quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Cura da Alma

I. A Introdução ao assunto

A cura da alma é uma das áreas da vida cristã muito negligenciada e as Igrejas não estão a providenciar programas adequados ligados com a “cura da alma”, que ajudem os membros e pastores a lidarem com conflitos da alma e a serem libertos de problemas de personalidade ligados ao carácter, emoções,  temperamento e a inclinações complexas e diversas, algumas mesmo de natureza sexual e fraudulenta.

Infelizmente, há líderes cristãos que sofrem de uma inclinação muito forte ligada a pecados sexuais, outros têm temperamentos fortes que os tornam muito agressivos e há alguns mesmo que sofrem de uma grande tendência ligada a actos de fraudulência e vigarice.

Há muitos crentes que sofrem toda a vida pela calada de diversos distúrbios a nível da sua "alma", não buscam ajuda, porque também ninguém lhes oferece esta ajuda e não conseguem uma cura completa ou libertação de certos conflitos e pecados e acabam por enganar a si mesmo e aos outros.

Mas é bom saber que afinal todos nós precisamos de "cura da alma", pois sofremos de distúrbios, conflitos e comportamentos que "precisam de ser endireitados".

Procure na Net o corinho de crianças: "havia um homenzinho torto, que morava numa casa torta, andava num caminho "torto" e tudo o que fazia era "torto" ...

Eu e voçê somos o homenzinho "torto" ... que um dia a Bíblia encontrou, e tudo o que era "torto" Jesus endireitou.
 
É deste assunto que iremos tratar – a cura da alma, deixar Jesus restaurar, endireitar a nossa alma.


I I. As doenças - emocional, psíquica, personalidade e espiritual

A. As igrejas deviam estar mais preparadas para a cura da alma

Há muitas doenças com sintomas físicos cujas causas estão na desarmonia da alma. Estão na alma, ou no psíquico como dizem os psicólogos, não são doenças orgânicas (físicas).

Normalmente quem deve lidar com este tipo de doenças são os psicólogos ou então a Igreja e os pastores, através  do aconselhamento pastoral e da confissão desses distúrbios e pecados da alma.

"Os Pastores deviam ter mais preparação na esfera psíquica, porque o trabalho pastoral está ligado directamente à esfera da alma da pessoa".

Ou deviam utilizar membros que têm cursos e experiência na área da psicologia, psiquiatria e clínica geral, para desenvolverem um ministério de cura da alma dentro da Igreja.

O problema é que, muitas vezes, são os próprios pastores que precisam da cura da alma, por sofrerem de conflitos emocionais, problema de personalidade, distúrbios psicológicos ou mesmo de uma tendência pecaminosa muito forte.

Se os pastores tivessem passado por uma  "cura da alma" maior, quando estivessem a preparar-se para o ministério, debruçando-se sobre este assunto como deve ser, talvez não precisassem tanto de ir a "restauro espiritual para pastores".

É claro que "os ministérios de restauro" não são só para ajudar os pastores a resolverem problemas emocionais, personalidade e pecaminosidade, mas estão também ligados ao trabalho pastoral que por ser um muito árduo, pode ultrapassar a capacidade física e emocional do pastor, levando-o a precisar de um tempo de descanso e restauro emocional, psicológico, físico e espiritual.

O trabalho da Igreja e dos pastores é lidar com pessoas que, muitas vezes, podem ser portadoras de conflitos, inclinações e tendências muito complexas. Um médico por muito treinado pode não estar preparado para o trabalho de cura da alma, por não saber lidar com o pecado das pessoas, levando-as à confissão e à restauração.

A não ser que seja um médico, psicólogo ou um psiquiatra cristão, que do meu ponto de vista são aqueles que estão mais preparados para lidar com a "cura da alma".  

B. O transtorno e a desarmonia da alma.

As causas que podem criar desarmonia na alma e criar atitudes pecaminosas são:

Um ressentimento contra alguém que nunca conseguimos perdoar; uma injúria que fizeram contra nós, que nunca mais esquecemos; maus tratos de familiares ou vindo de terceiros que deixaram marcas profundas no fundo do nosso íntimo; abusos físicos e sexuais; problemas de personalidade ligados com o carácter e o temperamento da pessoa; distúribos emocionais de diversa natureza; inclinações para actos sexuais contre nature e até de grande perversão; um pecado qualquer que nunca deixamos e aos poucos vai envenenando o nosso corpo e a nosssa alma; e a tendência inata ou adquirida para a depressão e doenças bipolares.

É claro que não podemos ignorar que alguns destes problemas podem estar associados a doenças físicas, e precisam de um tratamento profissional adequado.

Neste trabalho eu vou fazer referência aos problemas da alma que estejam mais associadas a problemas de personalidade e temperamento, problemas de natureza emocional e psicológica, ou a outras inclinações e tendências em que o "pecado" pode ser a causa principal.

O pecado, qualquer que seja, existente e alimentado dentro do coração, pode criar problemas sérios à alma humana, levando-a ao desregramento (desordem), confusão, culpa, desespero, desesperança e mesmo à depressão e ao suicídio.

Mas, para falar um pouco mais sobre este assunto tão pertinente que é a "cura da alma", terei que primeiro dar alguns esclarecimentos sobre a questão da dor e a doença.


I I I. Diversos aspectos sobre os conflitos da alma 

A. Sobre a dor e a doença

A dor natural foi criada por Deus para proteger-nos no nosso contacto com o meio ambiente. A dor é normal. Só quando a dor atinge certos limites, é que se torna indesejável.

A doença, no entanto, não é da vontade ideal e original de Deus. A vontade ideal e original de Deus é que todos os homens e mulheres pudessem gozar de uma boa saúde.

No entanto, embora a doença não seja da vontade ideal e original de Deus, ela existe por causa da entrada do pecado original no mundo e Deus no seu processo redentor pode utilizar a doença para chamar uma pessoa para si e mesmo para a santificação dos crentes e outros aspectos mesmo um pouco misteriosos.

Vemos por exemplo o caso misterioso de Job, que era um homem recto, mas que Deus chegou mesmo a permitir que o diabo infligisse a doença nele, e o fizesse perder os seus filhos e bens.  Mas vemos no final do livro, que depois daquela grande prova Job foi muito abençoado.

Jó 42: 12 Assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. 13 Também teve outros sete filhos e três filhas.

B. Como surgiu a doença

Deus não nos criou como bonecos mecânicos, como aquela boneca que quando abraçamos e carregamos no botão ela fala e diz: “I love you”. Mas, afinal ela não ama nada, pois não tem sentimentos.

Deus criou-nos como “agentes morais” com sentimentos, vontade própria e com uma consciência do bem e do mal.

Deus criou o homem livre, e o homem por sua própria vontade decidiu pecar voluntariamente, escolhendo o mal em vez do bem. É daí que veio o pecado original e como consequência o comportamento pecaminoso do homem e a doença.

Todas as doenças tem como causa primária o pecado original

C. A doença divide-se em 2 classes: físicas e psíquicas

Nas doenças físicas, a raiz da doença está numa mal função, ou dano no organismo – "mais propriamente dito, no corpo".

Nas doenças psíquicas a raiz da doença está numa mal função da mente “psíquico” – "disfunção na alma da pessoa".

É de notar que esta doença não está no cérebro - senão seria uma doença física; mas sim no pensamento, psíquico, ou alma, como queiramos chamar.

Pode aparentar ser uma doença física, por causa dos sintomas, mas a causa pode ser, por exemplo: "excesso de preocupação, choque emocional, stress, diversos abusos, problemas de personalidade de natureza temperamental ou de carácter que dificultam o relacionamento com a vida e com as outras pessoas, ou um outro comportamento, tendência e relacionamento qualquer que causa desarmonia em nossa alma".

As doenças físicas não fazem parte da esfera dos pastores ou da Igreja. As doenças físicas devem ser tratadas pelos hospitais e médicos.

Dizer a uma pessoa que herdou ou contraiu uma doença puramente física que não deve ir a um hospital, ou a um médico, é um atentado contra a sua vida e uma atitude de grande ignorância e de irresponsabilidade.

Não estou a dizer que a Igreja, ou pastores não devem orar por pessoas que estão doentes fisicamente.

Claro que podem e devem acreditar que Deus no seu amor e imensa graça pode intervir e efectuar a cura divina.

D. Doenças complexas que podem ter muitas causas

Há "doenças complexas", por não se saber completamente ao certo, do ponto vista científico, a percentagem que a mente e o corpo têm na causa dessas doenças.

É o exemplo de certos comportamentos ligados com a sexualidade, o álcool, a droga, o jogo, o tabaco, e a tendência para a fraudulência, vigarice, violência e para o crime.

No entanto qualquer que sejam as causas destas inclinações ou doenças, há que distinguir bem as causas e os efeitos.

Ou seja, não podemos desculpar os efeitos, se forem maus ou perniciosos, atestando que a pessoa não é responsável pela causa da sua doença ou inclinação.

Se os efeitos, ou os sintomas são maus, devemos em primeiro lugar colocar a etiqueta certa no comportamento - “comportamento mau”; no caso pastoral e bíblico, a etiqueta seria - “pecado”, ou seja "comportamento pecaminoso" .

Depois da etiqueta posta, e o comportamento da pessoa ter sido etiquetado como "comportamento mau ou pecaminoso", passamos ao diagnóstico.

Reparem bem que estou a dizer que o comportamento da pessoa é mau, é pecaminoso. É o comportamento dela que estamos a condenar. Não é a pessoa! A pessoa precisa de ser ajudada e restaurada.

Ao passarmos para o diagnóstico, procuram-se as causas da doença que está a levar a pessoa a esse "comportamento mau". Lida-se com as causas, tentando identificá-las e procurando ajudar as pessoas através dos meios terapêuticos e pastorais à nossa disposição.

Portanto, não vamos dizer a um prostituto, prostituta, alcoólico, drogado, vigarista, violento e homicida ou alguém que tem um "mau comportamento", que não faz mal, que ele pode continuar, que ninguém tem nada a haver com o seu comportamento e que, por final, ele nem é culpado das causas que o levaram a isso.

Não vamos atacar a pessoa, mas vamos identificar o seu comportamento como "mau ou pecaminoso " e vamos atacar as causas e procurar providenciar a cura para as pessoas.

O ano passado, um pastor, dos mais conhecidos na América, que tanto atacou o homossexualismo, foi descoberto e afinal ele mesmo tinha um amante a alguns anos.

De certeza absoluta que este pastor evangélico sabia que esta prática é pecaminosa. Mas, o problema dele, é que havia causas físicas, mentais, ou provenientes unicamente do seu passado, ou uma mistura disso, que o levaram a essa prática e como ele nunca recebeu tratamento, continuou às escondidas a praticar o homossexualismo.

Pode haver problemas iguais ligados com o álcool, jogo, adultério, problemas de temperamento e carácter, que atormentam as pessoas, até crentes e mesmo pastores evangélicos, que nunca tiveram o cuidado ou a coragem para lidar de frente com esses problemas e procurar a libertação e cura, que forçosamente terá que que passar pela confissão, o arrependimento e a Fé em Cristo.

Desta forma, há pessoas que sofrem toda a vida de um problema, mas vão "ventilando" o problema, ou "negando" o problema, ou "racionalizando o problema", ou buscando "bodes expiatórios" culpando outras pessoas e situações como sendo os principais responsáveis por esses maus comportamentos, em vez de os confrontar de frente e procurar o perdão, a libertação e a cura!

Se for o caso de um pastor evangélico que sofre de uma problema assim, os familiares e os membros das suas Igrejas terão que o aturar e sofrer as consequências desse problema.

A cura da alma é uma das áreas da vida cristã que tem sido mais negligenciada e as Igrejas não estão fazendo muita coisas, para poderem providenciar programas e terapias adequadas ligadas com a “cura da alma”, que ajudem os seus membros e pastores a lidarem com problemas de natureza emocional, a moderarem os seus temperamentos, a purificarem aspectos pecaminosos do seu carácter e a serem curados e libertos de doenças complexas de todo o tipo, como já vimos em cima, que possam estar a sofrer pela calada, sem nunca ter conseguido uma completa cura e libertação, enganando-se a si mesmo e aos outros.


I V. As doenças espirituais

Além dessas doenças complexas que podem ter uma causa física ou psicológica, ou uma combinação das duas, nós temos ainda as doenças espirituais que podem vir de possessão, opressão ou perseguição diabólica.

