serviço.

D. A Unção está ligada à eleição/ministério dos cinco servos

É muito importante deixar isto bem claro, para melhor compreendermos a operação do Espírito de Deus, que vem explicada na 7ª sebenta - a Unção do Espírito Santo:

"a Unção além de ter um significado geral, tem ainda um significado restrito, que diz respeito à Unção dos servos de Deus para o desempenho poderoso e eficiente dos seus ministérios".

Nenhum servo, especialmente os que desempenham um ministério de apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor, poderá desempenhar o seu trabalho com sucesso, sem ter sido eleito e ungido para tal fim, tal como eram ungidos os sacerdotes, profetas e reis do Antigo Testamento.

Um irmão pode desempenhar um ministério sem ter tido a Unção Sacerdotal, mas não terá os mesmos resultados, nem atingirá o mesmo nível de santidade, e o risco de abandonar o ministério será maior.


I I. Os ministérios dos 5 servos

Em primeiro lugar, devemos dizer que alguns pensam que o ministério apostólico e profético terminou completamente, depois destes servos de Deus terem lançado os fundamentos aonde assenta a Igreja de Cristo, o que inclui a formação completa do "canon sagrado" - a Bíblia.

No entanto, alguns pensam que os ministérios apostólico e profético continuam.


Mas, os que pensam que estes ministérios continuam deviam pelo menos ter em atenção o seguinte:


Eu penso que provavelmente estes dois ministérios já acabaram, mas os que pensam que estes dois ministérios continuamnão deviam defender a existência de apóstolos e profetas como houveram no início da igreja. 


O que quero dizer é que estes ministérios são essenciais para a edificação da Igreja de Cristo, pois foi o próprio Cristo que os deu para este fim. Estes ministério possuíam um valor de serviço para a igreja. Qual era o serviço prestado através destes dons? 


Apóstolos, no grego, significa mensageiro; enviado; delegado. 

Os apóstolos eram homens enviados para lançar os fundamentos dados por Jesus Cristo. Os fundamentos já foram lançados, a Bíblia já está completa, portanto, hoje não temos mais apóstolos com a autoridade dos tempos bíblicos.

Contudo acredito que ainda hoje ainda temos homens lançando os fundamentos para a plantação de uma nova igreja. Se quisermos chamar de 
apóstolos, no sentido do serviço prestado a Igreja de Cristo isto poderá ser aceitável. Ou seja, neste caso, estamos a falar de missionários.

Profetas, o ministério profético tinha um destaque notável na Igreja Primitiva. Cabia-lhe a função especial, através do Espírito Santo, de edificar, exortar e consolar (1 Co 14.3). Não significa apenas pregar ou ensinar a Palavra de Deus, mas a missão de receber diretamente do Espírito Santo, pelo dom da profecia, a habilidade de transmitir a Palavra do Senhor. 

A característica do exercício profético marcado pelo edificar, exortar e consolar não era propriamente o de ensinar a Palavra, mas de apontar erros, direções e novos caminhos em nome do Senhor Jesus.

Mas, o ministério profético como era no início da igreja, assim como o dos apóstolos, terminaram, já não precisam de estar mais presentes, uma vez que a Bíblia é a revelação máxima de Deus para os homens. O que Deus queria revelar já foi revelado.

Se quisermos chmar a um pregador dos nossos tempos um profeta, porque tem sobre ele uma unção especial de Deus, para apontar certos erros, avisar e indicar certos caminhos para a Igreja de Deus e para a sociedades, baseando-se no que está escrito, isto a poderá ser aceitável, mas não mais do que isso. 

Vejamos então de uma forma muito sucinta a função de cada um destes servos, eleitos e ungidos por Deus.

A. O Apóstolo

Sem dúvidas que Cristo é o grande apóstolo da Bíblia, pois continua sendo o maior exemplo de uma pessoa “enviada”.

Hebreus 3:1 "Pelo que irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão".

João 2:21 "Assim como Pai me enviou, também eu vos envio a vós".

O verdadeiro apóstolo não é só aquele que vai, mas sim aquele que é enviado. Mas não é um simples homem de recados, mas sim um servo de Deus revestido de poder para poder desempenhar uma missão muito digna e deveras difícil. Não admira que seja o primeiro ministério salientado em Efésios 4.

Efésios 4:11 "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres",

I Coríntios 12:28 "A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos;"

O apóstolo é enviado por Cristo, assim como Cristo foi enviado pelo Pai. Ele é revestido de autoridade, poder, graça e amor para poder desempenhar esta tarefa caracterizada por muitas privações, provações e sofrimento.

Quando falamos em apóstolos temos que salientar cinco aspectos muito importantes. 

O primeiro é a obra do Apóstolo. 
O segundo é o sentimento e a dívida do Apóstolo.
O terceiro é a autoridade do apóstolo.
O quarto é o Apóstolo não é maior, mas a sua obra é maior.
O quinto é o Apóstolo recebe revelação divina.
O sexto é os sinais milagres e maravilhas ligados do Apóstolo.
O sétimo é o sofrimento, perseguições e as aflições do Apóstolo.


1. A obra do apóstolo

Acima de tudo a obra dos apóstolos é lançar os fundamentos. Neste aspecto, os 12 apóstolos de Cristo puseram os fundamentos da Igreja, pois foram os pioneiros e os primeiros pregadores do Evangelho.

Era um ministério que naquele tempo - e em parte ainda em nossos tempos - exigia que o apóstolo reunisse num homem os outros ministérios e também fosse revestido de diversos dons.

Este ministério era - e é ainda hoje - o ministério de estabelecer Igrejas, muitas vezes chamado de plantador de Igrejas. Além disto a obra apostólica incluía também a finalização do cânon divino, com a escrita do Novo Testamento debaixo de inspiração Divina.

I Coríntios 3:10 "Segundo a graça que me foi dada, pus eu, como sábio arquitecto, o fundamento, e outro edifica sobre ele;"

Efésios 2:20 "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina."

A grande discussão é saber se há apóstolos hoje?

A resposta é, não há apóstolos hoje, no sentido de apóstolo de Cristo, que foram os pioneiros do Evangelho e que colocaram os fundamentos da Igreja, participando na finalização da revelação escrita de Deus.

Portanto, todo o Corpo de Cristo, em todas as gerações, e em todos os lugares, é edificado sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas. Portanto, neste aspecto eles são únicos.

