domingo, 1 de julho de 2007

1. Derramamento do Espírito

Veja debaixo de Assuntos os 11 posts ligados com as doutrinas do Espírito Santo ...

Viriato Martins elaborou esta sebenta sobre a doutrina do Espírito Santo e dividiu-a em onze capítulos.


1. O Derramamento do Espírito Santo


2. O Convencimento do Espírito Santo


3. O Baptismo do Espírito Santo


4. O Enchimento do Espírito Santo


5. Os Dons e milagres do Espírito Santo


6. Os Ministérios do Espírito Santo


7. A Unção do Espírito Santo


8. As Línguas ou glossalia


9. A Cura Divina


10. Os Movimentos de Fé


11.O Reavivamento Divino


Muitas vezes, nesta questão das doutrinas do Espírito Santo, vigora mais a tradição de cada Igreja do que um estudo baseado unicamente na Bíblia. E todos pensam que é a sua tradição que está certa e a dos outros irmãos está errada!


Por essa razão, esta sebenta foi elaborada integralmente na base de textos bíblicos. Cerca de um terço da sebenta é a simples transcrição de textos bíblicos, expostos para apoiar os meus pontos de vista.




O derramamento do Espírito Santo

I. O Derramamento do Espírito Santo

A. Lemos sobre o derramamento do Espírito Santo em toda a Bíblia.
B. O Pentecostes foi acompanhado de sinais únicos e históricos.
C. O derramamento do Espírito Santo antes do Pentecostes.
D. O derramamento do Espírito depois do Pentecostes.
E. A descida do Espírito Santo não é o Batismo do Espírito Santo.
F. O derramamento depois do Pentecostes é contínuo.
G. O derramento do Espírito Santo nos últimos dias

I I. Erros cometidos pelas Igrejas

A. O erro da igreja pentecostal
B. O erro da Igreja tradicional



I. O derramamento do Espírito Santo

Devemos ler com atenção os textos bíblicos, pois isto é importante!


A. Lemos sobre o derramamento do Espírito Santo em toda a Bíblia.


O derramamento do Espírito Santo é a primeira manifestação do Espírito Santo.


Todas as outras manifestações do Espírito Santo são uma consequência do derramamento do Espírito Santo, cuja descida se deu durante Pentecostes e nos dias a seguir, em cumprimento às profecias antigas e especialmente à profecia de Joel:


Joel 2:28 "E, há-de ser que, depois, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne".


O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes foi histórico, universal e especial e acompanhado de sinais únicos a confirmar o cumprimento das profecias antigas feitas sobre a descida do Espírito Santo, mas, o derramamento do Espírito Santo não se deu somente no tempo da festa do Pentecostes, como vemos narrado em Atos.


Pois, nós vemos pela Bíblia que o derramamento do Espírito Santo é uma operação antiga, pois já vemos o Espírito Santo derramar-se ou a "descer" no Antigo Testamento sobre os servos de Deus e sobre a terra.


Nos Evangelhos, vemos também o Espírito Santo manifestar-se ou derramar-se no ministério de Jesus e na vida de outros personagens.


A grande diferença entre os derramamentos no Antigo Testamento e nos Evangelhos e o derramamento em Pentecostes narrado em Atos , é que este refere-se a um derramento único na história humana e que iria ter proporções universais.


A descida do Espírito Santo em Pentecostes deu-se em cumprimento à profecia de Joel e outras profecias, para dar inicio à Igreja e revesti-la de poder para o Evangelho ser pregado pelas testemunhas de Jesus até aos confins da terra a todos os povos.


B. O Pentecostes foi acompanhado de sinais únicos e históricos.


No livro de Atos, quando se deu o cumprimento da descida do Espírito Santo, no Pentecostes, as línguas aparecem como um "sinal".


1. As línguas foram sinal para a Nação incrédula de Israel


Por aquilo que tenho lido na Bíblia e em comentários bíblicos, tudo parece indicar que o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes resultou num "enchimento" único e especial acompanhado de sinais únicos e históricos.


Atos 2:1 4 E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas, por eles, línguas repartidas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.


Vemos os sinais históricos e únicos: um vento impetuoso, línguas de fogo, e falaram noutras línguas.


Quando fazemos um estudo profundo sobre as * línguas, tudo parece indicar que as línguas, acompanhadas do vento e das línguas de fogo, aparecem em Atos 2 como um 'sinal' de julgamento para a nação judaica incrédula, que não quis ouvir os profetas e o Messias a falar-lhes da parte de Deus, na sua própria língua, antes rejeitaram e mataram alguns profetas e rejeitaram e mataram o messias.


* Eu tenho um post sobre as línguas no meu blog na secção das doutrinas do Espírito Santo


Vemos em Mateus 21:33-46 que Jesus contou um parábola sobre o dono da vinha que arrendou a vinha a uns camponeses e foi viver para longe. Mais tarde enviou os seus criados para receber a parte do fruto que lhe pertenciam. Mas eles agarraram os criados, espancaram um, mataram outro e apedrejaram outro. Ele enviou o filho e eles também mataram o filho.


Quando Jesus perguntou aos ouvintes: "Em face disso, o que fará o dono da vinha àqueles camponeses quando voltar". Eles responderam: "Matará aqueles malvados e arrendará a vinha a outros camponeses que lhe dêm a sua parte da colheita no tempo devido".