Os pastores quando estão a lidar com as pessoas não sabem muitas vezes qual é a causa que está por detrás de determinados sintomas e comportamentos, se é puramente emocional, psíquica, doença da personalidade e mesmo física, ou se é espiritual, causada por um demónio.

"Acerca disso, a própria Bíblia revela que os demónios até podem também infligir doenças físicas, vemos o caso de Job que o diabo infligiu-lhe a doença, e vemos o caso daquela mulher corcunda."

Lucas 13:11 "E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se".

A Bíblia fala aqui de um espírito de enfermidade que mantinha aquela mulher doente durante dezoito anos.

Poranto se os demónios podem causar doenças físicas, quanto mais doenças de natureza emocional e psicologica.


V. A cura para as doenças psíquicas ou espirituais

A. Confissão, perdão e cura da alma.

Romanos 10:9 "Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo".

1 João 1:9 "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça".

1. Vejamos um exemplo simples, para começar:

Uma senhora ouviu uma palestra de um doutor cristão formado em psicologia e psicoterapia cristão e pediu-lhe para ir visitar um amigo que estava doente e tinha deixado o trabalho. Ele foi. Este homem tinha trabalhado cerca de 30 anos no mesmo lugar sem problemas. Mas de um dia para o outro começou a sentir-se mal, dores no peito etc e caiu de cama.

Fez vários exames e testes e não foi encontrado qualquer anomalia.

Quando o doutor, o viu pela primeira vez ele pouco dizia. Passado alguns dias o doutor cristão, sentiu que o que aquele homem precisava era de Deus. Fechou os olhos e orou por ele.

Quando acabou a oração e pediu-lhe que ele lhe dissesse o que ia na sua mente, qual era o seu problema.

O homem abriu-se e contou uma história ligada com determinado pecado que ele fez. Ao acabar o doutor, falou-lhe do perdão de Deus. Da necessidade de ele confessar o seu pecado

O homem confessou o pecado, e pediu perdão a Deus. A seguir o doutor orou por ele. No outro dia, o homem acordou, sem dores, e foi trabalhar.

Confissão, perdão e cura da alma, estão ligados.

2. A Bíblia revela que Jesus tem poder para curar

Nós vemos na Bíblia que grande parte das curas de Cristo foram curas físicas. Ele, como filho de Deus, tinha o poder para curar o corpo das pessoas, a cegueira, paralisia, surdez e outras doenças.

"Mas há também curas de Cristo que eram de origem emocional, psíquica e espiritual.

Marcos 1:34 "E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demónios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era."

Repararam nas frases: "toda sorte de enfermidades" e "expeliu muitos demónios".

Em cima, já vimos que o Senhor Jesus curou aquela mulher, corcunda, que há dezoito anos era atormentada por um espírito de enfermidade, e vemos que ele expulsou muitos demónios e curou as pessoas endemoninhadas.

Mas ele também curou a mulher que foi apanhada em adultério - uma doença moral - e que por isso a queriam apedrejar:

João 8: 10 "Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.] "

E vemos ainda que o Senhor Jesus curou muitas outras pessoas dos seus pecados morais e de personalidade, como Zaqueu, Mateus etc

ELE até curou Tomé cujo pecado era a falta de fé - a dúvida - e Pedro, cujo pecado era a impulsividade e curou prostitutas como Maria Madalena e a mulher que lavou-lhe os pés e enxugou-os com os seus cabelos.

Nós não temos a mesma autoridade de Cristo, nem dos Apóstolos, para fazer milagres, prodígios e maravilhas como eles fizeram, mas podemos no entanto fazer um seguimento às pessoas que estão sofrendo de diversas doenças e moléstias, estudando a Bíblia com elas, fazendo o aconselhamento pastoral, levando-os a retiros espirituais e a fazerem estudos específicos ligados ao problema que estão a sofer.

No entanto, eu creio que ao mesmo tempo é importante orar para Deus intervir com unção, cura, libertação e restauro divino em algumas áreas aonde houver necessidade de uma intervenção divina mais directa.

O processo da cura da alma envolve um acompanhamento gradual perseverante, juntamente com a oração da fé constante pedindo por intervenções divinas na vida da pessoa em questão. 

Vou dar um exemplo:

Os aditos da droga e do álcool estão dependentes de uma substância e precisam de tempo para gradualmente libertarem-se da dependência dessas substâncias. Para isto, eles devem receber acompanhamento médico, juntamente com acompanhamento pastoral para haver resultados duradouros e profundos. Há portanto todo um lado físico e psicológico que precisa de restauração através do apoio médico e pastoral indicado e isto leva tempo.

Mas, paralelamento a este processo gradual de restauro físico e psicológico, a pessoa tem vontade, raciocínio, emoções, instintos, subconsciente etc, que precisam de receber "unção divina" e em alguns casos mesmo "cura divina". 

Desde o primeiro contacto com a pessoa, que nós devemos orar sempre pela "unção e cura divina" na vida da pessoa, pois a pessoa ao receber estas "provisões espirituais" de Deus será preparada para aceitar ir para um centro de reabilitação e também para reagir positivamente ao tratemento físico e psicológico durante este tempo de reabilitação.

Com a cura da alma é a mesma coisa. Há um processo de restauro gradual feito na alma da pessoa e isto leva tempo, que deve ser acompanhado com "unção e cura divina" a ser providenciada por Deus à pessoa durante este processo que irei chamar também de "reabilitação".

Claro que há casos em que Deus pode agir de tal maneira e curar mesmo a área física e psicológica da pessoa, e devemos orar por isto, mas esta não é a regra geral, é a excepção.

Portanto devemos orar sempre pela "unção e cura divina" das pessoas com Fé e na autoridade que nos foi confiada por Cristo.


V I. Erros que devemos evitar

É um erro não fazermos distinção entre as doenças físicas e as doenças da alma e espirituais. Se a doença tem a sua origem na alma, terá que se tratada através de uma terapia psicológica e espiritual.

Mas se a doença for de origem física, apesar da terapia psicológica e espiritual poder ajudar, terá que haver a intervenção daqueles que foram treinados: os médicos, cirurgiões, psiquiatras etc.

Se ignorarmos este erro mostramos que somos ignorantes e a nossa ignorância poderá ter consequências graves para as pessoas com quem estamos a lidar.

Podemos pôr em risco a vida de uma pessoa se não permitimos que seja tratada do pelos médicos, quando a sua doença é física.

A. Acusam as pessoas de falta de Fé.

Há muitas Igrejas e pastores que acusam as pessoas que não foram curadas, de terem tido falta de fé,.

A forças mentais que ainda não totalmente conhecidas. Há pessoas que são curadas de uma doença, sem terem fé nenhuma para serem curadas. São precisamente curadas pela acção de técnicas mentais que poderão ter efeito no seu corpo (coisas ainda não conhecidas pela ciência).

Há curas feitas através de métodos espiritualistas e espiritistas ou através do poder da sugestão, que não têm qualquer origem em Deus.

O problema está em saber se estas curas são de longa duração ou não. Eu me lembro de alguém que parecia curada ao receber em casa um pastor curandeiro que era acompanhada de uma mulher que era medíum.

Eu adverti a senhora em casa dela e numa reunião feita na casa de um crente, pois eu sabia que ela não tinha sido curada por Deus. A pessoa não quis ouvir, mas ficou aparentemente curada: deixou de coxear e de ter a cara caída, pois a perna estava presa e a cara caída por causa de uma trombose que teve, e não precisou mais de fazer o tratamento que estava a fazer.

Mais tarde, ela apercebeu-se que foi enganada e roubada em muito dinheiro, e soube do caso de outras pessoas que também foram enganadas na sua vila. Ela decidiu então voltar à Igreja, chamou-me a casa, oramos juntos, ela confessou o seu pecado, passado uns dias voltou a estar doente e ainda está doente até hoje, coxeia a perna, tem a cara caída e precisa de fazer o tratamento, senão morre.

É um senhora de fé, a prova é que teve coragem para reconhecer o seu pecado, mas Deus não a curou.  Claro que não podemos negar que há curas divinas, nuitas pessoas testemunham disso, e esta senhora poderia testemunhar do mesmo, mas Deus tem outros planos para ela.


B. Acusam as pessoas de falta de fidelidade com a Igreja

Dizem que as pessoas são infiéis e não querem nenhuma compromisso financeiro com a Igreja e os pastores. Se eles derem, e quanto mais derem, Deus lhes dará em troca, saúde e riquezas.

Normalmente quem utiliza estas tácticas e técnicas são os chamados “movimentos de Fé” ou "movimentos do Evangelho da Prosperidade", que tem o alvo de enriquecerem à custa da ignorância dos crentes.

C. Igrejas que associam doenças físicas e psiquicas ao pecado

Há Igrejas extremistas e excêntricas que associam todas as doenças, perdas e calamidades na vida de uma pessoa a um pecado que estamos a cometer. Ou seja se uma pessoa fica doente, ou perde alguma coisa ou pessoa, ou passa por um problema trágico é porque anda a pecar.

Pode ser verdade em alguns casos, mas não é sempre verdade em todos os casos.

No caso de Job, os amigos o acusaram que ele estava a sofrer e a perder por culpa do seu pecado. E estavam enganados e foram repreeendidos por Deus, pois Job era um homem recto.

Além disso estas Igrejas dizem que se uma pessoas tiver Fé em Cristo, nunca fica doente, nem pobre, pois Cristo veio libertar-nos de todas as maldições.

É verdade que Cristo veio pagar e libertar-nos de todos os pecados, enfermidades e maldições, mas é so na ressureição final que receberemos um corpo e uma vida gloriosa.

Em Romanos 8:18-39 vemos que nesta terra, gememos, sofremos, somos perseguidos, condenados, passamos fome, nudez, somos entregues à morte todos os dias por a mor de Jesus, mas em tudo seremos vencedores, pois nada nos afastará do amor de Cristo e um contemplaremos a redenção completa do nosso ser incluindo a alma e o corpo e não seremos mais servos da corrupção.


V I I. A conclusão

Vemos então que a cura passa pelo Senhor Jesus, que tem poder para curar todas as doenças, incluindo as de natureza física, psíquica, emocional, moral, personalidade e de natureza espiritual.

As cura das doenças de natureza psíquica, personalidade, moral e espiritual, passam pelo reconhecimento do pecado, qualquer que seja, seguido da confissão do pecado e do perdão oferecido por Deus.

Se houver reconhecimento, confissão, haverá perdão. Quando há perdão, há libertação do pecado, ou dos seus efeitos e há purificação da culpa.

Se, num caso especial, houver uma doença física, mas causada por um pecado ou demónio, a cura também passa pela confisão, arrependimento, fé seguida do perdão de Deus.

 Às vezes, neste caso, a pessoa é perdoada, restaurada, mas do ponto vista físico podem ficar sequelas causadas pelo pecado, que podem nunca ser curadas.

Havendo, reconhecimento, confissão, perdão, libertação, purificação da culpa, há sempre restauração e cura da alma.

Leia ano meu blog sobre a cura divina

FIM

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Cristão e a Política











I. O que é a Política - sua acção e limites.

A. A política refere-se às acções do governo.
B. Uma ideia errada de política.
C. Análise política vista do ponto vista bíblico.

II. A ordem política no mundo foi criada por Deus. 

A. A História de Caim e Abel.
B. Deus estabelece e institui a ordem política.

III. A acção cristã no mundo.
 
A. O Mandato Cultural é para o homem governar a terra.
B. Gênesis é o prológo da história humana que vem a seguir.
C. A redenção deu força e valorizou o mandato cultural.
D. A Lei - etapa intermediária entre o mandato culural e a redenção de Cristo.

IV. Estatização do Estado.

A. O Socialismo e o pós. modernismo são hostis à Bíblia.
B. A Moral da história é quererem amordaçar os crentes.

V. A Globalização e o governo da Besta.

A. A Globalização é uma questão bem antiga.
B. Três perguntas impertinentes acerca da Globalização.

VI. Análise às ideologias políticas que governam o mundo.

A. As correntes políticas mais proeminentes no mundo.
B. A relação das ideologias políticas com o cristianismo.


I. O que é a Política – sua acção e limites.

A. A política refere-se às acções do governo

Há muitas questões discussões sobre acção social, mordomia social, solidariedade, mas, embora, todas estas questões interessem aos políticos, nenhuma delas é em si mesma uma questão política.