Mas, existe ainda hoje o ofício de apóstolo? Muitas hesitam em responder, mas a resposta é clara:


a. O ministério do apóstolo continua na era da Igreja primitiva

Os apóstolos da Igreja progressiva, além dos 12 apóstolos de Cristo, não puseram o fundamento da Igreja, sobre o qual somos edificados. 

Vemos que no tempo dos 12 apóstolos, havia alguns servos de Deus que foram chamados de apóstolos, sem pertencerem aos 12 apóstolos de Cristo. Eram apóstolos enviados pelas Igrejas. Barnabé e Tiago irmão do Senhor, receberam o título de apóstolo. Havia outros apóstolos, como Andrônico e Júnias.


Eles tiveram um ministério missionário ajudando os 12 Apóstolos a espalhar o Evangelho nos tempos da Igreja primitiva e de vez me quando receberam algum poder e revelação sobrenatural de Deus em algumas situações.

Actos 14:14 Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando,

Gálatas 1:19 e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor.

Romanos 16:7 Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são notáveis entre os apóstolos e estavam em Cristo antes de mim.

Mas será que este ministério continua para além da Igreja primitiva.

Eu penso que não. Eu acho que o ministério do Apóstolo, sejam os 12, sejam os outros,  que era pôr o fundamento e formar as primeiras Igrejas terminou com a morte deles.

Mas algumas posições dizem que o ministério apostólico continua com o trabalho dos missionários que vieram depois da Igreja primitiva.

Fica a pergunta: o que é melhor e mais bíblico chamar a um missionário:

Um Apóstolo da Igreja?

Ou um Evangelista transcultural? Evangelista que atravessa as suas fronteiras nacionais.

Eu preferia chamar ao missionário - Evangelista transcultural o que atravessa as suas fronteiras nacionais ou se o evangelista que se envolve em missões transculturais.

Porque gostaria de manter a Teologia de que o Apóstolo, sejam os 12, sejam os que viveram nos tempos da Igreja Primitiva, tiveram a missão de escrever as Escrituras Sagradas e iniciar a Igreja de Cristo na terra e quando eles cessaram, cessou este ministério.


b. Temos que distinguir entre o apóstolo de Cristo e o da Igreja

Ma se quisermos manter a Teologia de que o missionário é um Apóstolo da Igreja a seguir ao final da Igreja primitiva, deviamos ter em conta o seguinte:

Há que distinguir o ministério do apóstolo de Cristo e do apóstolo da Igreja. Embora sejam ambos mensageiros e pioneiros, há diferença entre a obra, a autoridade e os sinais e sofrimento que acompanharam os seus ministérios.

c. A missão do apóstolo de Cristo

O apóstolo de Cristo tinha por missão colocar os fundamentos da doutrina cristã e estabelecer a Igreja de Cristo na terra.

Dentro desta missão eles escreveram, debaixo da inspiração divina, o Novo Testamento. Depois disto, as escrituras foram seladas e não se pode acrescentar ou tirar nada da mesma.

Além disso, para poderem desempenhar a sua missão, o ministério deles foi acompanhado por sinais, prodígios e maravailhas eclusivos e únicos. É um grande erro pretender que os apóstolos da Igreja têm a mesma autoridade para fazer os sinais, prodígios e maravilhas que fizeram os Apóstlos de Cristo.

Este erro tem aberto a porta para grandes heresias nos nossos dias. Alguns até pretendem que os Apóstolos da Igreja farão maiores obra do que Cristo, só que nunca vimos isto em toda a história da Igreja. As doutrinas restauracionistas dizem que isto irá acontecer no futuro, mas eu não acredito.

Posso sim acreditar que iremos ter ainda assitir a grande reavivamentos e que muitos Apóstolos da Igreja, que para mim afinal são missionários, levantar-se-ão para levar o Evangelho até aos confins da terra, mas não acredito que farão os mesmo sinais que os Apósotlos de Cristo e muito menos que os sinais que Jesus fez.


d. A missão do apóstolo da Igreja

Os apóstolos da Igreja, por sua vez, têm por missão propagar os fundamentos colocados pelos apóstolos de Cristo, sendo enviados para plantar Igrejas segundo o modelo e a doutrina apostólica, em locais aonde o evangelho não foi pregado.

Nesta questão da obra dos apóstolos, um aspecto importante a salientar é que muitas vezes os apóstolos – e os profetas e evangelistas - funcionam como pastores, numa etapa pioneira da formação das igrejas, em que ainda não há pastores estabelecidos.

Timóteo e Tito, formados por Paulo, a quem escreveu as epístolas pastorais, tiveram a função de estabelecer pastores nas Igrejas.

II Timóteo 2:2 "E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idóneos para instruir a outros".

Tito 1:5 "Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi:


2. O apóstolo é um devedor

Romanos 1:14 Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes;

II Coríntios 12:15 Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amado?

O apóstolo tem um chamado para ser um devedor, não um credor. Ele é chamado para dar, não para receber.

O apóstolo deixa-se gastar pelo Evangelho, mesmo em situações em que é incompreendido e acusado injustamente.

Alguém pode desempenhar a função de pastor, doutor, profeta e evangelista, sem ter chamado.

Quantos não desempenham estas funções, simplesmente por avareza e orgulho, engordando da gordura das ovelhas, e regendo-as com uma autoridade de ferro!

É que embora estas funções sejam árduas para quem as desempenhar honestamente, são funções que dão uma certa proeminência aos que as ocupam e podem colocá-los numa posição de orgulho e de avareza, numa posição de credor.

Mas, o apóstolo, raramente fica numa posição de credor, em que se pode deixar encher de orgulho e da avareza, pois, é um ministério de sofrimento, luta, renúncia, frustração e privação do bem estar e de comodismo.

O apostolado é um ministério devedor, não credor. Não pode ser fingido, ter segundo intenções, por alguém que quer engrandecer. É só para quem tem mesmo o chamado, para quem esteja disposto a dar, pois não irá receber nada em troca.


3. Sobre a autoridade apostólica

É um ponto muito importante que deve ser esclarecido por causa da confusão que tem causado no meio das Igrejas.

É impossível falar da obra dos apóstolos sem falar da sua autoridade apostólica.

Ao falar da autoridade apostólica dos 12 apóstolos, e consequentemente dos apóstolos da Igreja, não queremos cair no erro de elevar de tal forma esta autoridade que deitamos abaixo a autoridade dos demais servos de Deus.