Jesus respondeu: "... a pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se a pedra de esquina! Por isso vos declaro que o Reino de Deus, vos vai ser retirado, para ser dado a um povo que produza os devidos frutos.


Então, vemos que tudo indica que as línguas são um "sinal" de julgamento para os judeus incrédulos que rejeitaram e mataram alguns criados (que são os profetas) e rejeitaram e mataram o Filho (que é o Messias) do dono da vinha (que é Deus).


Nós vemos que mesmo na epístola aos Coríntios, Paulo afirma que as línguas são um sinal para os incrédulos. Ele utiliza o texto de Isaías 28:10,11 para defender esta conclusão.


Isaías 28:11 Pelo que, por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo.


Por essa razão Paulo salienta esta passagem de Isaías em I Coríntios 14:20-21 Está escrito na lei: "Por gente de outras línguas,e por outros lábios falarei a este povo; e, ainda assim, me não ouvirão". Depois Paulo faz uma afirmação: "De sorte que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os descrentes".


Este texto de Isaías 28:11 e I Coríntios 14:20-21, tem sido muito mal interpretado, pois muitos dizem que siginifica que Deus está a dizer que iria falar em línguas estranhas ao povo de Israel e isto foi cumprido em Pentecostes, tentando justificar assim o uso das línguas como um dom dado à Igreja, pelo qual Deus iria falar e edificar a Igrejas.


Mas, Isaías, está a dizer o contrário. Ele está a dizer que por causa da desobediência de Israel, Deus iria trazer julgamento sobre eles, utilizando o povo da Babilónia, cuja língua o povo de Deus não conhecia, para dominá-los e destrui-los.


As línguas faladas pelo povo da Babilónio são um "sinal" de julgamento para a nação de Israel, que iria ouvi-los falar sem compreendê-los e ia ser dominado por eles e por final iria ser destruído por eles.


Paulo, está a fazer um paralelo e a dizer que as línguas estranhas faladas em Pentecostes são um "sinal" de julgamento para a Nação de Israel como foram na altura de Isaías. Por isso, depois de fazer referência a Isaías, ele diz aos Coríntios "De sorte que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os descrentes - incrédulos".


2. Um sinal que os gentios iriam começar ouvir o Evangelho


Mas, ao mesmo tempo, as línguas foram também um 'sinal' indicando que o Evangelho iria começar a ser pregado em todas as línguas aos gentios, os outros camponeses da nossa parábola a quem o dono da vinha arrendou a vinha, e disse que eles iriam dar fruto! Mateus 21:33-46


3. Um sinal estrictamente ligado ao cumprimento da profecia


A Festa do Pentecostes judaica celebrada há muitas centenas de anos pelos judeus, era uma predição sobre a descida do Espírito Santo e, por isso, a descida do Espírito Santo deu-se exactamente no decorrer da Festa do Pentecostes daquele ano, a seguir à morte de Cristo.


A descida do Espírito Santo também já tinha sido anunciado também pelo profeta Joel.


Joel 2:28-32 "Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne"


Não devemos esquecer que a profecia predita pela Festa do Pentecostes sobre a descida do Espírito Santo foi cumprida a seguir à paixão de Cristo que ocorreu durante a Festa da Páscoa, que por sua vez era uma predição da morte de Cristo.


Cristo é chamado na Bíblia a nossa páscoa e o cordeiro de Deus. I Coríntios 5:7 "Cristo, a nossa páscoa" e João 1:29 "eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo".


A morte de Cristo, predita e simbolizada pela Festa da Páscoa, foi seguida pela descida do Espírito Santo, predita e simbolizada pela Festa do Pentecostes e pelo profeta Joel.


Portanto, eu acho que as línguas no livro de Atos são um "sinal" estrictamente ligado ao cumprimento da profecia sobre a descida do Espírito Santo, predita pela Festa do Pentecostes judaica e pelo profeta Joel.


Logo, quando a profecia se cumpriu no livro de Atos, o "sinal" cessou, ou melhor as línguas cessaram! Estou somente a falar agora do livro de Atos e não da carta aos Coríntios.


4. As línguas faladas em Atos eram línguas miraculosas conhecidas


Além disso, vemos que o livro de Atos é também muito claro no que diz respeito à natureza das línguas que eles falaram. Eles falaram as línguas dos povos que tinham vindo à Festa do Pentecostes, que os ouviram a glorificar a Deus nas suas próprias línguas.


Atos 2:8 “e cada um os ouvia falar na sua própria língua”, “como pois os ouvimos falar, cada um, na nossa própria língua, em que somos nascidos”. “


Vimos então nestes 4 sub-pontos que as línguas no livro de Atos são claras:


Em primeiro lugar, aparecem como um "sinal" de julgamento para os judeus incrédulos que rejeitaram os profetas e o messias que lhes falaram na sua própria língua, mas eles não ouviram.


Em segundo lugar, era um "sinal" indicando aos gentios que o Evangelho iria pregado em todas as línguas a todos os povos do mundo.


Em terceiro lugar, era um "sinal" estrictamente ligado ao cumprimento da profecia sobre a descida do Espírito Santo predita pela Festa do Pentecostes e pelo profeta Joel. Logo, quando o cumprimento da profecia se deu no livro de Atos, o "sinal" cessou, ou seja, as línguas cessaram!


Em quarto lugar, as línguas miraculosas em Atos, eram línguas estrangeiras das pessoas reunidas ali que os ouviram glorificar a Deus nas suas próprias línguas. Não eram, portanto, línguas celestiais ou línguas estranhas, eram línguas humanas conhecidas e faladas.