Quando estamos a falar de política, estamos falando das acções de um governo, daquilo em que os governos estabelecem, regulamentam e fazem e daquilo que o povo faz em relações às tomadas de posição de um governo.

Às vezes ouvimos dizer que tudo o que fazemos é política:

"política de trabalho, política sexual, política familiar", enfim, pode ser verdade que no sentido trivial da vida, tudo o que fazemos é política, mas não podemos perder o sentido mais importante do significado desta palavra – Política.

Tudo o que fazemos, livros, sermões, máquinas, jornalismo, futebol, envolve poder, e até pode ter uma grande influência sobre a política de um país, mas isto não quer dizer que estas coisas têm um verdadeiro poder político.

A política envolve um outro tipo de poder, mais específico, que é aquilo que aos poucos irá ser salientado neste trabalho.

Podíamos resumir o significado da palavra política da seguinte maneira:

“É um assunto dos governos e dos Estados, o que são, o que fazem e o que deviam fazer”

Embora todos nós devemos ter um estilo de vida solidário, comunitário, isto não entra na política, ao menos que afecte directamente as acções dos governos ou as nossas próprias acções na confrontação com as acções do governo.

Portanto a actividade política não é resolver aquilo que é bom, ou que tem valor, como por exemplo decidir que ir à Igreja é bom, e impor isto ao povo, ou que aquela religião é má e proibi-la ao povo. 

Estes assuntos não são para serem resolvidos pelo governo através de uma acção social, legislativa e parlamentar ou devam fazer parte da Constituição de um país.

B. Uma ideia errada de política.

Infelizmente há políticos que têm uma ideia errada daquilo que é fazer política.

Para eles, a política tem que ter uma dupla acção ao lidar com as coisas, para ser considerada uma actividade política. 

Deste ponto de vista a política tem que envolver a mentira, esconder a verdade, e saber tirar partido das situações.

Para tais políticos, a política passa a ser uma “conduta pública que tem o fim de atingir interesses particulares ou de um grupo social, não importando os meios utilizados para atingir os seus fins”.

Desta forma a política utiliza o seu poder de uma forma corrupta.

Por isso dizem, que se alguém não for capaz de ter uma tal conduta, mas quiser antes ser transparente, verdadeiro, honesto, não pode fazer política, nunca será um bom político.

Nós vemos em I Samuel 8:11-18 um exemplo desses, em que Samuel advertiu ao povo qual seria o costume dos reis. 

Eles iriam explorá-los e roubar as suas terras, em vez de governá-los com justiça.

C. Análise política vista do ponto vista bíblico.

1. Análise do ponto vista cristão.

Como a minha análise está a ser feita do prisma cristão, há questões importantes que os cristãos devem saber para envolverem-se na política, como por exemplo as questões em baixo mencionadas:

Qual é o propósito dos “servos de Deus” na política?

Qual é a função da Lei?

Qual é a função de um Estado e do Governo, o que deve fazer?

Qual é a natureza da autoridade e do poder político?

Quais são os limites da autoridade e do poder político?

Iremos aos pouco e de uma maneira geral falar sobre estas questões nos capítulos que se seguem. 

Uma resposta correcta, tanto secular como bíblica, a estas cinco perguntas, servirá de uma boa base ao envolvimento dos cristãos na política.

Os cristãos precisam de conhecer as respostas a estas questões para poderem ter um conhecimento daquilo que é política e assim poderem exercer acções políticas concretas que possam ser úteis à sociedade.

Antes de continuar deixem-me delinear de uma maneira simples a diferença entre o Estado e o Governo. O Estado detem o poder soberano sobre o espaço aério, marítimo e de solo de uma Nação. E o Governo detém o poder administrativo de um estado.

No caso de Portugal, temos um chefe do Estado - o Presidente, e um chefe do Governo - o 1º ministro, tendo ambos diferentes poderes.

No caso da Inglaterra o chefe do Estado é a Rainha e o chefe do Governo é o 1º ministro.

Tanto o Estado como o Governo exercem um poder político dentro de uma Nação, regulamentado e limitado pela Constituição e demais legislação em vigor determinada em reuniões parlamentares.

2. A necessidade de compreender o que é Política.

Só depois de compreendermos bem o que é a Política, poderemos falar um pouco sobre as acções concretas que os cristãos podem ter no seu envolvimento político.

Vivemos num mundo onde gastamos milhões em armas de guerra e onde a utilização do instrumento de tortura e a morte de pessoas em acções militares aumenta de ano para ano.

Surgem no mundo uma proliferação de toda a espécie de ideologias políticas, mas que são incapazes de manter a estabilidade e a prosperidade social.

Há um número incrível de pessoas que estão a morrer esfomeadas e vítimas da guerra todos os minutos que passam.

Vemos também valores tradicionais de carácter social e moral em total decadência.

A indisciplina e a brutalidade aumentam nas escolas, nas famílias e mesmo nas ruas das nossas cidades.

"As nossas sociedades dizendo-se democráticas e respeitadores dos direitos humanos, caíram num desrespeito total pelas autoridades, e sem o devido respeito pelas autoridades se torna cada vez mais difícil implantar a democracia nas sociedades e o respeito pelos direitos humanos".

Como é que os cristãos podem envolver-se e ajudar a mudar o rumo das coisas.

a. Conhecer bem a natureza e o propósito da política

Os cristãos devem conhecer bem a natureza e o propósito da política, antes de envolverem-se na mesma.

Lord Shaftesbury e William Wilberforce, são homens que deixaram grandes exemplos do envolvimento dos cristãos na política. 

Grande parte dos grandes pensadores políticos no mundo ocidental, nestes 2000 anos de história foram cristãos fiéis como Origenes, Augustine e Tomas Aquinas.

Mas, apesar destes e de outros grandes exemplos, a compreensão dos cristãos acerca da Política tem sido muito deficiente.

Tem havido algumas divergências entre os cristãos acerca dos critérios políticos.

Há ainda uma grande tendência entre os cristãos para utilizarem aspectos do ensinamento cristão em questões políticas, como por exemplo o perdão ao próximo, princípios de igualdade e moralidade, que não podem ser utilizados em política, ou melhor não podem ser pregados num comício, ou durante uma palestra política, da mesma forma como se pregam numa Igreja.

É por essa razão que é necessário haver uma grande reflexão, muito conhecimento dos fundamentos bíblicos, um grande espírito de oração para os crentes envolverem-se no mundo da política e um grande conhecimento sobre a natureza da actividade política.

b. Não se deve misturar moralismo com política e vice-versa.

Devemos evitar cair no moralismo ao tratar deste assunto tão complexo. Se é verdade que ao exercer-se politica, isto envolve escolhas entre o bem e o mal, justiça e injustiça, não podemos cair no “moralismo” pois a actividade política envolve outros aspectos, muito delicados, que devem ser tomados em consideração.

A política não existe forçosamente para lidar com factos como “a esposa que foi espancada”, ou “a pornografia sem fronteiras na Internet”. 

Em política não se pode tratar em absoluto assuntos como a “utilização de drogas” e eu direi mesmo matérias sobre o “aborto” ou “homossexualismo”.

Pode haver uma área destas esferas em que a política tem que envolver-se e até decidir, mas não são assuntos para serem tratados em absoluto pela política.

Temos que fazer sempre duas perguntas, quando queremos tratar de assuntos que sejam matéria exclusiva e absoluta da política:

Primeira pergunta: 

Este determinado assunto é para ser tratado politicamente - isto quer dizer, pelo governo?

Segunda pergunta:

Este assunto deve ser tratado por outros órgãos: “judiciais”, “legislativos" ou através de modalidades e instituições científicas, sociais, desportistas, religiosas, éticas, morais e judiciais?

Por exemplo, os políticos não têm nada que envolver-se no caso de “Madie”, pois é uma questão judicial que envolve os órgãos policiais e da justiça.

Nem devem também opor-se à postura que uma "religião toma diante de determinados comportamentos sociais", desde que ao defender a sua posição religiosa, não transgridam o código civil e penal em vigor.

Não cabe aos políticos forçar uma determinada Fé, por exemplo, a aceitar um sacerdote homossexual, dizendo que esta Fé ou Igreja está a descriminar a pessoa, se não aceitar que o sacerdote seja homossexual.

É claro que sabemos que os políticos querem envolver-se nestas coisas, mas será que é esta a tarefa deles?

De querer controlar todas as coisas?

Os órgãos políticos não devem envolver-se directamente, nem legislar sobre questões que envolvam consciência, sentido humano de justiça, sensibilidade religiosa, ética cultural e científica.

Cito alguns exemplos: 

O “aborto, adopção de crianças por casais heterossexuais, casamento entre homossexuais, manipulação genética, regras religiosas e certos interesses económicos, comunitários e culturais”.

A questão sobre o aborto e a manipulação genética pode supostamente envolver crime, pelo menos do ponto de vista de uma parte da sociedade. 

É claro que se ouver assuntos de carácter religioso, moral, cultural científico e outras áreas não políticas que possam envolver crime, isto pode fazer que a política tenha que se envolver directamente nesses assuntos.

Mas de uma maneira geral, em todas estas questões não políticas,  os governos não deviam legislar e quando sentirem que deva haver alguma legislação a respeito de uma delas,  normalmente falando deveriam deixao o povo votar num referendo, pois são questões de ciência, consciência, moral e até religiosa.

Se um assunto não político como os acima citados, começar a criar uma grande tensão dentro de uma sociedade, e caso não venha referido na Constituição do país, ou não haja Legislação em vigor a este respeito, e sentindo-se a necessidade de legislar sobre o mesmo, o máximo que os órgãos politicos deviam decidir em Parlamento é se o assunto deve ser levado a referendo ou não, com o voto, ou o veto, da Presidência da República, no caso de Portugal.

Se o tal assunto for levado a referendo, por uma maioria parlamentar e o voto do Presidente da República, cabe ao povo, com todas as suas representações politicas, civis e religiosas decidir. 

Mas, os governantes ou os membros da presidência da República, não deviam envolver-se enquanto órgãos de Soberania.

Mas podem e deviam envolver-se como cidadãos.

E, mesmo assim, isto não quer dizer que o povo irá fazer a boa escolha do ponto vista social e moral sempre que houver um referendo sobre um assunto não politico. 

Mas, uma coisa é certa e boa, se houver referendo, o assunto foi pelo menos decidido pelo povo e não pelos governantes!

3. Não cabe aos políticos legislar sobre questões de moral, fé e Cultura.                                                
Portanto, não cabe aos políticos legislar ou decidir sobre matérias que envolvam moral, consciência, fé, ciência, cultura, desporto, a não ser nas áreas que estejam estritamente ligadas à esfera da acção política.

Como da mesma forma, não cabe à comunidade religiosa, científica, social, económica, cultural, desportiva etc determinar o que os políticos devem fazer na sua esfera de acção.

"A comunidade deve ser livre, é claro, para falar, dar voz às suas opiniões e até protestar pacificamente contra a acção dos governos, mas não pode tomar o lugar do mesmo, nem pela violência, nem por qualquer outra forma".

A moralidade familiar, moralidade dos costumes, moralidade religiosa, moralidade científica e desportista, não tem nada a haver com a Política, a não ser nas áreas ligadas directamente à mesma.

Terei que repetir para ficar bem claro: 

Que os políticos não podem decidir e muito menos legislar, sobre as crenças que as pessoas devem ter, sobre os seus valores morais, questões ligadas com a consciência e o comportamento, sobre as suas convições políticas ou envolvimento com ideias e associações culturais e mesmo científicas, desde que estas não atentem contra o código civil e penal em vigor.


II. A ordem política no mundo foi criada por Deus.

A. A História de Caim e Abel

Na história de Caim encontramos o estabelecimento de uma autoridade justiceira, que aos poucos vai dar lugar à Instituição a que podemos chamar de Governo devidamente dirigida por majestrados  e autoridades escolhidas para este fim.

Este princípio revelado em Gênesis na história de Caim, foi desenvolvendo passando de Governo tribal para os actuais governos das Nações. 

O Governo é portanto uma instituição estabelecida por Deus:

Vemos isto em Romanos 13:1:

”toda a alma esteja sujeita às autoridades, pois as autoridades que há foram estabelecidas por Deus”.

Leia o capítulo 13:1-7

Vemos que Caim matou Abel e logo a seguir Deus lhe disse em

Gênesis 4:10

“o sangue do teu irmão clama a mim deste a terra”.