Mas devemos salientar a autoridade apostólica, porque o reconhecimento da autoridade apostólica por parte das Igrejas, tornar-se-á uma bênção e verão novos trabalhos e Igrejas surgirem, resultantes dos ministérios dos apóstolos da Igreja.

No que diz respeito aos 11 Apóstolos de Cristo, muitos querendo diminuir esta autoridade, para dizer que nós, os Apóstolos da Igreja têm tanta autoridade como a deles, dizem o seguinte:

Que Paulo não fez parte dos 11 Apóstolos de Cristo e teve tanta ou mais autoridade do que eles. Dizem que houve outros além dos 11 chamados apóstolos, tomando Barnabé como exemplo. Além disso, dizem que alguns livros inspirados da Bíblia foram escritos por discípulos que não faziam parte dos 12 Apóstolos de Cristo.

"No fundo, querem com isto pretender, que há ainda hoje apóstolos que têm a mesma autoridade dos 11 apóstolos de Cristo e de Paulo que era também um Apóstolo enviado por Cristo, assim como aqueles Apóstolos enviados pelas Igrejas, como Barnabé e outros, que viveram e compartilharam a missão Apostólica dos 11 mais Paulo".

Não vale a pena criar tanta confusão!


a. A autoridade dos apóstolos de Cristo é absoluta

Os textos referidos de I Coríntios e Efésios revelam que a Igreja de Cristo está fundada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas utilizados por Deus para a inspiração das escrituras sagradas:

I Coríntios 3:10 "Segundo a graça que me foi dada, pus eu, como sábio arquitecto, o fundamento, e outro edifica sobre ele;"

Efésios 2:20 "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina."

Se houve discípulos que não pertencendo aos 12 apóstolos (Paulo incluído), e participaram na obra de escrever as escrituras pois compartilharam esta missão com eles, isto não retira a autoridade apostólica dos 12 apóstolos de Jesus Cristo.

Isto não nos dá também o direito de dizer que qualquer pessoa pode ter essa autoridade ainda hoje. Há muitos que pretendem ter a mesma autoridade que os 12 apóstolos de Cristo, mas não têm.

Infelizmente, existem Igrejas cristãs – e seitas – que pretendem que os seus apóstolos, ou o seu apóstolo, são os únicos, ou têm a mesma autoridade que os apóstolos de Cristo.

A autoridade apostólica dos 12 e a autoridade profética dos profetas do A.T. é exclusiva e única, mesmo que tenham sido ajudados por alguns companheiros que viveram com eles e foram utilizados por Deus para esta finalidade. Os sinais, prodígios e maravilhas que acompanharam a missão deles é também única.

Aliás, para respeitar os textos acima citados em I Coríntios e Efésios, nós teremos que conceder a mesma autoridade aos discípulos que ajudaram os apóstolos de Cristo, especialmente aqueles que participaram na escrita do canôn sagrado.

Paulo, não sendo forçosamente um apóstolo de Cristo, como Pedro ou João, mas tornado Apóstolo pelo chamado directo de Cristo requer para si autoridade única.

I Coríntios 3:10 "Segundo a graça que me foi dada, pus eu, como sábio arquitecto, o fundamento, e outro edifica sobre ele;"

Paulo, intitula-se Apóstolo de Cristo e de Apóstolo dos Gentios.

I Coríntios 1:1 Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo).

Romanos 11:13 Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,

Há uma autoridade apostólica única, concedida aos 12 apóstolos de Cristo e parcialmente aos companheiros que foram escolhidos para ajudá-los, que lhes deu o direito de escrever o Novo Testamento, colocar o fundamento da Igreja e iniciar a Igreja de Cristo na terra.

Isto não rebaixa os apóstolos da Igreja que se seguiram a esses apóstolos primitivos, nem lhes retira a sua autoridade.

Antes, protege-os de apóstolos que dizem ter uma autoridade especial e dizem ter uma nova revelação de Deus. Os verdadeiros apóstolos de hoje, baseiam-se única e exclusivamente na autoridade dos apóstolos de Cristo e dos profetas do A.T. que compuseram as escrituras sagrados, debaixo de inspiração divina.

Depois de fazer referência há autoridade única e absoluta dos apóstolos de Cristo, podemos dizer que esta autoridade é passada para os apóstolos da Igreja, embora de forma relativa.


b. A autoridade dos apóstolos da Igreja é relativa

Não podemos esquecer que os apóstolos da Igreja são os enviados e os pioneiros que dão início aos ministérios existentes na terra. De certo modo, são eles que iniciam e colocam o fundamento desses ministérios na terra.

Isto confere-lhes uma autoridade que deve ser respeitada pelos seus seguidores, não de uma maneira cega como se o que eles dizem é cânon sagrado, mas com respeito pelo trabalho que estabeleceram e ainda hoje estabelecem.

Além disso, os apóstolos da Igreja são responsáveis para passar essa autoridade aos que vão assumir o apostolado, e assim continuar o ministério apostólico. Um dos problemas nas Igrejas é a falta de extensão do ministério apostólico.

O ministério apostólico é único e distinto em sim mesmo, nunca pode terminar, nem ser assumido por outros ofícios.

Muitas das igrejas e organizações que nascem do trabalho e da visão de apóstolos, perdem a visão apostólica, e não formam novos apóstolos para darem sucessão a este ministério apostólico. E por terem perdido a visão apostólica, não enviam outros apóstolos para darem início a novos trabalhos e plantarem novas Igrejas.

Podemos afirmar, que as Igrejas e organizações que não dão sucessão ao ministério apostólico, acabam por ficarem atrofiadas e morrerem, muitas vezes.

"O Ministério apostólico está muito ligado ao ministério do missionário e das missões".

Por isto, as Igrejas devem formar departamentos ou conselhos missionários geridos por apóstolos que tenham autoridade e liberdade para desenvolver o trabalho missionário no seu país e pelo mundo fora, em cumprimento da Grande Comissão de Cristo.

Sem departamentos, conselhos e sociedades missionárias, liderados por servos que tenham o dom de apóstolo, o mundo ainda não alcançado, dificilmente será ganho para Cristo.

A obra e autoridade dos apóstolos da Igreja deve ser reconhecida pelos pastores e doutores, e não rejeitado por estes.