Portanto as línguas em Atos são muito claras, mas já não podemos dizer o mesmo de I Coríntios 12 e 14 em que as línguas aparecem citadas no meio de um ambiente de confusão, que alguns chamam de "catástrofe corintiana", e isto tem permitido a criação de diversas interpretações nos meios cristãos.


Há crentes que exageram e pedem que o Espírito Santo se derrame da mesma forma como aconteceu em Pentecostes, acompanhado de todos aqueles sinais, incluindo as línguas, mas isto não tem qualquer base bíblica.


Não estou a dizer que não devemos orar pelo derramamento do Espírito Santo, para convencer os pecadores de pecado, para ungir a Igreja e os seus servos de poder e com os dons necessários para os crentes evangelizarem os perdidos e edificarem a Igreja, para encher os crentes de toda a plenitude do Espírito Santo e orar mesmo por reavivamento.


Claro que devemos orar pelo derramamento do Espírito Santo no sentido acima referido.


Mas orar por um derramamento tal e qual ao do Pentecostes, acompanhado pelos mesmos sinais e do mesmo "enchimento" especial, visto estar-se a cumprir uma profecia antiga naquele, orar desta forma é errado, e não acredito que iremos obtê-lo, pois só aconteceu uma vez.


C. O derramamento do Espírito antes do Pentecostes


Há muitos versículos na Bíblia que revelam que o Espírito Santo já se derramava nos tempos do Antigo Testamento, tanto sobre a Terra para a desenvolver ou frutificar, como sobre as pessoas para dar-lhes poder e sabedoria.


Vou citar algumas situações e personagens:



1. Situações em que vemos o Espírito em acção

Gênesis 1:2 e o Espírito do Senhor se movia sobre a face das águas.



Gênesis 6:3 não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem.

Êxodo 35: 20-29  Então toda a congregação de Israel veio diante do Senhor. E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu para trazerem oferta alçada e voluntária ao Senhor.

Ageu 1:14 E o senhor levantou o Espírito de Zorobabel, e o espírito de Josue, e o espírito do resto de todo o povo

2. Personagens do A.T. sobre quem o Espírito derramou-se

Bezalel e Aoliabe: Êxodo 31:3 e o enchi do espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício.


Anciões: Números 11:25 Então, o SENHOR desceu na nuvem e lhe falou; e, tirando do espírito que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos; quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; mas, depois, nunca mais.


Eldade e Meade: Números 11:26 Porém, no arraial, ficaram dois homens; um se chamava Eldade, e o outro, Medade. Repousou sobre eles o espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda; e profetizavam no arraial.


Josué: Deuteronômio 34:9 Josué, filho de Num, estava cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés impôs sobre ele as mãos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o SENHOR ordenara a Moisés.


Otniel: Juízes 3:10 Veio sobre ele o espírito do SENHOR, e ele julgou a Israel; saiu à peleja, e o SENHOR lhe entregou nas mãos a Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia, contra o qual ele prevaleceu.


Gideão: Juízes 6:34 Então, o espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se ajuntaram após dele.


Sansão: Juízes 14:6 Então, o espírito do SENHOR de tal maneira se apossou dele, que ele o rasgou como quem rasga um cabrito, sem nada ter na mão; todavia, nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que fizera.


Davi: I Samuel 16:13 Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o espírito do SENHOR se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Ramá.


Elias e Eliseu: II Reis 2:9 Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito.


Zacarias: II Crônicas 24:20 O espírito de Deus se apoderou de Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé diante do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR, de modo que não prosperais? Porque deixastes o SENHOR, também ele vos deixará..


O povo despertado pelo Espírito: Esdras 1:5 Então, se levantaram os cabeças de famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a Casa do SENHOR, a qual está em Jerusalém.


Ezequiel: Ezequiel 11:5 Caiu, pois, sobre mim o espírito do SENHOR e disse-me: Fala: Assim diz o SENHOR: Assim tendes dito, ó casa de Israel; porque, quanto às coisas que vos surgem à mente, eu as conheço.


Miqueias: Miquéias 3:8 Eu, porém, estou cheio do poder do espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado.


Zorobabel: Ageu 1:14 O SENHOR despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do SENHOR dos Exércitos, seu Deus.


Nós vemos então que Deus derramou o Seu Espírito em diversas ocasiões e sobre muitos dos seus servos no Antigo Testamento.


Os termos utilizados são: movia, moveu, desceu, caiu, repousou, despertou, apoderou, revistiu, apossou, encheu e veio sobre.

E isto para quê? Para conceder-lhes poder, força, sabedoria, direcção, talento e vidência, em diversas situações do seu ministério, para poderem desempenhar o seu ministério com uma maior eficácia.

Se Deus derramou o Seu poder sobre os seus servos na Antiga Aliança,  da forma como vemos que fez com estes servos do Antigo Testamento, ele o fez também na Nova Aliança, em que os céus foram rasgados pela morte de Cristo e o Espírito Santo desceu sobre toda a carne de um forma universal e com uma nova dimensão, porporção e natureza?

D. O derramamento do Espírito depois do Pentecostes
.
1. A descida do derramamento universal do Espírito Santo 

Actos 1:8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.                               

Atos 2:4 E todos foram cheios do Espírito Santo.

Atos 2:16 Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E, nos últimos dias acontecerá que do meu Espírito derramamrei sobre toda a carne.