A palavra utilizada aqui para “clamar” significa “gritar”. 

E através do Antigo Testamento, esta palavra refere-se ao grito daqueles que estão sofrendo a opressão e a injustiça.

É o grito dos pobres e dos necessecitados, que resultou na destruição de Sodoma e Gomorra Gênesis 18:20 e
Ezequiel 16:49. 

É o grito de Israel na escravidão. Êxodos 2:23-24

Esta palavra é técnica também. 

Fala de um apelo à autoridade no sentido desta intervir numa situação de opressão e injustiça.

Quando há autoridades que preenchem com retidão as funções para o qual foram estabelecidas, este apelo chega a Deus, o guardião de toda a justiça, e Deus vai utilizar estas autoridades para fazer justiça na terra.

Deus apareceu e falou a Caim com autoridade política:

Gênesis 4:11 “E que agora, maldito és desde a terra ... fugitivo e vagabundo serás na terra”

Caim queixa-se que tem medo, pois Deus lhe retirou a Sua proteção judicial: 

Gênesis 4:14“e que hoje da tua face me esconderei e será que todo aquele que me achar me matará”.

Sempre que a Bíblia refere que Deus esconde a sua face de alguém ou de uma Nação, isto quer dizer que Deus não virá mais em sua defesa e, por isso, não vão prevalecer.

Mas quando Deus esconde a sua face de alguém ou de uma Nação, então o injusto irá prevalecer sobre esta pessoa ou Nação.

Vemos estas ideias:

Salmos 101:11; 13:2; 22:25; 27:2, 9; 30:8; 44:25; 69:18; 88:15; 102:3; 143:7

Jó 13:2 

Deuteronómio 31:17-18; 32:20, 35, 36, 41 

Isaías 8:17

Jeremias 16:17

O medo de Caim não era andar escondido de Deus, mas é que Deus escondrsse a sua face dele, pois assim ele ficará à mercê daqueles que o irão matar ou fazer justiça por ele ser um criminoso.

Mas Caim, apesar do criminoso, ainda está debaixo da ordem política de Deus e é Deus o único que tem direito a fazer justiça.

B. Deus estabelece uma ordem política divina

Desta forma Deus disse “porque qualquer que matar Caim, sete vezes será castigado”. 

Ou seja, qualquer que fizer justiça pelas suas próprias mãos será castigado por mim. E para mostar que Deus é quem estabelece uma ordem política na sua criação:

“E pôs o Senhor um sinal em Caím, para que o não ferisse quem o achasse”.

Na ordem política divina estabelecida por Deus, não há lugar para os homens fazerem justiça pelas suas próprias mãos. 

A Justiça terá que ser feita por uma autoridade humana estabelecida na sociedade.

Nessa altura ainda só havia tribos e grupos, mas Deus já estava a ensinar que eles deviam estabelecer governos e tribunais aonde os homens pudessem ser julgados com justiça.

Aparece então Lameque que distorcendo a ordem de Deus:

“qualquer que matar Caim fazendo justiça pelas suas próprias mãos, sete vezes será castigado”, diz:

Gênesis 4:23-24

“Eu matei um varão po me ferir; Porque sete vezes Caim será vingado, mas Lameque setenta vezes sete”.

Com Lameque, não há ordem, não há justiça feita por uma Instituição estabelecida por Deus, mas há sim vingança, barbarismo e desta forma a ordem estabelecida por Deus é pervertida dando lugar à violência e à anarquia na terra em que cada um faz justiça pelas suas próprias leis ou mãos, e passa a prevalecer a lei do mais forte.


III. A Acção do cristão no mundo.









A. O Mandato Cultural é para o homem dominar e governar a terra.


Genesis 1:28 “criai-vos e multiplicai-vos e enhei a terra, e submetei-a”

Este é o mandato cultural de Deus, para o homem desenvolver a cultura, a ciência e as sociedades sobre a Terra.

Este mandato é visto pela Igreja com pouca importância, porque foi uma ordem dada antes da queda, e com a queda a situação mudou pois vindo Cristo a ordem mais proeminente é o mandato de ir pregar a morte e a ressureição de Cristo para a remissão dos pecados e a salvação de todo aquele que Nele crer.

O problema é que comparado com este mandato, o mandato cultural perdeu a sua importância e até infelizmente tornou-se para a Igreja quase optional.

No entanto o mandato cultural e o de pregar a salvação da alma não se substituem um ao outro. 

Nós não temos que escolher entre um e o outro. Nem devíamos dizer que estes mandatos precisam um do outro.

Estes dois mandatos são essencialmente dois aspectos da mesma coisa: 

"que nós somos servos de Deus, através de Jesus Cristo em qualquer coisa que nós pensamos, sentimos ou fazemos em qualquer que seja a área da criação de Deus."

O mandato cultural é o culminar da criação de Deus. 

Depois de Deus ter criado e a Bíblia dizer “e viu Deus que era bom”, mandou o homem encher e governar a Terra.

B. Deus deu o mandato para o homem governar a terra com justiça

Dominar e governar é a tarefa do homem incumbida por Deus. O trabalho do homem é moldar a terra, é dar continuação à obra criadora de Deus.

Mas deve ser um gorverno justo. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. 

O homem tem a imagem de Deus dentro dele e isto lhe confere atributos e virtudes de Deus, claro que num nível inferior, por isso

Deus o criou com a capacidade para amar e ser justo com os seus semelhantes.

Se nós vemos que o homem hoje não consegue levar isto a cabo, é porque o pecado entrou no mundo e estragou todos os relacionamentos do homem, seja com Deus, seja com os seus semelhante.

Precisamente, a obra redentora, além da salvação da sua alma, vem restituir de novo ao homem esta capacidade de amar e ser justo que Deus lhe conferiu na criação ao atribuir-lhe a sua imagem.

C. Gênesis é o prológo da história humana que vem a seguir.

Gênesis é como o alicerce daquilo que vem a seguir. Primeiro a luz. Depois se desenrola do o cenário.

Depois os personagens e os principais actores entram em cena. Finalmente é anunciado o que se pode desenrolar a seguir e finalmente o drama pode então começar.

O drama é a história humana. O padrão do drama é mostrado nos primeiros 11 capitulos de Genesis, que nos mostra o nascimento da cultura, afectado pela entrada do pecado original no mundo.

Enquanto a história se vai desenrolando Deus abençoa ou amaldiçoa, Deus recompensa ou castiga as acções dos homens. O Dilúvio aparece como um grande castigo de Deus, pois a humanidade estava completamente corrompida.

Há uma mensagem progressiva na Bíblia. O Novo Testamento revela mais coisas do que o Velho Testamento. Mas o mandtao cultural não termina ou deve ser rejeitado ou trocado pela Ordem da Grande
Comissão, assim que a Redenção toma lugar.

D. A redenção deu força e valorizou o mandato cultural.

De facto o mandato cultural é integrado no todo da História humana afectada pela queda e redimida pela Redenção, e adaquire mais força e valor com a redenção.

A entrada do pecado no mundo complicou o mandato cultural, tirou-lhe a força e o valor e este já não pode ser efectuado em condições normais. 

A redenção prometida por Deus logo a seguir à queda, a Adão e Eva, iria tornar a criar as condições para o mandato cultural ser cumprido.

Sobre a promessa da redenção: vemos Deus conversando com Adão e Eva e a serpente sobre a redenção futura em Gênesis 3 e Deus diz à serpente, falando do filho da mulher, que havia de vir:

Gênesis 3:15

“esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” 

O Ser humano irá ser resgatado do pecado e das garras da serpente, pois Jesus Cristo veio para ferir a cabeça da serpente na cruz do calvário. 

A redenção toma lugar com a vinda de Cristo e a derrota de Satanás.

Desta forma o ser humano redimido pelo Salvador, pela libertação do pecado e de satanáz, torna-se um indivíduo muito mais capaz para levar a cabo o mandato cultural. 

Pois passou a valorizar o homem inteiro – corpo, alma e espírito.

Os crentes passaram a sentir a necessidade de obedecer à Ordem da Grande Comissão de Cristo anunciando a salvação e perdão dos pecados em Cristo a todos os homens e culturas e ao mesmo tempo obedecer ao mandato cultural e desenvolver as sociedadas humanas, conferindo-as justiça, igualdade, dignidade e continuidade, como Deus ordenou logo de início.

E. A Lei - etapa intermediária entre o mandato culural e a redenção de Cristo.

Mas entre o mandato cultural e a redenção, há uma grande etapa. A etapa da Lei.

Quando Deus deu a Lei, não era só para atingir resultados espirituais. 

A lei devia cobrir todas as dimensões do Relacionamento entre Deus e o homem, e entre o homem e os seus semelhantes. Os 10 mandamentos e toda a lei mosaica procura cobrir todos estes relacionamentos.

Vemos nos 10 mandamentos e em toda a Lei mosaica instruções detalhadas sobre trabalho, economia, política, justiça, familia e até sobre saúde Lev 25:1-7 como tratar os animais Deut 22:6, sobre higiene Det 23:12-13 e contribuir para Deus.

É verdade que o Antigo Testamento lidam muito com as questões externas (a sociedade) e o Novo Testamento com as questões internas (a Fé e a espiritualidade).

É verdade que a redenção tem a sua raíz na graça de Deus e não nas actividades ou obras humanas. 

O homem é salvo exclusivamente pela graça de Deus, e não pelas suas obras. Mas de outro lado, também é verdade que o serviço, como um acto de obediência a Deus, surge como uma resposta de gratidão do homem e se manifesta em todas as áreas e relacionamentos da actividade humana, tanto de carácter cultural (Sociedade) como espiritual (Igreja).

Esta prespectiva junta do mandato cultural e a grande comissão, foram um dos baluartes da Reforma. 

Os reformadores, ao contrário da Igreja Católica, enfatizavam bem que o Sacerdócio dos crentes, incluia todos os crentes, e era um serviço feito para Deus que incluia todos os aspectos sociais e espirituais da actividade humana.


IV. Estatização do Estado e o globalismo

A. O Socialismo e o pós modernismo são hostis à Bíblia

O socialismo e o pós-modernismo são claramente hostis à ideia de uma verdade única, exclusiva, objectiva, externa ou transcendente, pois a verdade para estas ideologias é meramente relativa e subjectiva!

No entanto, apesar de não acreditarem numa verdade absoluta e numa moral normativa, pretendem estar a lutar por uma sociedade mais justa, procurando abolir todo o tipo de descriminação baseada em raça, cor, etnia, sexo, idade, orientação sexual, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza.

Sobre esta questão da verdade absoluta Rawls disse: 

“Se não podemos apelar para Deus, nem para os «factos morais», restará alguma coisa sobre a qual a moralidade se possa fundar?” 

É a esta forma absoluta de encarar os princípios da justiça que Rawls designou de “teoria da justiça”, na base da qual formou a sua teoria política.

Mas o que tem o socialismo e o pós-modernismo, ou Rawls a haver com esta questão da “estatização das ideias”? O que quer isto dizer?

Esta teoria fala da tentativa do Estado legalizar de tal forma as ideias do Estado em questões morais (e justiça!?), que quem não seguir estas ideias - tornadas leis - sofrerá nem que seja “perseguição na praça pública”, não podendo expressar livremente as suas opiniões e convicções em matéria moral e religiosa.

O Socialismo desenvolveu logo à partida a ideia da estatização dos bens, procurando estabelecer uma teoria da igualdade que acabou por se mostrar utópica. 

Veio o Socialismo reformista que tendo-se tornado mais Liberal do ponto vista económico (neo-liberal diria eu) continuou a manter a ideia de nacionalizar ou estatizar as coisas, passando da estatização dos bens para as ideias.

O Estado deixa de estatizar os bens e passa a estatizar as ideias que estejam directamente ligadas com comportamentos, moralidade, vida e justiça.

Não podemos esquecer que mal surgiram as ideias de esquerda, que deram nascimento ao socialismo, quiseram logo fazer crer ao mundo que o cristianismo e o capitalismo liberal foram e são os grandes culpados de quase todas as formas de descriminação e injustiças que existem no mundo.

Ao mesmo tempo, pretenderam logo desde a sua concepção, serem os únicos caminhos para trazer liberdade e justiça social ao mundo.