Há muitos apóstolos que deram início a novas obras e até a grandes sociedades missionárias, mas que iniciaram o trabalho sem nunca terem tido a aprovação dos pastores e mestres da sua Igreja ou da sua denominação, que aliás se opuseram e não os quiseram enviar.

Além disso, há organizações e missões que não são aceites pelos pastores de igrejas locais ou de certas denominações que só querem investir na sua Igreja ou denominação e não querem investir na expansão da Igreja de Cristo na terra.


4. O apóstolo não é maior, mas a sua obra é maior

Contudo, não estamos a dizer que o apóstolo é maior do que o pastor e o mestre, mas podemos certamente dizer e testemunhar que a obra deles é maior, pois atinge mais locais e pessoas.

Os pastores e mestres são aqueles que devem, sem dúvidas governar as Igrejas locais e famílias de Igrejas.
Mas eles devem aceitar que dentro da Igreja o Apóstolo tem uma autoridade igual aquela que os Apóstolos tinham dentro da Igreja primitiva, no que diz respeito à expansão missonária da Igreja.

Desta forma deviam facilitar o trabalho desses servos de Deus, seja a nível local, regional, nacional e até internacional. A Igreja local deve cooperar e sustentas a obra missonária.


Os apóstolos dentro da Igreja e do Corpo de Cristo e os departamentos e conselhos missionários devem ter uma certa proeminência diante dos olhos da Igreja.

Os evangelistas, pastores e doutores não devem procurar substituir a função dos apóstolos pela sua. É uma função insubstituível. Um pastor, ou um evangelista ou um mestre, normalmente falando não é um apóstolo. São ministérios e dons diferentes.

A responsabilidade do pastor e a do mestre é a edificação dos santos para a obra do ministério e, quando eles vêm emergir um apóstolo do seu trabalho de edificação, deviam sentir-se gratificados em vez de se sentirem ameaçados.

O apóstolo por seu lado, apesar da autoridade que a Bíblia lhe confere, não deve impor a sua vontade sobre o pastores e o mestres, pois estes são os dirigentes locais das Igrejas. Mas devem sim trabalhar em justa e estreita cooperação com estes e com os restantes membros da Igreja, incluindo evangelistas, profetas, diáconos e outros.

Além da aceitação e do respeito recíproco, os ministros não devem ter medo de se submeterem uns aos outros. Há aspectos em que o pastor e o doutor deve estar submetido ao apóstolo, profeta e evangelista, mas noutros aspectos o apóstolo, evangelista e o profeta devem se submeter ao pastor e ao doutor.

Por exemplo, na questão das missões, os pastores e doutores devem se submeter aos apóstolos e aos evangelistas. Mas na questão do ensino, formação e organização da Igreja, os apóstolos e evangelistas devem se submeter aos pastores e doutores.

A função dos apóstolos, é normalmente mais abrangente que a dos outros ministros, por causa da natureza do trabalho. Não devemos esquecer que, muitas vezes, especialmente no início de uma Igreja ou de uma obra, os apóstolos têm que ser pastor, doutor e diácono.

"Não há dúvidas que a Bíblia confere uma autoridade especial ao apóstolo, que deve ser reconhecida e respeitada pelos outros ministros, para o bem da extensão da Igreja. Eles são os embaixadores da Igreja no mundo.

Sem eles a Igreja não obedece ao 'Ide' da Grande Comissão.

Por essa razão, se a Igreja quiser estender a sua influência e plantar novas Igrejas e trabalhos, deve rever o ministério dos apóstolos, estabelecê-los no seu meio e conferir-lhes a autoridade que a Bíblia lhes confere.

Para terminar esta questão da autoridade apostólica, devemos salientar um último aspecto muito importante.


5. Os apóstolos recebem revelação divina

Efésios 3:1 "Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios, 2 se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada para vós outros; 3 pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi um resumo, há pouco; 4 pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo, 5 o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito".

Uma revelação é uma acção divina directa que comunica aos homens os desígnios de Deus. Esta revelação pode ser considerada absoluta ou relativa.

Os únicos ministros que estiveram debaixo de uma revelação absoluta da parte de Deus, foram os profetas do Antigo Testamento e os apóstolos de Cristo.

Eles escreveram a Palavra de Deus debaixo desta plena revelação (ou inspiração). Através desta revelação Deus soprou-lhes os Seus desígnios, os mistérios que envolviam a Cristo e os princípios e fundamentos da Igreja.

Mais ninguém pode pretender ter estado debaixo de uma acção divina como eles. É por isso que Paulo disse:

Gálatas 1:12 "porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo"

Este aspecto do ministério apostólico primitivo também confere-lhes uma autoridade que deve ser aceite e respeitada por todos, acompanhados dos devidos sinais, prodígios e maravilhas.

No que diz respeito aos apóstolos da Igreja, eles também trabalham muito na base de revelações que Deus lhes faz, embora sejam revelações relativas, e não absolutas, como foi no caso dos apóstolos de Cristo e dos profetas antigos.

Deus, através de revelações relativas, claro que nunca indo contra o que está escrito na Sua Palavra, comunica-lhes muitas vezes o tipo de ministério que Ele deseja iniciar, quando, como e aonde.

São destas revelações relativas, que nascem muitas organizações e sociedades missionários e evangélicas, algumas de amplitude internacional.

De certo modo, podemos dizer, que uma revelação absoluta conferiu uma autoridade absoluta aos apóstolos de Cristo, e uma revelação relativa confere hoje autoridade relativa aos apóstolos da Igreja, autoridade esta que deve ser reconhecida e respeitada por todos.

Queiramos ou não os apóstolos e os profetas são os guardiões dos desígnios de Deus para o mundo e para a Igreja.

"Os antigos receberam uma revelação absoluta dos desígnios de Deus, os apóstolos e profetas dos nossos dias recebem uma revelação relativa dos desígnios de Deus para o mundo e para a Igreja".

Mas, passemos à análise dos sinais que acompanham a obra dos apóstolos de Cristo e os apóstolos da Igreja.


6. Sinais, milagres e maravilhas

II Coríntios 12:12 Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.

Temos que admitir que o ministério dos apóstolos da Igreja, podem não ser forçosamente acompanhados pelos mesmos sinais que acompanharam os 12 apóstolos de Cristo, o que é compreensivo.