O Espírito prometido pelo profeta Joel, por outros profetas e pelo próprio Senhor Jesus, que iria descer sobre toda a carne, desceu no dia de Pentecostes dando início a esta nova dispensação da acção do Espírito Santo sobre a terra a sobre os homens.                                                                                                        
                                                                                                                            É uma nova dispensação, pois:
                                                                                                                          Em primeiro lugar tem uma amplitude universal "sobre toda a carne" e "até aos confins da terra".

Em segundo lugar o Espírito Santo veio para regenerar interiormente o homem quando este aceita a Cristo e equipá-lo com dons e ministérios, de uma forma mais profunda e mais ampla do que acontecia no Antigo Testamento, pois dá nascimento à Igreja que é o "corpo vivo de Cristo" na terra.

Em terceiro lugar, não podemos esquecer também que nesta nova dispensação do Espírito Santo todos os crentes são sacerdotes, enquanto que no Antigo Testamento somente os levitas eram sacerdotes.

2. A descida é acompanhada com sinais históricos

Atos  2:2-4 E de repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso ... E foram vistas línguas de fogo ... E começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhe concedia.

A inauguração desde a descida que iria ter uma amplitude universal "sobre toda a carne" foi acompanhada de sinais únicos e históricos "um som como vento", "línguas de fogo", "falar outras línguas".

Se quiser saber a minha posição sobre as línguas terá que ler o estudo sobre o dom de línguas nesta secção do Espírtio Santo do meu blogue.
                                                                                                                              3. A profecia do Antigo Testamento sobre a descida do Espírito Santo é cumprida   
                                                                                                                              A profecia sobre a descida do Espírito Santo - ou sobre derramamento do Espírito Santo - sobre toda a carne começou a ser cumprida em Atos 2, continua o seu cumprimento em Atos 10, e termina com Atos 19.

É interessante ver que é precisamente nestes três acontecimentos, em que o derramamento é acompanhado de um "enchimento tão especial" que esta experiência é acompanhada pela capacidade de falarem línguas estrangeiras.

Em mais nenhuma passagem no Livro de Atos que fala no enchimento do Espírito Santo, vemos esta experiência acompanhada por línguas.

Descida do Espírito Santo em Atos 2 

Por aquilo que tenho lido na Bíblia e em comentários bíblicos, tudo parece indicar que o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes em Atos 2 resultou num "enchimento" único e especial foi também acompanhado de sinais únicos e históricos.

Atos 2:1 4 E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas, por eles, línguas repartidas, como de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

Vemos os sinais históricos e únicos: um vento impetuoso, línguas de fogo, e falaram noutras línguas.

Descida do Espírito Santo em Atos 10 

Vemos, em segundo lugar que ver o acontecimento na casa de Cornélio, o gentio, é um acontecimento especial, é a continuação do cumprimento da profecia sobre a descida do Espírito Santo, que começa em  Atos 2 e por isso é acompanhado das línguas.

É por isso que vemos no capítulo 11, que quando Pedro desceu a Jerusalém e disputava com os judeus que não gostaram que ele tivesse vistado e  batizado Cornélio, o gentio, ele justificou-se, e relatando o que aconteceu, dizendo:

Atos 11:15 "E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também caiu sobre nós no princípio" (quer dizer em Atos 2).

O acontecimento na casa de Cornélio, é especial, é uma extensão do que aconteceu em Atos 2 e que dali a pouco ia cessar.

Mas, daqui a pouco, vamos ver que nos acontecimentos normais do livro de Atos, ou seja quando alguém se converte, é cheio, equipado ou ungido pelo Espírito Santo nunca há nenhuma referência às línguas.

Descida do Espírito Santo sobre os díscipulos de João Batista:

Vemos então que este cumprimento da descida ou derramento do Espírito Santo de novo aconteceu em Atos 19:1-7 e pela última vez se houve falar em línguas no livro de Atos, e penso que com este acontecimento esta profecia se cumpre e, por isso, as línguas que são um "sinal" desta descida cessaram.

De novo, é um acontecimento especial. Não é um acontecimento normal envolvendo enchimento, unção ou salvação.

É um acontecimento especial, sendo de novo uma extensão de Atos 2, assim como foi Atos 10.

Pois, desta vez, eram os discípulos de João que foram convertidos na dispensação anterior pela pregação de João Batista e não foram convertidos na dispensação da Igreja.  O Espirito Santo desceu sobre eles, para que transitassem da dispensação anterior para a nova dispensação da Igreja e, deste modo, eles falaram línguas, tal como em Atos 2 e Atos 10

Atos 19:6 "e impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam".

Notem bem o seguinte:

Atos 10:45 fala da descida do Espírito Santo igual à descida de Atos 2, pois diz "os judeus maravilharam-se que o Espírito Santo também se derramasse sobre os gentios"

Atos 11:15  Pedro ao explicar aos judeus este acontecimento, de novo fala dessa descida especial, dizendo "caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio". Em Atos 2!?

Tudo isto para dizer que Atos 10 e Atos 19 está a fazer referência à descida do Espírito Santo como cumprimento da profecia, tal como aconteceu em Atos 2 na festa do Pentecostes, quando esta profecia começou a cumprir-se.

Portanto, Atos 2, Atos 10 e Atos 19 não está a falar de um dom comunicado pelo Espírito Santo para ser utilizado para a edificação da Igreja. Não está a falar de uma unção, enchimento, equipamento ou do batismo do Espírito Santo que todos os crentes recebem quando nascem de novo.