B. A Moral da história é quererem amordaçar a Igreja de Cristo

Mas a moral desta história, no final de tudo, é que estas ideologias têm o objectivo de amordaçar as Igrejas cristãs, impedindo-as de defender os seus princípios bíblicos dentro da sociedade.

Como é que este objectivo de fazer calar a Bíblia e as Igrejas vai ser atingido? Precisamente através da tal “estatização das ideias” cujo o objectivo é de legalizar a lei (desculpem o pleonasmo, é só para enfatizar a ideia), a lei de que “a Igreja não pode envolver-se na política”, a lei de que “a Igreja tem que seguir à risca as leis do Estado (e não da Bíblia)”.

É claro que não vamos ver assim escrito em nenhum decreto “que a Igreja deve obedecer ao Estado”, mas ao legalizar rigidamente leis que vão totalmente contra o ensino da Igreja, o Estado irá fazer tudo para limitar legalmente a manobra (e a mensagem) das Igrejas cristãs.

Quem não reparou nesta tendência do “Estado querer estatizar as ideias” quando os políticos da esquerda criticavam a posição da Igreja católica na campanha do referendo sobre o aborto, é porque não está muito dentro da matéria. 

Claro que a esquerda fez tudo para a Igreja calar a boca !!!

Eu não quero encobrir o facto de que houve momentos na história em que as Igrejas cristãs comportaram-se muito mal. 

Mas, não podemos também ignorar que as Igrejas cristãs têm deixado ao mundo um património de valores morais e espirituais que estão na base do nosso conceito de justiça social e da declaração universal dos direitos humanos.

Mas, pelos vistos, o socialismo (e o pós-modernismo) pretendem ser mais virtuosos do que o cristianismo, mesmo não acreditando em Deus, nem numa moral absoluta como nós os cristãos acreditamos!

“Se não podemos apelar para Deus, nem para os «factos morais», como é possível uma sociedade ser justa?” 

Foi desta fórmula que Rawles extraiu a sua “teoria da justiça”, donde enfatizou conceitos de igualdade e equidade (justiça distributiva) que tem feito pensar muitos políticos e filósofos dos nossos tempos!

Como é que uma ideologia cuja moral é “utilitária” e que diz que “só existe a mãe natureza”, pretende ser tão Redentora para o mundo!

Quando o “Estado tiver estatizado rigidamente as suas leis em certos assuntos” as liberdades cristãs terminarão, ou no mínimo as Igrejas cristãs perderão muito - seja na rua, seja no púlpito - a sua liberdade de expressão!

Os cristãos já não poderão dizer a boca cheia que discordam do aborto. Aliás, já fomos chamados “cruéis” só porque numa campanha defendemos o direito à vida das crianças que se encontram no útero materno!

Os cristãos já não poderão dizer que o homosexualismo é um desvio do comportamento e que querem proteger os seus filhos deste desvio de comportamento, pois estarão a descriminar.

Em certos países protestantes as Igrejas já não podem negar-se a fazer o casamento de um casal de homosexuais ou lésbicas. 

Daqui a pouco será o casamento múltiplo, em que não importa o género sexual, o número de parceiros ou a afinidade familiar!

Um Lar cristão que tome conta de crianças já não poderá negar as suas crianças para a adopção a um casal homosexual ou lésbico (ou ao cuidado de um casamento múltiplo no futuro). Estas leis já estão em vigor em alguns países e a entrar noutros!

No natal, os cristãos terão que enviar postais com Happy Winter, pois postais com Happy Christmas são discriminatórios e ofendem as pessoas das outras religiões.

Aliás, isto já acontece na Inglaterra, onde o parlamento socialista está a querer fazer passar uma lei muito rígida para penalizar aqueles que “ofendem” ao divulgar a sua mensagem “os outros que não têm as mesmas ideias ou crenças”. 

Os programas radiofónicos ou televisivos bíblicos estão a ter cada vez mais dificuldade em conseguir um tempo de antena!

As Igrejas cristãs já não terão mais liberdade para defender o conceito cristão de família, pois ao fazerem isto estão a descriminar! 

Já não poderão defender ou pregar que o género sexual é feminino e masculino “macho e fêmea os criou” (Génesis 1 e 2), pois estarão a ofender o direito à diferença e a ideia da diversidade sexual!

Não poderão dizer nada sobre a eutanásia, a manipulação dos genes etc Muito menos fazer uma campanha!

E, assim, pouco a pouco, a Bíblia como regra de fé dos crentes, deixará de ser ensinada na íntegra, ficando as Igrejas sujeitas a retaliação dos Estados europeus. 

Mas os outros podem pregar as suas crenças, terem os seus locais de cultos na Europa e proibirem-nos de pregar as nossas crenças e de termos os nossos locais de culto em seus países!

E pessoas de outros comportamentos poderão proclamar a sua liberdade na TV e assediar os nossos filhos nos Shoppings! E nós teremos que ficar de boa calada, senão estamos a descriminar!

Será que estamos tão cegos que não conseguimos ver qual é a moral desta pretensão socialista/modernista de lutar por uma sociedade justa?

Para o socialismo e o pós-modernismo (pelo menos o radical), uma sociedade justa é uma sociedade “não cristã”, em que se podem matar os nascituros, os velhos, em que as mulheres podem casar com as mulheres, os homens com homens, os jovens são aconselhados a ter relações pré matrimoniais, o conceito de género sexual deixa de existir, assim como o conceito de Moral e de Deus!

Não só! O Estado vai Estatizar (legalizar) as suas ideias sobre estes assuntos e daqui a pouco e já agora ai de quem abrir o bico!

E muitos já estão a sonhar com uma sociedade “pós-cristã”, mas estão redondamente enganados, ou Deus não é Deus!

Mas passemos para outro ponto. O socialismo diz que não acredita no diabo, mas está a ver diabos em todos os lados. Em todas as pessoas. Em todos os cristãos.

No fundo estão a dizer que o trabalho das Igrejas nestes dois mil anos, só serviu para criar diabos. 

E o Socialismo apresenta-se redentor; o outro redentor, dos cristãos, só serviu para deturpar o homem com as suas doutrinas.

A verdade está nos manuais socialistas e modernistas! Nos políticos socialistas e modernistas! Os outros são todos uns diabos!

Mas esperem lá! Eu, nunca vi um cristão maltratar um homosexual, prostituta, nem maltratar uma pessoa por causa da sua religião ou da sua cor e eu vivi no tempo do Marcelo Caetano! 

70% dos crentes na minha Igreja eram de cor e na minha equipe de futebol 50% eram de cor.

Vi casos de orgulho, em que pessoas por terem uma situação financeira melhor rebaixaram os outros. 

Vi um ou outro caso pontual, em que a questão da raça, da cor, religião ou opção sexual esteve na origem do abuso!

É claro que não estou a dizer que não há injustiça nos relacionamentos humanos. Claro que há, até dentro das famílias entre marido e mulher, pais e filhos! 

Não fosse o homem pecador por natureza. Mas, a ideia de ver diabos em todo o lado, de chamar “cruéis” aos cristãos, isto é demais e abusivo!

Eu acredito que chegaremos a uma altura em que os crentes vão ouvir dizer: “calem-se, ou levam, pois nós temos o direito de fazer o que bem nos apetece com o apoio do Estado!”

É verdade que Bíblia ensina a obediência às autoridades (Romanos 14), mas também está escrito: “Devemos obedecer mais a Deus do que aos homens” Atos 5:29


V. A Globalização e o governo da Besta

A. A Globalização é uma questão bem antiga

"lhes seja posto um sinal, para que ninguém possa comprar nem vender" Ap 13:16-18

A “Globalização” não é uma questão nova, é antiga, os seus contornos é que são novos, pois vivemos numa sociedade com a capacidade para criar um globalismo maior devido ao aparecimento da alta tecnologia.

Antigamente o globalismo existiu na forma de impérios, passando para impérios feudais e coloniais.

Grandes reinos e senhores, e mais tarde países procuraram dominar, governar e explorar os povos mais pobres e mais fracos.

Vemos esta forma de procurar dominar, governar e explorar os outros no decorrer de toda a História até aos nossos dias. 

A Bíblia fala muito deste sentimento do homem querer globalizar, e apresenta muitos casos de impérios mundiais no passado, e até profetiza acerca de uma Globalização no futuro, em que reinos se unirão uns aos outros, não só com o objectivo de tiranizar os mais fracos, pobres lou diferentes, mas com o objectivo primário de revoltarem-se contra os céus, contra Deus.

É o caso da Grande Babilónia descrita no livro do Apocalipse.

Em nossos dias, devido a alta tecnologia, esse sentimento de querer governar, dominar e explorar os mais pobres e mais fracos, tomou a forma e nome de “Globalização”, pois já é possível tornar o planeta numa “Aldeia Global”.

Mas o objectivo é sempre o mesmo, fazer com que a riqueza e o governo fique nas mãos de algumas pessoas, e nunca para diminuir a fome e a dor no mundo.

A ONU é quem praticamente deu inicio à “Globalização”. 

Para isto, iniciou um pacote de projectos e reformas em que visava dividir o mundo em algumas regiões mundiais, em que a Europa Unida seria uma delas.

Para isto, dentro da Europa, deu-se inicio a um comércio sem fronteiras, mais tarde a moeda única, e depois aos parlamentos e tribunais europeus com total soberania sobre a comunidade, a a ideia de religião única continua a ser mais do que falada, até se falou em criar uma língua única. 

Isto tudo, porque os líderes dizem que a única maneira de evitar os conflitos e o mundo viver em paz, é unir tudo, “Globalizar”, comércio, moeda, língua, políticas e leis.

B. Três perguntas impertinentes acerca da Globalização:

1. Quas são os motivos subjacentos a esta ideia da “Globalização”? 

É para lutar contra a pobreza ou tornar os ricos mais ricos?

2. O que lemos na Bíblia sobre a ideia da Globalização? Um parecer positivo ou negativo?

3. É um projecto divino para as sociedades ou meramente humano e até diabólico?

Alguns líderes já pensam até em uma moeda única, e até mesmo uma RELIGIÃO ÚNICA, como forma de pacificação do mundo e evitar conflitos futuros. 

Na Europa a moeda única já circula em cerca de 90% dos países.
.
Alguns líderes políticos e especialistas são categóricos em afirmar que a globalização em torno da ONU é inevitável. Pensam que esta seria a única salvaguarda para um mundo cheio de diferenças e conflitos. 

Um mundo como uma única nação e com um único líder. As nações seriam apenas como estados de uma grande nação mundial.

Será que a bíblia nos ensina algo assim para os dias finais? Será que podemos encontrar luz sobre uma globalização sem precedentes para nossos dias na palavra de Deus? 

Uma reforma de 10 ou 11 permanente se encaixaria com perfeição na descrição de Apocalipse 17:12 e 13.

Abaixo veja o que o mensageiro do Senhor para os nossos dias escreveu a respeito

“A ira de satanás aumenta à medida em que o tempo se abrevia, e sua obra de engano e destruição atingirá o auge no tempo de angústia. 

Terríveis cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do poder dos demônios, operadores de prodígios. 

Os Espíritos diabólicos sairão aos reis da terra e ao mundo inteiro, para segurá-los no engano, e força-los a se unirem a satanás em sua última grande luta contra o governo do céu.” Grande Conflito, 623,624.
.
“Terrível é a crise para a qual caminha o mundo. Os poderes da terra, unindo-se para combater os mandamentos de Deus, decretarão que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos (Apoc. 13:16), se conformem aos costumes do Estado e da falsa Igreja (a Babilónia), pela observância de falsas leis.”


VI. Análise às ideologias políticas que governam o mundo

A. As correntes políticas mais proeminentes no mundo

B. A relação das ideologias políticas com o cristianismo

Tratarei desta secção VI.  mais tarde

FIM

sábado, 4 de agosto de 2007

10 - As Mágoas

I. Introdução

Hebreus 12:15 "atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados"

Será que a morte ou o divórcio roubaram-lhe os pais? Ainda está sofrendo porque nunca recebeu carinhos de ninguém?

Foi sujeitos a abusos sexuais que o atormentam ainda hoje?

Não conseguiu realizar nenhum sonho que teve na vida, e hoje leva a vida sem qualquer significado?

Os seus pais puseram em primeiro lugar o seu trabalho e o negligenciaram por completo? O seus pais usaram de uma forte e completa autoridade sobre si, e sempre que os confrontou, eles o castigaram e bateram?