Aliás já tocamos nisto no capítulo 5, sobre os dons e os milagres e temos vindo a falar disto neste estudo.

As manifestações do Espírito são dadas a cada um, para o que for útil e não são as mesmas para todos. Já vimos que as manifestações miraculosas do A.T. não são forçosamente iguais às do N.T.

Contudo, cremos que o Espírito Santo continua a operar miraculosamente como o fez no A.T e no início do N.T.

O cuidado que devemos ter é não procurar forçar Deus a fazer hoje aquilo que fez numa outra época ou fez através de um outro servo de Deus.

Cabe-nos buscar as manifestações miraculosas que Deus entende querer operar hoje, as quais não são mais pequenas ou maiores que as que operou outrora através de outros servos.

No que diz respeito aos sinais e milagres que acompanham a obra de ambos, há dois erros que se cometem:

a. O 1º erro, cometido pela ala tradicional

É o de julgar que os sinais e milagres só acompanharam o ministério dos apóstolos de Cristo.


b. O 2º erro, cometido pela ala pentecostal ecarismática

É o de julgar que os apóstolos da Igreja têm o dever e a obrigação de fazerem exactamente os mesmos sinais que os apóstolos de Cristo.

Uma leitura mais cuidadosa da Bíblia evitaria que as Igrejas caíssem nesses erros.

Ainda sobre esta questão dos sinais e milagres, poderíamos afirmar que os sinais e milagres acompanham sempre o ministério de todos os apóstolos.

Mas, a obra dos apóstolos de Cristo, foram acompanhados por sinais, prodígios e maravilhas que estão ligados de uma maneira muito específica à sua missão apostólica, assim como os sinais feitos por Moisés foram muito específicos e ligados à sua tarefa de tirar o povo do Egipto e encaminhá-lo para a terra prometida.

Os apóstolos de Cristo nunca pretenderam efectuar sinais iguais aos de Moisés, mas os sinais que eles fizeram não foram menos miraculosos que os sinais feitos por Moisés.

Da mesma foram, os milagres que os apóstolos dos nossos tempos possam fazer não são menos miraculosos que os sinais feitos por Moisés e pelos apóstolos de Cristo, são é diferentes, embora não sendo tão espectaculares como os milagres dos Profetas de Deus e dos Apósotolos de Cristo!


7. Sofrimento, perseguições e aflições

Além do apóstolo sentir-se devedor de todos, o que implica muitas renúncias e privações, é também um ministério marcado por muitas aflições, perseguições e sofrimento.

Gálatas 6:17 "Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus"

II Coríntios 4:8 "Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; 10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. 11 Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. 12 De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida".
II Coríntios 6:4 "Pelo contrário, em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, 5 nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, 6 na pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, 7 na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; 8 por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; 9 como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; 10 entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo".

I Tessalonicenses 3:3 "a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto; 4 pois, quando ainda estávamos convosco, predissemos que íamos ser afligidos, o que, de fato, aconteceu e é do vosso conhecimento".

O sofrimento dos apóstolos, tanto de Cristo, como os da Igreja, é acompanhado muitas vezes de rejeição da parte dos próprios crentes e das Igrejas.

Da mesma maneira que a obra e os sinais dos apóstolos de Cristo são diferentes da dos apóstolos da Igreja, o mesmo podemos dizer das aflições, perseguições e sofrimentos que também não são as mesmas.

Não devemos esquecer que a situação e os problemas sociais eram totalmente diferentes, assim como a etapa redentora do plano de Deus para o mundo também não é a mesma.

È claro que a situação histórica e o plano redentor de Deus para a humanidade, tem influenciado e determinado os acontecimentos em cada uma das épocas.

Mas como disse eu prefiro chamar aos nossos missionários - Evangelistas com uma missão Transcultural. Para evitar confusões.

B. O Profeta

Coríntios 14: 29 "Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. 30 Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro".

Os dois ministérios mais controversos são o de apóstolo e do profeta. Porque uns pensam que estes ministérios já passaram, outros pensam que ainda existem e devem fazer exactamente a mesma coisa que fizeram os apóstolos e profetas do A.T. e da época da Igreja primitiva. Vejamos o ministério do profeta.

Há quem ensine que o profeta dos nossos dias é o pregador dos nossos tempos. Isto é verdade, mas penso que não é tudo. Outros ensinam que o profeta é quem recebe revelações directas de Deus e têm a vidência de predizer o futuro.

E há outros ainda que associam este ministério a negócios dentro da Igreja, que infelizmente às vezes não são nada limpos.

Em nossa opinião, o profeta segundo o N. T. é um pregador que tem o dom para aplicar as mensagens proféticas da Bíblia aos nossos tempos, e, como faziam os profetas antigos, denunciar o pecado, fazer apelos ao arrependimento e avisar que Deus poderá castigar se o povo continuar no pecado e rebelião. Mas utiliza acima de tudo a Palavra de Deus.

Acreditamos no entanto que junto com o dom do profeta dos nossos tempos, possa exisitir alguma capacidade de predizer alguma coisa debaixo do impulso de uma revelação divina, fazendo referência a eventos futuros, ou esclarecendo questões que ultrapassam a ordem intelectual das coisas.

Deste prisma, o profeta é mais do que um mero pregador da parte de Deus, pois tem a capacidade de fazer referência a algo que está na mente do Espírito Santo, e que Deus quer revelar a uma pessoa, à igreja ou a uma sociedade.

No entanto, esta previsão não é sempre feita de uma forma tão mística como muitos pensam. Pois, o profeta é alguém que conhece bem a palavra de Deus. É também conhece muito bem o homem e o mundo que o rodeia. Ele é um homem de conhecimento e utliza todo o seu conhecimento da Palavra e do mundo para pregar, avisando e advertindo as pessoas.

"Por essa razão, embora possa haver um elemento da sua mensagem que vem directamente do Espírito, a sua mensagem é constituída talvez na sua maior parte, pelo conhecimento que o profeta tem da Palavra, do homem e do mundo que o rodeia".

Os profetas do A.T. deram início à revelação escrita de Deus, debaixo de uma inspiração absoluta. Hoje, embora o ofício de profeta permaneça, eles só recebem uma revelação relativa, não tendo autoridade para acrescentar nada à revelação escrita – a Bíblia Sagrada.