É por essa razão que em 11 e 19 eles falam línguas, como aconteceu em Atos 2, pois é a mesma operação especial ligada ao cumprimento da profecia sobre a 'descida' do Espírito Santo, predita pela Festa do pentecostes e pelo profeta Joel.

Mas tirando as três ocasiões, Atos 2, Atos 11 e Atos 19, não há mais nenhuma narração no livro de Atos onde vemos os discípulos a falarem línguas ou proclamarem o Evangelho através das línguas, assim como também aqueles que receberam a mensagem e se converteram, não há nenhum narração sobre terem falado línguas.

Tirando estas 3 ocasiões, Atos 2, Atos 10 e Atos 19, o livro de Atos revela que o Espírito Santo desceu diversas vezes sobre os discípulos para dar poder, para ungir e desceu muitas vezes sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas, para os salvar, mas nunca diz que eles falaram linguas.

Porquê, porque estamos aqui a falar de operações diferentes efectuadas pelo Espírito Santo. Pode ler isto no meu blog sobre o Espírito Santo.

O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes  como vemos em Atos 2, Atos 10 e Atos 19, é uma operação especial da descida inaugural do Espírito Santo, cumprida naquela altura, em que o Espírito Santo encheu os discípulos de uma forma tal que eles receberam poder para falarem línguas estrangeiras.

Mas as outras operações, nomeadamente a operações de equipamento, enchimento, unção e salvação são  operações normais do Espírito Santo na vida dos crentes, que nunca vemos acompanhadas pelas línguas no livro de Atos.

Pode ler sobre isto no meu post sobre as línguas na secção sobre as doutrinas do Espírito Santo.

É claro que não estou a dizer que esta descida especial e colectiva, sobre os judeus em Atos 2, sobre os gentios em Atos 10 e sobre os discípulos de João em Atos 19, não pudesse ter acontecido mais uma vez ou outra ocasionamente nos primeiros anos da Igreja.

Há alguns que pensam que o que Paulo está a falar em Coríntios 12 a 14, sobre as línguas, é o que aconteceu em Atos 2, Atos 10 e Atos 19, em que na Igreja de Coríntios alguns ainda falam miraculosamente línguas estrangeiras, mas dentro de um ambiente de desordem e má utilização das línguas, e Paulo teve que intervir para explicar a razão das línguas e a sua utilidade.

É de notar que tirando Coríntios, não se ouve falar em nenhuma epístola sobre as línguas.

Isto revela que se de facto Paulo em Coríntios está a falar das línguas que aconteceram em Atos 2, Atos 10 e Atos 19, temos que concluir que isto só estava a acontecer na Igreja de Coríntios por ser uma das primeiras Igrejas a serem formadas e não nas Igrejas que foram formadas mais tarde e, é por isso, que as linguas não vêm mencionado em mais nenhuma espístola.

4. As operações normais do Espírito Santo manifestam-se sem as línguas

O que quero dizer é o seguinte:

Depois da profecia do derramamento especial e universal do Espírito Santo ter-se cumprido em Atos, Atos 10 e Atos 19, acompanhado pelo pelas línguas, não vemos mais no livro de Atos, as outras operações do Espírito Santo serem acompanhados pelas línguas-

Vamos ver então que em todo o livro de Atos, que tirando estas 3 ocasiões, as línguas nunca foram utilizadas para pregar o Evangelho, ou faladas quando as pessoas eram ungidas, cheias ou receberam a salvação.

Iremos ver que nestas ocasiões, tanto os transmissores (que transmitiram a mensagem) como os receptores (que receberam a mensagem) nunca falaram línguas.

Atos 2:37-42  Neste texto diz que logo a seguir ao primeiro derramamento, Pedro levantou-se, explica o acontecimento, prega o Evangelho, diz que se eles se arrependerem receberão o dom do Espírito Santo.
                                                                                                                               Três mil pessoas são salvas, perseveram na doutrina, na comunhão, na ceia e orações, mas não há nenhuma menção que falaram línguas.

Eu creio que o dom do Espírito Santo fala do Batismo do Espírito Santo na altura da conversão. 

Atos 3:1-16 Temos todo o direito de pensar que o coxo foi curado e salvo, e andou e saltou louvando a Deus, mas não há uma menção que ele falou línguas. Mas se ele foi salvo, é porque foi  certamente batizado pelo Espírito Santo e de tal maneira que até foi curado, mas não falou línguas!

Vejamos Atos 4:31, eles oraram a pedir poder para pregar o Evangelho com ousadia na língua deles, acompanhado de prodígios e maravilhas, e quando o Espírito Santo cai sobre aquele local, o narrador não fala das línguas, mas somente que anunciaram o Evangelho com ousadia.

Atos 4:31 “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus”.

Atos 6:6 Os diáconos foram escolhidos e "os apresentaram antes os apóstolos, e, estes, orando, lhes impuseram as mãos". Para quê, para eles receberem uma unção ligada ao serviço que iriam desempenhar, mas ao receberem esta unção pela imposição das mãos dos apóstolos, não está dito que falaram línguas.

Atos 6:8 "Estevão que cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo". Ele pregou com poder e foi de tal maneira cheio de Deus que viu Cristo de pé à direita de Deus, é morto, mas o texto não diz que Estevão falou línguas.