Tem colegas e amigos que o acusaram injustamente de coisas que não fez? Teve amigos que traíram a sua amizade e o abandonaram?

O seu marido põe os amigos e o trabalho em primeiro lugar na sua vida?

Fez coisas no passado que não consegue perdoar-se a si próprio?

Estes desapontamentos causam "ressentimentos" dentro das pessoas. As pessoas crescem e vivem alimentando dentro delas essas "mágoas profundas" contra os outros ou contras situações negativas que passaram, que os levam a lutar toda a vida, sem nunca conseguir encontrar, por uma "estabilidade emocional e uma identidade pessoal”.

Se perguntarmos a muitos conselheiros e médicos da mente, qual é o problema mais comum que todas as pessoas conhecem e fazem-nas sofrer, eles responderão: "os ressentimentos - as mágoas do presente e do passado".

Todos as pessoas conhecem essas "feridas emocionais" feitas pelos maus tratos dos outros, ou produzidas pelas tribulações da vida.

Quando somos mal tratados ou sofremos tribulações, perguntamos:

"porquê que estas coisas acontecem comigo"

Alguns chegam mesmo a perguntar:

"porquê que Deus permite que estas coisas aconteçam na minha vida".

Todos os homens de uma maneira ou doutra, vivem "magoados" pelos outros e pela vida.


I I. Definindo o que é a mágoa?

A. A natureza dessa emoção

Hebreus 12:15 "atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados"

1. A mágoa é comparada a uma raíz

Neste texto a amargura, aparece descrita como uma "raiz" que nasce dentro do nosso coração. Esta "raiz" é a mágoa.

Já vimos na introdução que a “mágoa” é um sentimento que brota de um mau tratamento por parte dos outros, que poderão até ser nossos familiares e amigos, ou brota por causa das tribulações que conhecemos em nossas vidas.

2. Porque razão é a mágoa comparada com uma “raiz”?

É comparada a uma raiz, porque uma raiz produz sempre qualquer coisa. Se nunca for cortada, vai produzindo sempre cada vez mais.

3. O que a mágoa produz em nós e fora de nós é o nosso ponto?

1.1 A mágoa perturba e cria maus sentimentos

"nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe"

“perturbe” – que produz maus sentimentos, negativos e destrutivos.

Quando pensamos na pessoa que pode ser a causa de uma mágoa que temos em nós, pensamos de uma forma negativa e destrutiva. Desejamos o seu mal e não queremos oferecer-lhe o nosso perdão.

1.2 A mágoa contamina a muitos

"e, por meio dela, muitos sejam contaminados"

“muitos sejam contaminados” - a minha mágoa contamina muitas pessoas.

O quê que acontece quando alguém me faz mal, ou eu penso que alguém me fez mal e não perdoo, e deixo a mágoa brotar e crescer dentro do meu coração?

Vamos responder a esta pergunta, fazendo o percurso da mágoa:

Quando eu sou magoado, será que eu vou guardar isto só para mim? Claro que não,eu vou certamente contar aos outros, amigos, familiares, colegas de trabalho. E como é que eles vão reagir contra a pessoa que me magoou, que é responsável pela minha amargura?

Vamos imaginar um problema racial. Alguém de uma outra raça, nação foi racista comigo. Eu fiquei amargurado e não quis perdoar essa pessoa e passei-a a odiá-la?

Até que ponto a “raiz da amargura” pode crescer e contaminar muitos?

Se eu contar no no bairro onde vivo que aquela pessoa teve uma atitude racista contra mim, eu irei  levantar o bairro todo contra essa pessoa. Não só eu, mas as pessoas do bairro, irão começar a odiar a pessoa.


I I I. Um exemplo da Bíblia sobre a mágoa

A mágoa de Esaú, contaminou toda a Nação que saiu dele, Edom, e esta Nação começou a odiar Israel.

Isto devido a um acontecimento entre Jacó que é o pai da Nação de Israel e Esaú que é o pai da Nação de Edom, que lemos no livro de Gênesis, quando Jacó conseguiu enganar Esaú, trocando o direito da primogenitura, por um almoço, e depois Jacó enganou o pai Isaque e recebeu o direito que pertencia ao seu irmão Jacó.

Vemos em Hebreus 12:15 depois de falar da amargura, o autor dá o exemplo de Esaú.  Pois Esaú como estava com fome, deixou-se enganar por Jacó, e vendeu-lhe o direito de primogenitura em troca de um prato de lentilhas.  Quando Esaú deu pelo erro que fez, e quis recuperar esse direito e foi suplicar a Isaque, este disse-lhe que já tinha dado o direito a Jacó e que não poderia voltar atrás.

Esaú ficou magoado para sempre com Jacó, passou a odiá-lo e e essa raiz de amargura cresceu tanto que contaminou a Nação que saiu dos seus lombos – Edom.

Por causa desse acontecimento, a nação de Edom odiou tanto a "Israel, que descendeu de Jacó", que quando Israel saiu do Egipto, Edom negou-lhe a passagem pelas suas terras, e associou-se sempre aos inimigos de Israel e alegrou-se sempre pelas derrotas de Israel frente aos seus inimigos.

Números 20:14-21 14"Enquanto se encontrava em Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom com esta declaração: Somos descendentes do teu irmão Israel . Sabes já a nossa atribulada história. 15-17Os nossos antepassados desceram para o Egipto e lá ficaram muito tempo, tornando-se escravos lá. No entanto, quando clamámos ao Senhor, ele ouviu-nos e mandou o seu anjo que nos tirou do Egipto; agora aqui estamos em Cades, acampados perto das fronteiras da tua terra. Pedimos-te assim que nos deixes atravessar o teu país. Seremos cuidadosos, não pisaremos terra cultivada, nem iremos pelas vinhas; nem sequer pretendemos beber a água das tuas fontes. Limitar-nos-emos ao caminho principal, e não o deixaremos até que tenhamos atravessado a fronteira do outro lado. 18Contudo, a resposta do rei de Edom foi: Não autorizo! Se tentarem entrar na minha terra irei ao vosso encontro com o meu exército. 19Mas, Senhor, protestaram os embaixadores de Israel, nós apenas pretendemos passar pela entrada principal, e nem da água dos poços queremos beber, a não ser pagando aquilo que nos pedirem. Só queremos passar para o outro lado da fronteira, mais nada. 20-21Mas o rei foi intransigente. Mantenham-se afastados!, avisou ele. E fazendo mobilizar o exército, deslocou para a fronteira uma grande força militar. 22Por causa dessa recusa de Edom em deixar Israel passar pela sua terra, foram obrigados a voltar para trás, indo de Cades até ao monte Hor".

Por causa desta “mágoa” contra Jacó, Esaú contaminou toda a sua nação que nasceu e viveu sempre com esta “mágoa” contra Isarel.

O ódio de Edom era tanto por Israel, que chegou ao ponto de Deus enviar o profeta Obadias para pronunciar a destruição total da nação de Edom sobre a terra, por causa do ódio contra Israel.

Obadias 10 "E isto porquê? Por causa do que fizeram ao vosso irmão Israel. Assim, os vossos pecados serão expostos perante todos, para que os vejam. Envergonhado e sem defesa alguma, serás exterminado para sempre. 11 Abandonaste Israel, quando ele mais precisava de auxílio. Mantiveste-te à distância, recusando levantar um dedo que fosse para ajudar, contra os invasores que vieram tirar-lhe o que possuía e repartir Jerusalém como despojo de guerra; portaste-te como um dos seus inimigos. 12 Não devias ter feito isso. Não devias ter ficado satisfeito quando o vieram buscar para o levar para longe, para terras estranhas; não devias ter-te alegrado com o seu infortúnio; não devias ter-te rido dele, nesse tempo de desgraça para ele. 13 Tu próprio entraste na terra de Israel, nesses dias de calamidade, e o pilhaste. Tornaste-te rico à custa dele. 14 Colocaste-te nos cruzamentos das estradas para apanhar os que fugiam; apanhaste os fugitivos e entregaste-os aos seus adversários, nesse tempo terrível de grande tragédia para eles. 15 A recompensa do Senhor em breve cairá sobre todas as nações pagãs. Tal como fizeram com Israel assim vos será feito. Os vossos actos recairão sobre as vossas cabeças. 16 Vocês beberam a minha taça de castigo sobre a minha santa montanha, e as nações todas beberão por ela igualmente; sim, bebam e depois desapareçam da história como se nunca tivessem existido. 17 Mas Jerusalém tornar-se-á um refúgio, um caminho de escape. Israel tornará a ocupar a terra.18 Israel será como um fogo lançado sobre os campos ressequidos de Edom que tudo incendiará. Não haverá sobreviventes da casa de Esaú, porque o Senhor assim falou".


I V. A consequências físicas e psicológicas desta pertubação.

Mas qual é a natureza dessa perturbação? Como é que eu sinto quando tenho uma mágoa dentro de mim? Quais as consequências físicas e psicológicas?

A. Ilustração para exemplificar os efeitos fisiológicos da mágoa

O João era uma pessoa saudável, mas estava sempre com dores de cabeça por causa de "pincuinhas" que tinha com os colegas no trabalho, que o magoavam por causa da sua personalidade conflituosa, e isto o amargurava mais e mais.

Por causa da sua personalidade ele discutia muito com as pessoas, que reagiam mal contra ele e sempre que isto acontecia a sua sinusite piorava.

A sua tensão arterial subia com facilidade, pois revivia constantmente os episódios infelizes da sua infância e juventude, remoendo dentro dele estas mágoas causados pelo passado, por outras pessoas, e por situações infelizes que conheceu.

Além da tensão arterial que subia ele era atacado por dores no estômago.

A mágoa é um sentimento negativo: "um sentimento de frustação, revolta e ódio causado pelos epísódios infelizes do nosso passado. Os nossos pais, amigos, professores, colegas e outras pessoas podem estar na origem desses episódios, ou acontecimentos negativos como a perda de um ente querido, o divórcio dos pais, o abuso e maltrato que certas pessoas nos sujeitaram"

Vimos os efeitos fisiológicos que no caso do João eram as dores de cabeça, a sinusite que piorava e a tensão arterial que subia. Mas há outros efeitos.

B. A ilustração para exemplificar os efeitos psicológicos da mágoa

Mas a mágoa acrescentou outras coisas à vida do João. Ele além de se sentir doente, como não conseguia lidar de uma maneira positiva com a mágoa e o ódio dentro dele, isto fazia-o muitas vezes ter ataques de raiva que o levavam muitas vezes à violência verbal e física contra as pessoas que para ele supostamente o magoaram, ou estavam na origem da sua amargura.

Além disso era atacado por pensamentos destrutivos contra os outros e contra a situação, que não conseguindo controlar, levaram-no aos poucos para pensamentos de "suicídio".

Vejam só o que a amargura, o ressentimento, foi pouco a pouco acrescentando à vida do João, de simples dores de cabeça e do estômago ele passou a ter pensamentos de "suicídio".


V. Como lidar com as mágoas

Marcos 11: 25-26 "Mas, quando estiverem a orar, perdoem primeiro a toda e qualquer pessoa contra a qual sintam ressentimento, para que o vosso Pai que está no céu vos perdoe os pecados também".

Mateus 6:12 "Perdoa-nos os nossos pecados, assim como perdoamos aos que nos ofendem".

A. Temos que perdoar aqueles que nos ofendem

Estes textos revelam duas verdades muito importantes que eu tenho que tomar em consideração na minha vida, diante dos outros e das situações de adversidade.

"Eu tenho que perdoar aos outros se quiser vencer as minhas mágoas"

Embora possamos precisar de ajuda médica, psicológica, aconselhamento pastoral, quando deixamos uma “raiz de amargura" nos perturbar a ponto de perdermos a nossa estabilidade emocional e não conseguirmos mais recuperar a nossa identidade pessoal, o perdão é a questão básica para a cura.

Tudo o que um médico, ou conselheiro fizer, ou aconselhar, se não levar o seu paciente ao perdão, será em vão.

A perturbações físicas e psicológicas provenientes das “mágoas” das pessoas não são uma coisa que se pode curar com comprimidos ou anestesiar. É uma raiz que cresce sempre, e contamina sempre mais a mais a pessoas e os outros à sua volta.

Só o perdão pode trazer a cura à pessoa, e a recuperação da sua estabilidade emocional e identidade pessoal.