A grande diferença entre os profetas e apóstolos de hoje e os profetas do A.T. e apóstolos de Cristo, é que estes tiveram a função de escrever debaixo de uma inspiração absoluta a revelação escrita de Deus – as escrituras sagradas, e de colocar os fundamentos da nação de Israel e mais tarde da Igreja.

1. A mensagem do profeta


a. Fortalece e encoraja as pessoas que o ouvem

I Coríntios 14:3 "Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando".

Na Igreja há pessoas que se encontram sobrecarregadas por todo o tipo de aflições e de expectativas, causadas pela doença, por problemas económicos e familiares, sentimento de perda, de abandono, falta de afeição etc.

Há também aqueles que andam em busca de uma certa orientação numa determinada esfera das suas vidas. Durante o culto, estas pessoas são abençoadas pelo cântico, oração, testemunhos, pregação do pastor, mas, além desse alimento espiritual, precisam muitas vezes de uma palavra profética que alivie a sua dor, fortaleça a sua fé e lhes dê a esperança, a consolação e a orientação que necessitam.


b. Revela o pecado e pronuncia o julgamento de Deus

Além de consolar e fortalecer as almas cansadas através da exortação e de uma revelação divina, o profeta é aquele que aponta o pecado na Igreja e no mundo e deixa palavras de aviso, acompanhada de ameaças de julgamento se o povo não quiser ouvir e corrigir os seus caminhos.

I Coríntios 14:24 "Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; 25 tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós".

O pecado oculto entristece o Espírito Santo e prejudica a Igreja. Quando o dom de profecia está activo dentro de uma Igreja o pecado é revelado. Se os pecadores não quiserem abandonar o pecado, eles terão que abandonar a Igreja mais cedo ou mais tarde.


c. Prediz acontecimentos futuros

O profeta pode trazer também uma palavra profética que lance luz sobre uma determinada situação no mundo, na Igreja e até na vida de uma determinada pessoa.

Actos 11:27 "Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, 28 e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio",

Actos 21:11 "e, vindo ter connosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios".

O profeta pode também advertir sobre as artimanhas de Satanás, pois sabemos que o diabo está sempre preparando ciladas astutas e precisa de ser denunciado e derrotado.
II Coríntios 2:11 "para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios".

Efésios 6:11 "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;"

d. Os falsos profetas são um perigo

I Timóteo 4:1 "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demónios, 2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência",

II Pedro 2:1 Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. 2 E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade;

e. Os perigos dos profetas e dos apóstolos

Os profetas e o apóstolos são os que lidam mais com os poderes sobrenaturais: sinais, milagres, prodígios, revelações e maravilhas, e isto poderá levá-los ao orgulho. O próprio apóstolo Paulo conheceu este perigo, pois diz a seu respeito:

II Coríntios 12:7 "E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte".

Há um outro grande perigo que é o dos apóstolos e profetas, devido à sua proeminência, não reconhecerem ou respeitarem o ministério de evangelista, pastor e mestre.

Eles devem reconhecer, respeitar e trabalhar em cooperação com estes servos de Deus que também têm uma função extremamente importante na Igreja.

O grande perigo é ignorarem estes ministérios ou nunca procurarem estabelecê-los, na fase pioneira da Igreja, onde o trabalho do apóstolo é proeminente e podem, por orgulho ou negligência, não estabelecer evangelistas, pastores e mestres.

Vemos casos em que apóstolos "ou missionários" podem estabelecer o ministério de evangelista, pastor e mestre na Igreja nascente, mas nunca os deixam desempenhar estes cargos com liberdade, antes dominam-nos com braço de ferro.

Quantos obreiros nacionais não abandonam Igrejas, indo para outras igrejas, porque os apóstolos "missionários" nunca lhes deram inteira liberdade para desempenharem os seus ministérios. Isto pode mesmo acontecer entre os nacionais.

A humildade e o respeito recíproco entre os ministérios é fundamental para o seu bom desempenho.

f. O espírito de vidência e profecia do profeta

O dom de profecia foi dado de uma maneira absoluta ao profeta do A.T., que possuia uma vidência acompanhada de muitas visões e sonhos, para poderem escrever as escrituras sagradas.

A composição das escrituras e a vidência viviam em estreita relação. Sem aquele espírito de vidência, acompanhado de visões e sonhos extraordinários, os profetas do A.T. não teriam podido compor as escrituras debaixo da inspiração divina.

Não estamos a dizer que o profeta de hoje não pode ter sonhos e visões, claro que podem, pois é um ministério ligado ligado em parte à esfera sobrenatural. O que queremos dizer é que o profeta de hoje não foi chamado para escrever as escrituras sagradas debaixo da inspiração absoluta de Deus ou colocar os fundamentos da Igreja, por isso, por isso não têm ter um espírito de vidência igual ao do profeta do A.T.

O dom de profecia que possuie o profeta do N.T ou da Igreja, ajuda-o essencialmente a completar o seu ministério de admoestação, denúncia e talvez alguma previsão do futuro. É um dom que deve actuar tanto dentro da Igreja como no mundo. Aliás, o profeta antigo, tanto denunciava os pecados dos crentes, como dos príncipes e dos reis.

Devíamos orar para Deus levantar mais profetas, que não tenham receio de identificar as situações no mundo que do ponto vista religioso, político e económico, não respeitam as leis de Deus e a liberdade e o bem estar dos nossos semelhantes.

A televisão, o jornal, a Igreja, a sociedade devia ser inundada diariamente pela mensagem de profetas dos nossos tempos, que tendo o dom dado por Deus para identificar e denunciar as situações, podem prever o caminho que o mundo e a Igreja está a levar, senão abandonar o pecado e voltar-se para Deus.

Estamos a assitir cada vez mais ao culminar do ministério da iniquidade com a construção da Grande Babilónia revelada no apocalipse, que é um sistema político e religioso que governará o mundo através do Anticristo através de mentiras e decretos que vão completamente contras as leis de Deus.

Há muitos movimentos religiosos denominados evangélicos que são um produto deste sistema e que estão a infiltrar-se para dentro das igrejas, influenciando e enganando os crentes, como por exemplo os movimentos de prosperidade e smo "newagers" movimentos religiosos influenciados pelas ideias do "New Age".

Estamos a assitir também a uma quebra da lei divina por politicos e juristas que legalizam o aborto, o casamento entre o mesmo sexo, derramam sangue inocente através de guerras ilicitas e se opõem muito ao avanço da Igreja cristã.