Em Atos 8:17, vemos que o Espírito Santo desce sobre os Samaritanos "então impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo". Não fala de línguas.

Em Atos 8:26-40 O Eunuco é salvo, pela pregação de Isaías 53. "então Filipe, abrindo a sua boca, e começandonesta escritura, lhe anunciou a Jesus. Ele creu e é batizado. Portanto ele recebeu o batismo do Espírito Santo porque creu, mas não está dito que ele falou línguas.

Atos 9:1-18 relata a conversão mais fantástica da Bíblia, a de Saulo de Tarso. E está dito "e Ananias impondo-lhe as mãos, disse ... para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo, e logo lhe cairam dos olhos como escamas, e recuperou a vista; e levantando-se foi batizado. Não fala que Paulo falou em línguas ao ser cheio do Espírito Santo.

Uma nota interessante sobre Paulo: dificilmente podemos provar pela Bíblia que Paulo falou línguas.

Não devemos esquecer que de um lado, ele era um Judeu que não estava na ocasião em que o Espírito Santo desceu sobre os judeus em Atos 2.  De outro lado, ele não era gentio e não estava na casa de Cornélio na descida do Espírito Santo em Atos 10; e também não era um discípulo de João Batista e não estava na descida do Espírito Santo em Atos 19.

Quando ele diz em Corintios 14:18 "eu falo mais línguas do que vós todos", dificilmente podemos provar que ele estava a falar de línguas miraculosas. Paulo era conhecedor de pelo menos 4 línguas daquela época.

Paulo devia falar judaico, aramaico (língua comercial da judéia), siríaco, turco, grego e latim. 6 línguas!?

Atos 9:32-42 Eneias é curado por Pedro, houve muitas conversões, a seguir Tabita é ressucitada, e muitos creram no Senhor, mas não há nenhuma referência às línguas.

Podíamos continuar a citar os acontecimentos no livro de Atos até o ao final e ver que mais ninguém falou línguas. O leitor pode consultar isto lendo Actos a partir do capitulo 10, mas vou terminar salientando 3 pessoas que se converteram no capítulo 16 e não se houve falar de linguas, nem uma só vez nesse capítulo.

Capítulo 16:9-40

v14 Conversão de Lídia "e o Senhor lhe abriu o coração, para que estivesse atenta ao que Paulo dizia".

v 18 O demónio é expulso da vida da da jovem que estava possessa: "em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu".

v 30-32 Conversão do carcereiro e dos da sua casa. "que é necessário fazer para me salvar; e eles disseram: crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa; e lhe pregaram a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa".

Nestes 3 acontecimentos toda a tónica é colocada na Palavra de Deus que ao ser proclamada, Deus toca o coração dos ouvintes, como aconteceu com Lídia e com o carcereiro. No caso da jovem endeminhada a tónica é posta no nome poderoso de Jesus, que ao ser proclamado até os demónios são expulsos. Mas tudo isto acontece sem haver nenhuma referência às línguas.

E. A descida do Espírito Santo não é o Batismo do Espírito Santo.

Se falarmos da operação do Espírito Santo que é denominada por Baptismo do ou no Espírito, esta é uma operação distinta desta descida especial do Espírito Santo, relatada em Atos 2, Atos 10 e Atos 19.

O Batismo do Espírito Santo é uma operação resultante desta descida. Depois do Espírito Santo ter descido e dando poder e ousadia para os discipulos proclamarem o Evangelho, as pessoas que ouviram o Evangelho que lhes era proclamado pelos apóstolos e pelos primeiros discípulos, ao decidirem-se para Cristo são batizados pelo Espírito Santo, como vemos no texto em baixo:

"Arrependei-vos, para perdão dos pecados, e recebereis o dom (batismo) do Espírito Santo”. Atos 2:38

Diz claramente que eles receberão o dom do Espírito Santo e não o dom de línguas.ponto mais à frente, onde iremos ver o que se passou na igreja de Coríntios.

F. O derramamento depois do Pentecostes é contínuo

O Texto em baixo parece indicar que depois do dia de Pentecostes era prática da Igreja primitiva pedir ao Espírito Santo para derramar-se. Os discípulos a seguir ao dia de Pentecostes – já o Espírito tinha sido derramado – "pediram a Deus para o Espírito Santo derramar-se e manifestar-se com poder e milagres sobre eles".

Actos 4:29-31 "Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, 30 enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus. 31 Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus."

No entanto como já vimos, o cumprimento da descida do Espírito Santo durante a festa do Pentecostes, para iniciar uma nova dispensação da actividade do Espírito de Deus na Terra, foi acompanhado de sinais únicos e históricos, como por exemplo, o barulho como o vento, as línguas de fogo, o poder de falar línguas estrangeiras e outros prodígios.

É de notar outra vez que no texto em cima, quando o Espírito Santo desceu, não está dito que os discípulos falaram línguas, mas sim que todos ficaram cheios do Espírito Santo, e com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus (notem que na língua própria deles).
Claro que o derramamento inicial, acompanhado de sinais únicos, como o das línguas, é único e o seu enchimento é tambem especial e único.

Mas isto não quer dizer que o Espírito Santo não continuou ou deixou de "derramar-se", pois a promessa de Atos 1:8 é muito clara.

Atos 1:8 E descerá sobre vós a virtude do Espirito Santo, que há-de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a judeia, e até aos confins na terra.