Uma esposa que fique toda a vida a odiar o seu ex-marido pelos seus maus tratos, ou um filho que nunca mais pode perdoar o seu pai, porque o ter sempre rejeitado, mais cedo ou mais tarde pagará bem caro esta atitude de falta de perdão.

Esta pertubação chamada de “mágoa” ou “amargura” ou “ressentimento” não perdoa a pessoa, tornando-se sempre cada vez mais doentia, negativa e destrutiva diante dos seus antagonistas, sejam pessoas, sejam situações.

B. Se eu não perdoar aos outros, Deus não perdoará as minhas ofensas.

Mateus 6.12-15 "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores ... se porém não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas".

E assim a pessoa fica diante de um duplo problema.

a. De um lado a “mágoa” irá corroê-lo sempre cada vez mais.

b. De outro lado, como Deus não a perdoa, ela irá sentir "culpa".

Estes dois sentimentos juntos - “a mágoa e a culpa” , podem ser fatais e criar sentimentos de completa auto-destruição tanto nossa como das pessoas que nos "magoaram".

Uma pessoa “magoada e culpada” destruir-se-á a si própria e aos outros à sua volta.


FIM

9 - A Depressão

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Medo

5. O Sofrimento

6. A Solidão

7. A Raiva

8. A Depressão

9. O Contentamento

10. As Mágoas

Neste capítulo 8 vamos ver como lidar com o problema da depressão sem se deixar vencer.

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com as Preocupações da vida, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero e às vezes até ao suicídio.

Por isso devemos aprender a lidar com estes problemas a vida.

Salmos 20:1 "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. 6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos.a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos".


I. Definindo a depressão

A. Os três tipos de depressão

Embora a depressão seja uma doença muito alusiva, pois é muito díficil definir todas as suas causas, podemos dizer que de uma maneira geral visto do ponto vista cristão há três tipos de depressão:

1. A depressão causada por distúrbios físicos ou mentais 

Este tipo de depressão de natureza anatómica tem normalmente como causa uma malformação congénita a nível fisíco e mental.  

2. A depressão causada por problemas emocionais, psíquicos.

Este tipo de depressão é normalmente causado por questões emocionais e psicológicas que podem estar relacionadas com acontecimentos traumatizantes, provenientes dos seguintes acontecimentos:

"luto ou perda, divórcio, desemprego, doença, acidentes, problemas ligados com a gravidez e partos, mau ambiente familiar, opressão e exploração social, abusos de ordem psicológica, verbal, corporal e sexual ou com escolhas na vida que não tiveram sucesso"

3. A depressão causada por problemas espirituais.

Normalmente este tipo de depressão não é aceite nos meios científicos e médicos, mas é muito aceite nos meios pastorais, pois os pastores lidam com muitas pessoas que sofrem de depressão e de vez em quando lidam com casos em que a pessoa depressiva está a sofrer de opressão espiritual, vinda de um demónio.

No entanto quando a depressão se manifesta, não importando o tipo, deve ser logo catalogada como uma doença que precisa de ser tratada. É uma doença que precisa de cuidados médicos profissionais, e se for de carácter emocional, psicológica, além dos cuidados médicos  pode precisar também de cuidados pastorais.

É claro que uma depressão cuja causa é espiritual, opressão ou possessão demoníaco, precisa acima de tudo de cuidados pastorais, mas a pessoa pode estar tão debilitada do ponto físico, emocional e psicológico e daí vir a necessitar também de cuidados médicos.


I I. Quatro pontos importantes a salientar

Ao analisar esta questão da depressão devo salientar quatro pontos:

A. Não vamos falar da depressão causada por distúrbios físicos e mentais.

A depressão causada por distúrbios físicos e mentais é um assunto para os profissionais de saúde nessa área.

Desta forma, irei falar unicamente do segundo e terceiro tipo de depressão, da depressão causada por problemas psíquicos e emocionais e problemas espirituais.

Ao dizer isto, tenho que salientar, outra vez, que a depressão é uma doença muito alusiva e por isso devemos manter a nossa mente aberta, antes de começar a determinar rigidamente o tipo de depressão que a pessoa está a sofrer.

A investigação deve ser feita com seriedade afim de não catalogarmos erradamente o tipo de depressão.

Podemos pensar que a depressão é emocional e psíquica e afinal ser de natureza física e mental, assim como podemos pensar que a pessoa está a sofer de opressão diabólica e afinal e pessoa está simplesmente a sofrer de um problema emoiconal e até pode ser físico!?


B.  Vamos falar mais de prevenção do que da cura

Não iremos falar muito de como podemos curar a depressão, mas iremos falar mais de prevenção, daquilo que devemos fazer para não cair na depressão.

C. Vamos ver que a depressão "psíquica e emocional" é muito comum.

A depressão emocional ou psíquica (e até espiritual) que não está ligada directamente ligada a doenças físicas, é um problema mais comum do que pensamos e que pode atacar qualquer pessoa.

D. Vamos ver que depressão é uma doença muito alusiva

Como já disse, embora hajam factores e causas por detrás da depressão que podem ser perfeitamente identificados, a depressão é no entanto uma doença muito alusiva … pois há muitas dificuldades em detectar todas as suas causas, e, por essa razão, não é sempre fácil identificar o seu tipo.

A depressão é uma doença bastante alusiva e complexa.


I I I. Três causas do ponto vista pastoral para a depressão

Parece que há três causas que podem estar por detrás da depressão emocional e psicológica, isto visto simplesmente do ponto de vista pastoral.

Vejamos estas causas:

A. A primeira causa é "depois de um grande sonho atingido".

Para vermos este ponto deixem-me falar um pouco do Capitão Bluzz – Edwin Aldrin.

Ele foi 1 dos 2 primeiros homens a andar na lua. Nunca ninguém subiu tão alto como ele – ele foi até à lua. Mas, alguns anos depois, a sua vida desceu da glória da lua para uma depressão tão severa que arruinou toda a sua vida e da sua família. Ele caiu da Glória da lua para um vale de desespero total na terra.

Porquê?

É que Bluzz durante muitos anos só teve um interesse na sua vida, um golo na vida. Qual era? Era a lua. Durante muitos anos, esqueceu-se de tudo, do resto das coisas que afinal fazem a vida de uma pessoa cá na terra. Ele fechou-se dentro do seu laboratório, só com os seus colegas cientistas a pensar na lua. Ele acreditou que era possível andar lá em cima. E conseguiu!

Mas quando subiu lá em cima, concretizando o seu sonho, e desceu, e tudo aquilo da lua passou, "Bluzz caiu num vazio tão grande, numa vida sem sentido, perdeu a motivação de viver, a esposa, os filhos, o jardim, o cão, o gato, os amigos, o restaurante onde ia, o jogo de futebol, a pesca, o trabalho do dia a dia, a igreja, fazer uma visita a uma pessoa doente, passar umas férias, ir à praia ou ao campo", nada disto o satisfazia, porque ele já tinha perdido toda a ligação e interesse com essas coisas durante os anos que esteve a preparar-se para ir à lua (o seu único e grande sonho da vida!!!)

Ele passou literalmente os anos da vida dele, antes de ir à lua, fugindo de todas as pequenas coisas que afinal ajudam também a dar um sentido à nossa existência.

Há uma grande lição nesta história que causou a depressão do Bluzz: Podemos ter golos na vida, golos grandes, como até ir à lua.

"Mas não ponhamos toda a nossa atenção e energia nesse golo. Antes, coloquemos a nossa atenção também nas coisas do dia a dia, nas coisas pequenas da vida. Porque pode-nos acontecer a mesma coisa que ao Bluzz: Depois de marcar o golo, atingirmos o máximo, não vamos ter mais prazer nenhum na vida".

Não é errado ter sonhos grandes, mas é errado viver completamente a volta destes sonhos esquecendo as coisas pequenas da vida. Isto pode ser a causa de muitas depressões.

Muitos pastores evangélicos, homens de negócios, políticos, cientistas, filosofos, artistas e outras profissões caem fatalmente neste perigo, pois toda a sua vida gira unicamente à volta da sua carreira ou dos objectivos que querem atingir com a sua carreira ou profissão, e esquecem todo o resto à sua volta.

Mas vem o dia em que poderão notar que erraram, mas já não poderão rectificar mais os danos emocionais causados em si próprios e nos outros.

B. A segunda causa é "e quando a esperança é perdida".

Uma jovem tinha grandes objectivos para a sua vida: estudar, ser alguém, arranjar o seu emprego, casar, ter o seu lar, os seus filhos, enfim fazer muitas coisas. Mas acontece que passados alguns anos, foi atacada por uma doença. A doença não só impediu que ela atingisse os seus objectivos profissionais, mas tirou-lhe todo o prazer que tinha nas suas actividades, pois já não as podia fazer como dantes e além disso impediu que arranjasse um marido, formasse um lar e tivesse filhos.

Esta jovem senhora, tendo perdido toda a esperança que tinha na vida, mergulhou na depressão.

A sua esperança na vida foi deferida … recusada … a sua esperança não foi satisfeita … preenchida … pois ela não conseguiu atingir os objectivos propostos.

Quando se perde a esperança de uma vida melhor, de uma solução para uma situação que nos atormenta, de um milagre na nossa vida, podemos cair na depressão.

Quando já não se pode alcançar o sonho almejado. Quando a perda de algo – uma pessoa, um trabalho, a saúde; quando as coisas começam a ruir à nossa volta e não vemos uma saída; quando parece que Deus já não se importa connosco e com o mundo … podemos cair na depressão.

Além de muitas outras causas que iremos ver nos próximos capítulos, estas duas causas, são muito comuns e podem fazer cair na depressão:

Um grande sonho alcançado, em que pusemos todo o nosso prazer e todo o resto perde a sua importância.

Um sonho perdido, em que pusemos toda a nossa esperança.

"A depressão pode surgir de um tombo que se dá a seguir a uma grande conquista, ou da perda de esperança quando não conseguimos atingir um ou mais objectivos na nossa vida".

No fundo a depressão está muito ligada com a nossa atitude diante dos sonhos alcançados e das esperanças perdidas. A forma como eu lido com os sonhos alcançados e as esperanças perdidas, pode livrar-me ou levar-me à depressão.

C. A terceira causa são "acontecimentos trágicos, traumatizantes e desagradáveis"

Com já referi em cima, os acontecimentos em baixo podem ser a causa da depressão emocional e psicológica de muitas pessoas:

"luto ou perda, divórcio, desemprego, doença, acidentes, problemas ligados com a gravidez e partos, mau ambiente familiar, opressão e exploração social, abusos de ordem psicológica, verbal, corporal e sexual ou com escolhas na vida que não tiveram sucesso".


I V. A natureza da depressão

A. O que é a depressão

1. A depressão não é somente um estado de desalento

As pessoas podem passar por desalentos, profunda tristeza, ânimo deprimido e mesmo a perda da auto-estima, por muitas razões. Qualquer pessoa pode passar por estes estados emocionais, mas isto não é depressão.

O termo "depressão" vem desde Hipócrates, mas somente foi aceito em meados do século XIX.

Originalmente, os sinais clínicos de depressão eram o abatimento e o retraimento, condições que formam o padrão de tristeza. Hoje, a depressão faz parte do rol de doenças psiquiátricas graves.

2. A depressão é um estado doentio

Portanto, hoje, a depressão, é considerada clinicamente um estado doentio, que pode estar associado à neurose ou psicose, ou a doenças bipolares (doença maníaco-depressivo).

Há algumas diferenças entre a neurose e a psicose. A neurose é mais um conflito dentro do próprio Eu da pessoa. Envolve os objectivos que ela quer atingir nos seus relacionamentos com os outros e com as situações, sem o conseguir e, por isso, vai entrando aos poucos num estado de frustação mental. Pode também ter outras causas, provenientes de problemas, frustações, traumas e comportamentos que o indivíduo esconde dentro do seu próprio Eu, e com os quais não consegue lidar ou libertar-se.

A psicose envolve mais um distúrbio entre o Ego e o Mundo. A psicose é uma doença mental caracterizada pela distorção do senso de realidade, uma inadequação e falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade, entre o Eu e o mundo que o rodeia.

Na psicose, o indivíduo tem desorientação do tempo, do espaço e da identidade, e o distanciamento dele com a realidade vai-se tornando cada vez mais perigoso. Ele persegue metas irreais às suas necessidades básicas. O psicótico também cria um mundo virtual, uma espécie de plataforma onde ele se sente superior, ou, pelo menos protgeido. Ele escuta vozes de seres da estratosfera, tem visões da terceira dimensão, ouve conselhos de figuras proeminentes, etc. Os pensamentos dele fogem completamente ao seu controle.