Estas influências religiosas da prosperidade e dos "newagers" e os crimes politicos contra a lei de Deus deviam ser denunciados e condenadas publicamente por profetas dos nossos dias que deviam utlizar mais os meios de comunicação no desempenho do seus ministérios.


C. O Evangelista

Vamos analisar três passagens bíblicas que fazem referência ao ministério do evangelista.

Actos 21:8 "No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele".

Efésios 4:11 "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres",

II Timóteo 4:5 "Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faz o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério".


1. O mistério do evangelista Filipe:

Vemos que Filipe deixou Jerusalém e deslocou-se à Samaria aonde pregou Cristo, e aonde houve um grande avivamento. Em seguida o Espírito de Deus encaminhou-o para falar de Cristo ao mordomo-mor da rainha dos Etíopes. Mais tarde deslocou-se a Azoto e evangelizava as cidades até Cesaréia.

Actos 8:5 Filipe, "descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo 6 As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo baptizados, assim homens como mulheres. 13 O próprio Simão abraçou a fé; e, tendo sido baptizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os sinais e grandes milagres praticados. 26 Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. 29 Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o. 30 Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo? 34 Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? 35 Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. 37 Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. 38 Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo. 40 Mas Filipe veio a achar-se em Azoto; e, passando além, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesaréia".

Se resumirmos o ministério de Filipe: ele pregava o Evangelho ao povo, fazia sinais, expulsava os demónios e curava os doentes, baptizava os novos convertidos, cooperava com os apóstolos Pedro e João, e participou no nascimento da Igreja que foi estabelecida em Samaria.

2. O Evangelista deve cooperar como os outros servos

O ministério de evangelista é uma bênção quando é feito em cooperação com os outros ministérios e também em cooperação com a Igreja local.

Infelizmente, vemos que muitas vezes os evangelistas trabalham sozinhos e não querem associar-se ou depender de ninguém.

Por vezes fundam Igrejas que nunca chegam a adquirir o padrão bíblico, por falta da função de outros ministros.

Outras vezes, ignoram completamente o trabalho de missões e procuram arrecadar tudo o que podem para proveito dos seus próprios ministérios.

No entanto, apesar de sabemos que todos os ministérios correm os seus perigos, o ministério do Evangelista deve ser reconhecido pela Igreja, se esta quiser crescer numericamente.

"O Evangelista é aquele que prega a Cristo, com poder, sinais e maravilhas e desperta a paixão pelas almas perdidas no meio das Igrejas".

Eles têm dons e talentos que lhes permite criar métodos e estratégias eficazes para atingirem os perdidos e sabem como levar uma pessoa, um extracto/grupo social, ou mesmo uma multidão a Cristo.

Devíamos orar para Deus dar evangelistas locais, regionais, nacionais e de renome internacional.

Algumas posições dizem que o ministério apostólico continua com o trabalho dos missionários que vieram depois da Igreja primitiva.

Fica a pergunta: o que é melhor e mais bíblico chamar a um missionário:

Um Apóstolo da Igreja?

Ou um Evangelista transcultural? Isto quer dizer, um evangelista que atravessa as suas fronteiras nacionais.

Eu preferia chamar ao missionário - Evangelista transcultural o que atravessa as suas fronteiras nacionais ou se o evangelista que se envolve em missões transculturais.

Porque gostaria de manter a Teologia de que o Apóstolo, sejam os 12, sejam os que viveram nos tempos da Igreja Primitiva, tiveram a missão de escrever as Escrituras Sagradas e iniciar a Igreja de Cristo na terra e quando eles cessaram, cessou este ministério.

O Evangelista que tem um ministério para além das suas fronteiras culturais torna-se automáticamente um missionário.

D. Os pastores e doutores

Como regra geral, normalmente falando, os apóstolos, profetas e evangelistas têm um ministério mais móvel.

A responsabilidade deles é dar início a novas Igrejas e trabalhos. Para isto, trabalham muitas vezes fora da Igreja, deslocando-se de bairro em bairro, de aldeia a aldeia, de cidade em cidade e por vezes vão para terras e países distantes.

"O pastor e o doutor, porém, desenvolvem o seu ministério mais dentro da Igreja, porque têm de tomar conta do resultado do trabalho que nasceu da obra dos apóstolos e evangelistas".

O pastor e o doutor que afinal que afinal são os bispos, presbíteros ou anciãos da igreja têm o dever de cuidar e de alimentar o rebanho.

Os doutores podem às vezes não auxiliar no pastoreio das Igrejas, mas auxiliam no trabalho de ensino feito dentro das Igrejas.


1. A função primordial dos pastores

O texto em baixo, onde vemos os apóstolos a fazerem de diáconos no início da Igreja, aponta qual é o trabalho dos pastores: dedicarem-se ao ministério da Palavra e da Oração. Para quê? Para a edificação dos santos para a obra do ministério.

Actos 6:2 "Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. 3 Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; 4 e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. 5 O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.

É bom salientar que assim como os apóstolos no início da Igreja fizeram de diácono até estabelecerem diáconos, o mesmo acontece com os pastores que no início da formação de uma Igreja, fazem de tudo, de diácono, evangelista, músico, tesoureiro e muitas vezes até se envolvem na limpeza e manutenção do edifício.

É claro que lhes fica menos tempo para se dedicarem ao seu ministério. Mas, este aspecto prático de fazerem de tudo na Igreja, tem de ser salientado para percebermos melhor qual é o seu ministério, qual é a sua função dentro da Igreja.

A função primordial dos pastores e doutores - assim como dos apóstolos, profetas, evangelistas até certo ponto - "é a edificação dos santos para a obra do ministério segundo Efésios 4"

O pastor e o doutor, para poder atingir o alvo de formar os santos para o serviço na Igreja, têm que gastar grande parte do seu tempo nesta formação – ensinando-os e orando.

Mas a questão crucial é a seguinte: antes de haver santos formados para um determinado serviço, quem é que faz tais serviços? Todos nós sabemos qual é a resposta! São os próprios pastores e mestres.

É por essa razão que o trabalho do pastor é um trabalho árduo. Porque ao mesmo tempo que está a formar os santos e a iniciá-los nas suas tarefas e segui-los, alguém tem de fazer as tarefas onde não há nenhum santo formado para tal fim.