Eu penso que é errado pretender que aconteça connosco o que aconteceu naquele derramamento especial, em que houve um enchimento especial e sinais especias como o das línguas. Mas isto não quer dizer que o Espírito Santo não vai continuar a derramar-se.

Claro que o Espírito Santo vai continuar a convencer os pecadores de pecado, a ungir a Igreja e os seus servos de poder e com os dons necessários para os crentes evangelizarem os perdidos e edificarem a Igreja, a encher os crentes de toda a plenitude do Espírito Santo e produzir reavivamento sempre que for necessário.

A profecia do derramamento do Espírito Santo cumpriu-se, acompanhada de sinais especiais, precisamente para que o Espírito Santo continue a derramar-se até o Evangelho ser pregado nos confins da terra e a Igreja ser arrebatada.

Actos 1:8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

"Nós lemos neste texto que a promessa que o Senhor Jesus fez, afirmando que o Espírito Santo iria descer ou derramar-se, diz respeito aos discípulos da época de toda a Igreja, a quem Jesus incumbiu de serem testemunhas até aos confins da Terra.

O Espírito Santo foi derramado ou desceu no dia do Pentecostes para ter um efeito universal e conceder poder e ousadia aos discipulos de Cristo para irem por todo o mundo pregar o Evangelho a toda a criatura, até aos confins da terra.

Desta forma, não é errado nós orarmos para o Espírito Santo continuar esta operação de derramamento ou descida sobre a carne, até o Evangelho ser pregado a todas as gentes. O que às vezes pode acontecer em forma de um reavivamento local, nacional ou mesmo internacional, por essa razão não é errado orarmos por reavivamento ou despertamento.

Somente temos que respeitar Atos 2, Atos 10 e Atos 19 como sendo um acontecimento histórico, inaugural, não pensando que hoje quando o Espírito Santo desce, tem que ser acompanhado dos sinais de Atos 2, incluindo as línguas.

No Novo Testamento vemos muitos textos que fazem alusão a esta manifestação contínua do Espírito Santo, que quer continuar a manifestar-se ainda hoje com poder sobre o mundo e sobre a Igreja.

Portanto, o Espírito Santo que iniciou uma nova dispensação no dia do Pentecostes, sendo Pentecostes a festa inaugural desta descida, quer continuar a derramar-se ainda hoje sobre o mundo e sobre a Igreja, dar convição de pecado aos pecadores e quem ouvir a mensagem e aceitar Cristo é batizado pelo Espírito Santo.

G. O derramamento do Espírito Santo nos últimos dias

Há algumas posições doutrinais que na base de alguns textos acreditam que haverá um grande derramamento no final dos tempos.

1. Derramamento no final dos tempos da Igreja

Alguns pensam que será no final dos tempos da Igreja: antes do regresso de Cristo a Igreja passará por um grande avivamento, alguns chamam de "grande reforma" a nível mundial, em que a Igreja será transformada e levará finalmente o Evangelho até aos confins da terra.

Esta ala da Igreja acha que vemos isto na profecia de Joel, que pensam ter um primeiro cumprimento no Pentecostes, mas algumas das coisas preditas na segunda parte da profecia só terá o seu cumprimento no final dos tempos da Igreja.

Segunda parte da profecia: "e farei aparecer prodígios em cima no céu, e sinais, em baixo, na terra ... o sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes do grande e glorioso dia do Senhor ... e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" Atos 2:19-21

2. Derramamento depois no meio do povo judeu

Mas, para outros, embora acreditem que possa haver um avivamento futuro, antes da Igreja ser arrebatada, acham, contudo, que o final da profecia de Joel e outras profecias antigas estão a falar de um acontecimento que terá lugar  depois da Igreja ser arrebatada, no meio do povo de Israel, que beneficiará de um grande derramamento do Espírito Santo, em que todas profecias antigas sobre a "restauração do povo de Israel" terá lugar.

Os versículos em baixo e outros não citados, parecem falar do povo de Israel e não da Igreja:

Zacarias 12:10 E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem trespassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogénito.

Ezequiel 36:26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.

Ezequiel 37:14 Porei em vós o meu espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR.

Se estiver interessado em saber mais sobre este ponto deverá investigar na Internet e tentar formar a sua própria opinião


I I. Erros cometidos pelas Igrejas

Os avivamentos na história da Igreja são fruto de um derramamento do Espírito de Deus sobre uma determinada região do globo, sobre uma Igreja ou sobre um servo de Deus.

"Os pequenos e grandes avivamentos são sempre resultado de um derramamento do Espírito Santo".

Mas há alguns que dizem que já não precisamos de orar por mais derramamentos, outros dizem que o que aconteceu no dia do Pentecostes tem que acontecer tal e qual a mesma coisa nos nossos dias.

Não devemos misturar as coisas. Há que fazer uma separação.

É verdade que no dia do Pentecostes Deus deu início a uma nova etapa na história, enviando um derramamento que iria ter uma amplitude universal e que ainda hoje estamos a assistir aos seus efeitos, mas temos que evitar alguns erros de interpretação: 

A. O erro da Igreja pentecostal

Vejamos primeiramente o erro pentecostal e carismático que diz que todos os dias deviam ser Pentecostes, e que hoje devia acontecer exactamente a mesma coisa que aconteceu no dia ou época do Pentecostes.

O primeiro erro do lado pentecostal é não compreender que quando o Espírito Santo desceu em Pentecostes, cumpriu-se uma profecia e este derramamento inicial foi acompanhado de um "enchimento" especial acompanhado de sinais especiais, nomeadamente o vento, as línguas de fogo e as línguas estrangeiras faladas miraculosamente pelos discípulos.

Devido a isto, os pentecostais, erradamente, pensam que todos os dias têm que ser PENTECOSTES.

Deste erro nasceu a doutrina que ensina que o baptismo do Espírito Santo é precedido do falar línguas como aconteceu no dia do Pentecostes.

Ou seja, eu não posso dizer que fui batizado pelo Espirito Santo, ou que o Espírito Santo desceu sobre mim, se não falar línguas.

Ensinam ainda que devemos e temos que fazer os mesmos sinais, prodigios e milagres que os "Jesus e Apóstolos fizeram naqueles dias", confundindo a missão de Jesus e a missão dos Apóstolos com a missão da Igreja.

Um outro erro, o mais grave, é considerar que o baptismo do Espírito Santo é uma "segunda bênção", que deve seguir-se à salvação.

A salvação neste caso seria a "primeira benção", mas, depois, os crentes devem buscar a "segunda benção" que é o baptismo do Espírito Santo.

Este erro parte da confusão que fazem entre a operação de receber o Espírito Santo, que a Bíblia chama de Batismo do ou no Espírito Santo, dado a todos os que crêm, e a operação de receber poder, plenitude, unção, enchimento do Espírito Santo para sermos equipados para a obra de evangelização.

De facto devíamos chamar:

1. À recepção do Espirito Santo de Batismo Do ou No Espírito Santo.

Alguns preferem chamar de Batismo No Espírito Santo, pois dizem que afinal é Jesus quem batiza com o Espírito Santo e têm razão, desta forma para mim Batismo do Espírito Santo está a falar de sermos batizados pelo Senhor Jesus no Espírito Santo

2. À recepção de poder, plenitude, unção e enchimento 

Podemos chamar de Batismo de Poder Do ou No Espírito Santo.  

É um enchimento ou unção que confere poder e plenitude aos crentes durante a obra de evangelização por todo o mundo, como aliás foi prometido em Atos 1:8 "E recebereis a virtude (ou poder) do Espírito Santo que há-de descer sobre vós ... se sereis minhas testemunhas ... até aos confins da Terra"

Falo disso, mais a fundo, no capítulo 4 que trata do Baptismo do Espírito Santo.

B. O erro da Igreja tradicional

Vejamos em, segundo lugar, o erro das Igejas mais tradicionais que que ensinam que o Espírito Santo já foi derramado de Pentecostes, de uma maneira especial naqueles dias, acompanhado de sinais especiais, incluindo o sinal das línguas, e eu acho que até aí têm razão.

Mas aonde erram é dizer que, por isso não devemos orar mais por derramamentos para sermos ungidos com poder e ousadia para podermos fazer a obra missionária.

Dizem que o Espírito Santo já desceu e não desce mais. Claro que há alas tradicionalistas que são mais moderadas e não iam ser tão estreitos como isso.

Portanto, a ala mais tradicional diria que agora a obra do Espírito Santo é interiora e silenciosa, já não há mais manifestações fortes e exteriores, como no dia do Pentecostes e nos tempos da Igreja primitiva.

Alguns da linha tradicional são mesmo muito radicais e ensinam que os milagres foram somente para a Igreja Primitiva, só existiram durante o tempo dos discípulos.

Em nossos dias não há mais milagres, nem mais manifestações sobrenaturais de Deus.

Mas, o versículo em baixo, revela que o poder do Espírito Santo foi prometido para todas as épocas da Igreja, como vemos no texto a seguir:

Atos 1:8 "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra".

Eu não apoio os erros pentecostais e carismáticos em cima referidos, que pensam que um derramamento hoje sobre alguém deve ser acompanhado pelos sinais do dia de Pentecostes e que devemos fazer os mesmos milagres feitos pelos Apóstolos e ter a mesma autoridade que eles tinham.

Eu acho que proclamar o Evangelho em línguas estrangeiras, aquele barulho como o vento, as línguas de fogo de Atos 2 foram sinais únicos que prediziam que o Evangelho iria ser pregado em todo o mundo com poder.

E acho também que muitos sinais e prodigios registados no livro de Atos, faziam parte da missão dos Apóstolos de Cristo que:

Primeiro - foram testemunhas oculares da sua ressureição;

Segundo - foram os fundadores da Igreja

Terceiro - foram os escritores do Novo Testamento.

E esta autoridade e missão única que tiveram, foi confirmada com alguns sinais e milagres invulgares que fizeram.

Portanto, muitos dos sinais da época do Pentecostes e Apostólica foram para aqueles dias, mas o poder prometido foi para toda a Igreja e de uma maneira ou de outra acompanhará os discipulos até o Evangelho ser pregado aos confins da terra.

Nós somos somos os discípulos dos confins da terra.

Por isso, temos todo o direito de orar assim:

"Nosso Deus e Pai, pedimos que o Espírito Santo desça sobre nós e nos conceda ousadia para pregarmos o Evangelho, com poder até aos confins da terra. Pedimos que o poder do Teu Espírito que derramaste no dia de Pentecostes nos acompanhe, com os milagres que preparaste para nós, pois a promessa que irias derramar o teu poder sobre toda a carne, e sobre os teus discípulos, é também para os nossos dias".

Em nome do Senhor Jesus Amem


FIM

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