É claro que este trabalho de roda sobressalente cabe muito aos pastores. È por essa razão que um verdadeiro pastor deve ser uma pessoa de várias facetas, porque o seu ministério tem muitas faces.

"Ele deve ser humilde, para poder arregaçar as mangas, sempre que for preciso pegar numa vassoura, pintar uma parede, deslocar um banco ou ir buscar algumas pessoas com a carrinha da Igreja".

Por ordem de sequência, os apóstolos e evangelistas são os primeiros a formarem pastores, doutores e diáconos enquanto que, paralelamente, vão fazendo de pastores e doutores enquanto estes ainda não estão formados.

Depois de estarem formados, os pastores e doutores é que têm a responsabilidade de formarem obreiros para todos os ministérios e serviços: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores e os restantes santos para a obra do ministério da Igreja.

Vemos então que o ministério de pastor e mestre além de ser árduo por causa do seu lado prático, é vasto.

Porque o pastor é alguém que precisa ter uma visão global de todos os ministérios. Funciona dentro da Igreja como um 1º ministro dentro de um governo.

Aliás o pastor é o 1º ministro, pois o seu ministério na Igreja, é presidir sobre os restantes ministérios e serviços.

2. A natureza do trabalho pastoral


a. O pastor deve presidir, exortar, repreender e corrigir

II Tim 4:2 "prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina".

I Tessalonicenses 5:12 "Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam;"

Tito 1:9 "apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo recto ensino como para convencer os que o contradizem".


b. Apto para ensinar e ter bom carácter e bom testemunho

I Timóteo 3:2 "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, moderado, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;"

I Timóteo 5:17 "Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino".


c. Deve apascentar, cuidar, dirigir e alimentar.

I Tessalonicenses 2:8 "assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida";

I Pedro 5:2 "pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; 3 nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho".

Eles apascentam o rebanho, sem ganância e autoritarismo, mas sim com mansidão, exemplo, afeição e entrega pessoal é uma das funções mais belas do pastor.


d. O diácono pode ser um ministro da Igreja

O serviço do diácono pode ser incluído entre os ministérios da Igreja, pois pode representar mais do que um simples serviço.

Algumas Igrejas têm pastores e diáconos, outras têm pastores, anciãos e diáconos. O diácono pode ser sem margem de dúvidas o braço direito do pastor e numa fase pioneira pode surgir como o braço direito do apóstolo, e pode ser também um evangelista.

Actos 6:2 "Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. 3 Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço";

A Bíblia revela que o diácono além do trabalho prático tem uma certa responsabilidade no trabalho de evangelização.

Vemos isto com Estêvão e Filipe. Os diáconos citados em Actos eram homens cheios do Espírito e tiveram um trabalho proeminente nas Igrejas.

Actos 6:5 "O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia".




I V. Ministérios, dons e serviços.

A. A Igreja corpo vivo de Cristo

Como já vimos na secção anterior, a Igreja só pode funcionar eficientemente quando os ministérios são reconhecidos e desenvolvidos e quando há uma harmoniosa cooperação e respeito recíproco entre eles. Só quando os ministérios estiverem a cooperar e os membros, incluindo os mais fracos, a serem treinados para desempenhar as suas funções, o corpo pode crescer sadiamente.

Os 5 servos são segundo Efésios 4:11 responsáveis para edificar os santos para a obra do Ministério. Desta forma, quando todos os santos treinados e equipados pelo ministério dos 5 servos, estão envolvidos cada um desempenhando a sua função, podemos chamar à Igreja - o Corpo Vivo de Cristo.

Todos os membros têm que estar envolvidos, mesmo aqueles que parecem mais fracos ou sem importância. 

I Coríntios 12:22 "Antes os membros que parecem ser os mais fracos são necessários".


B. A qualidades morais, sociais e espirituais dos ministros.

No que diz respeito às qualidades morais e espirituais dos ministros a Bíblia é muito clara, como podemos ver em baixo. No entanto, além dos 5 servos, todos os membros que se envolverem no ministério da Palavra e da pregação ou ensino do púlpito ou fora do púlpito, ou tendo uma outra posição em que representam a Igreja, deviam possuir também as qualidades em baixo:

I Timóteo 3:1 "Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. 2 É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; 4 e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito 5 (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); 6 não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.7 Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo. 8 Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, 9 conservando o mistério da fé com a consciência limpa. 10 Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato".

Vamos desenvolver um pouco mais este assunto no capítulo 7 sobre a Unção, pois as qualidades e capacidades dos ministros não só estão ligadas à chamada de Deus para desempenhar o ministério, mas à Unção do Espírito Santo que capacita e qualifica o obreiro para o desempenho efectivo do ministério.

C. Ministérios, serviços e dons estão interligados.

Nas epístolas aos romanos e aos coríntios não é fácil distinguir os ministérios dos serviços e dos dons.

Romanos 12:6 "tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; 7 se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; 8 ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria".

I Coríntios 12:7 "A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso. 8 Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; 9 a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; 10 a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. 27 Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. 28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres? 30 Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos? 31 Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons. E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente".

Vemos nestes textos aos Romanos e aos Coríntios, que os dons, ministérios e serviços nomeados aparecem interligados e, às vezes, é difícil separá-los de distingui-los uns dos outros.

D. Há ministérios, dons e serviços que podem não estão listados

Afinal não se pode desempenhar um ministério ou um serviço sem nos ter sido dado dons – talentos ou dons - para este fim. Nas duas listas em Romanos 12 e I Corintios 12, certamente que não devem aparecer todos os ministérios, dons e serviços da Igreja, especialmente quando pensamos que a Igreja já tem 2000 anos de existência e o Espírito Santo pode providenciar especialmente novos serviços para fazer frente a novas realidades.

Por exemplo, o lider de louvor é uma função muito nova na igreja, e certamente que líderes de louvor ungidos por Deus, sábios e santos podem ser uma grande benção para a Igreja dos nossos dias. O mesmo podíamos dizer de um director de missões, organizações e mesmo líderes de senhoras, jovens, crianças e outros departamentos assim por diante.

Certamente que estas listas não incluem todos os ministérios, dons e serviços da Igreja.

No entanto, embora seja difícil separar os ministérios dos dons e serviços listados em Romanos 12 e I Coríntios 12, e certamente que há ministérios, dons e serviços que não estão listados, não podemos confundir o ministério dos 5 servos citados em cima - apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor, com outros ministérios, dons e serviços.

FIM