Enquanto que na neurose há uma concepção doentia da realidade, em que o neurótico não consegue evitar ser influenciado por traços anormais da sua personalidade, na psicose há uma distorção total da realidade. Por isso, muitos peritos dizem que uma neurose nunca poderá transformar-se em uma psicose.

As doenças bipolares, que podem ter alguns tipos, e são também causadoras de depressão, são por sua vez, doenças do distúrbrio do humor. No entanto, a esquizofenia é uma doença psiquíca-depressiva que se enquadra dentro do quadro clínico das doenças psicóticas.

Em todas as doenças depressivas, a questão a ser delineada é: onde fica a linha separatória do real e do ilusório? Não é fácil encontrá-la, porque é comum alguém se orgulhar de ser realista e, no entanto, manifestar ilusões escondidas.

Outra ilusão é o conceito de doença apenas mental, pois não há distúrbio mental sem alteração física. Sendo inseparáveis, é tolice dizer que "a doença mental está toda na cabeça". Ora, em todas as suas nuances, a vida é um fenômeno físico. Por isso, o deprimido é uma pessoa que está física e mentalmente deprimido; os dois são um.

A doença mental produz alterações. Quando as suas causas são emocionais ou espirituais produz alterações físicas. Por sua vez, quando a doença mental tem origem física, uma doença psico-somática proveniente de uma deficiência orgânica, produz por sua vez alterações emocionais e psicológicas.

É possível, haver uma mistura dos dois, haver causas físicas e emocionais em certas depressões, e é deste facto que a depressão é muito alusiva, sendo difícil determinar completa e exactamente todas as causas, e natureza das causas.

Portanto, a depressão é um estado que podendo ter como causas razões físicas, emocionais, ou mesmo espirituais, ou uma mistura de causas, leva a pessoa a um estado depressivo, com sintomas doentios de natureza bipolar, neurótica, psicótica e esquizofrénica, algumas sendo leves, outras sendo mais severas.

"A aflição não é depressão. A aflição é uma reacção emocional diante de uma perda significativa. Mas uma perda objectiva e externa. Enquanto que com a depressão envolve já uma perda interna. A depressão é um passo à frente da aflição".

Normalmente a aflição desaparece com o tempo, é momentânea. A depressão é para sempre, é contínua, é a perda do próprio “EU” da pessoa no relacionamento com ela própria, com os outros e com o mundo à sua volta.

A pessoa perde a capacidade de relacionar-se consigo próprio, com os outros e com o meio ambiente geral à volta dela.

Às vezes dizemos a uma pessoa que sofre de depressão, que ela devia sair mais, conviver mais, e claro é que isto iria ajudá-la, mas a verdade é que ela não tem capacidade para se expor aos outros, ao meio social, e por isso refugia-se mais e mais na solidão, e algumas pessoas decidem mesmo refugiarem-se na morte.

B. As pessoas depressivas vivem pré-condicionadas

Quando olhamos de perto uma pessoa depressiva, notamos que estão pré-condicionadas, por determinadas condutas: levam tudo muito a sério, têm o sentido de humor restringido, não são espontâneas e tem falta de imaginação, são maníacos e muito introspectivos. Inquietam-se facilmente, parecendo que levam o mundo às suas costas, e preocupam-se com coisas que não são objecto de qualquer preocupação, coisas simples do dia a dia. Vivem afastados do meio social, pouco convivem, tem uma visão pessimista da vida e desprezam tanto a si próprio, como aos outros. Muitas vezes, ao quererem edificar o seu “EU” vacilante, ou desaparecido, destroem os outros. Vivem com metas irrazoáveis e em desacordo total com a realidade.

Uma pessoa normal aceita um ou mais fracassos, e segue em frente, rectificando ou reajustando os seus planos segundo as novas realidades, e segundos as suas capacidades, e protege-se positivamente das desilusões que a vida traz a toda a gente. Mas a pessoa depressiva não consegue encarar os fracassos, e cai no desânimo, sente-se derrotado, recorre à crítica e à destruição, até a expressão neurótica atingir uma expressão plena que pode ir até ao suicídio.

Estamos a criar um retrato mais psicológico do que propriamente técnico da pessoa depressiva. Talvez, um profissional de saúde, não concorde na totalidade com este retrato por ser um pouco subjectivo, pastoral.

C. As verdadeiras causas da depressão

1. Recapitulação da introdução sobre a depressão

Já vimos as três causas para a depressão, vista do ponto vista mais pastoral:

PRIMEIRO, a depressão que se segue a seguir a um grande sonho atingido.

SEGUNDO, a depressão que se segue a uma esperança não alcançada.

TERCEIRO  a depressão causada por acontecimentos trágicos e traumatizantes.

Mas antes de continuar é bom salientar outra vez que o meu alvo é o seguinte:

Centralizar este estudo no tipo de depressão cuja as causas são emocionais, ou espirituais e não no tipo de depressão cujas a causas são físicas e as pessoas precisam de mais cuidados médicos do que pastorais.

Centralizar o estudo mais na prevenção do que propriamente dito no tratamento da depressão. Por esta razão, o trabalho pastoral é ajudar as pessoas a não darem o passo em frente, ou seja, quando acontecem coisas más e frustantes em suas vidas, elas dão um passo em direção à depressão. O trabalho pastoral é ajudar as pessoas a aprenderem a lidar positivamente com a ajuda de Deus, com aquilo que as pode deprimir e até levar a uma depressão doentia.

2. Negação de algo que se quer alcançar e incapacidade de obter o que queremos ter.

Iremos agora ver agora as causas de um ponto de vista mais técnico. 

Do ponto vista técnico e psicológico, a depressão surge a partir de uma frustração por não conseguirmos alcançar algo que desejamos alcançar, ou de pura e simplesmente não termos capacidade para o fazer.

O resultado desta negação, é uma sensação muito grande de fracasso e de abatimento, que leva ao fracasso na escola, no trabalho, no casamento ou qualquer outra forma que leva à sensação de derrota na vida.

"Se esta negação a algo que desejamos, ou que queremos alcançar e não conseguimos, envolve uma pessoa, ou pessoas, de quem esperamos amor, apoio e aprovação e não recebemos, antes pensamos que contribuíram para o nosso fracasso, fica-se desiludidos com elas e desenvolve-se um sentimento de hostilidade contra essa pessoa, ou essas pessoas".

Como não se pode expressar esta hostilidade para fora, expressa-se para dentro, contra si mesma.

A pessoa vai armazenando esta hostilidade e o sentimento de fracasso e ao mesmo tempo vai-se retirando do mundo. Mas, com o tempo, começa a perceber que afinal o mundo não é responsável pelo seu fracasso, mas sim ela própria. Desta forma, começa a ser invadida de pensamentos de censura e de condenação contra si própria. Qualificando-se com a pessoa mais incompetente e inútil e sem esperança nenhuma. Chega ao ponto de pensar que nem mesmo Deus quer saber nada de si.

É claro que tudo isto é gradual. O alvo do conselheiro é ajudar a pessoa antes de entrar neste estado, ou no estágio inicial quando a depressão começa desenvolver-se. Se assim for é muito mais fácil ajudar a pessoa a não cair numa depressão, da qual provavelmente não terá mais saída. E quanto mais recorrer a anti-depressivos, e mesmo a alguns médicos irresponsáveis ou ignorantes sobre este tipo de doença, mais depressiva a pessoa se vai tornando.

A pessoa passa de um ira incontrolada contra tudo e contra todos, a um sentimento de culpa que vai ganhando terreno, e que mais tarde se associa a um sentimento de medo, e por final o objecto da hostilidade passa a ser a própria pessoa.

É fácil perceber que se a luta é dentro da pessoa, mais tarde ou mais cedo é contra si mesma que a pessoa irá revoltar-se. Qaundo chega a este ponto, a depressão começa a ficar num estado muito adiantado.

"Quando a pessoa chega a este ponto, ela pensa que não vale nada, que é um fracasso e começa a impor um castigo a si mesmo, acumulando sempre cada vez mais a ira contra si própria, até esta ira torna-se desoladora".

Mas esta dor que sente dentro de si, é somente uma raiva contra si e contra o mundo, por não ter podido atingir o que desejava. A pessoa depressiva, castiga-se a si mesmo não porque sente o seu pecado e está arrependido, mas porque não conseguiu atingir os seus objectivos.

Em Mateus 27:3-5

A palavra arrependimento refere-se a uma decepção pessoal, a uma frustação que causou uma forte irritação por aquilo que se passou e que pode levar a pessoa ao suicídio.

Podemos ler na Bíblia o caso de Judas, que traiu a Jesus, e a Aitofel que traiu a David, que como não conseguiram atingiram plenamente os objectivos que os levaram à traição, suicidaram-se.

II Sam. 15:31-34; 16:15, 21; 17:1-23

Nenhum dos dois, Judas e Aitofel, suicidou-se por estarem arrependidos de terem atraiçoados os seus amigos. Se eles estivessem arrependidos, nunca se teriam suicidado. A suas reacções eram de remorso, por não terem atingido o objectivo que queriam e não de arrependimento pelo que fizeram.

Judas teria entregue Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26, 15; 27, 3), que provavelmente seriam siclos e não denários como frequentemente se julga e afirma.
A motivação da sua acção é justificada ou explicada, nos Evangelhos, de diferentes modos. Assim, nos Evangelhos mais antigos, os de Mateus e de Marcos, tal deveu-se à sua avareza (Mateus 26, 14-16; Marcos 14, 10-11).

Já nos Evangelhos de Lucas e de João o seu procedimento é subordinado à influência directa de Satanás - (Lucas 22, 3; João 13:2. 27) sobre as suas acções.

Assim, no caso do Mateus 27:5 se relata que Judas Iscariotes ao sentir remorsos decide suicidar-se por enforcamento: «E Judas, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar», e no livro dos Atos 1:18, o seu autor conta que caiu de cabeça para baixo, rebentando ruidosamente nos rochedos pelo meio:

«Adquiriu um campo com o salário de seu crime. Depois tombando para frente arrebentou ao meio e todas as vísceras se derramaram".

O arrependimento é um sentimento muito nobre, de dor e tristeza pelo por causa do pecado, que leva a uma mudança de atitude.

O arrependimento fomenta a saúde mental, psicológica e espiritual, e nunca leva a pessoa a atitudes de hostilidade e destruição contra si mesmo ou contra os outros. O arrependimento tem como resultado o perdão de Deus pelas faltas cometidas e consequentemente a purificação da culpa, a restauração da personalidade, a recepção de uma vida espiritual, a implantação da fá, esperança e amor no íntimo da pessoa e à abolição da ansiedade.

Todos estes sentimentos, dádivas do céu, são opostos aos sentimentos depressivos.

3. A depressão pode apresentar um paradoxo

Parece um paradoxo, mas não é, uma pessoa fortemente tombada numa depressão, pode ainda sim, ser levada à lucidez espiritual e sentir um forte desejo de arrependimento.

Quando o “EU” desintegra-se e desaparece e o fracasso e o abatimento tomam conta do ser, e o ser humano volta-se contra si e contra tudo e todos, isto o pode levar a aproximar-se de Deus e ao desejo da conversão.

Do ponto vista pastoral, não devemos abandonar a pessoa depressiva, mas dar-lhe a orientação necessária, e através da oração e do estudo da palavra de Deus, procurar que essa depressão funcione como um trampolim para a sua conversão a Deus.

A Bíblia diz “bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados” Mateus 5:4

Além de muitas outras razões, a pessoa pode chorar porque está-se sentindo deprimida não conseguindo atingir o alvo que deseja, ou está a ser magoada pelos outros, duas razões que podem levar a pessoa à depressão.

Por essa razão, uma pessoa fragilizada pelas situações, pelos outros, e que choram, pode reunir as condições para criar a necessidade de voltar-se para Deus, em vez de cair na hostilidade contra si e contra os outros, que a levará a afundar-se mais e mais na depressão.

4. A soberba é um impedimento para a pessoa depressiva converter-se

Uma pessoa depressiva, embora possa chegar ao ponto de reconhecer que o mal está dentro de si, e não nos outros, ela deverá arrepender-se, converter-se, aproximando-se desta forma mais perto da cura ou alívio da depressão.

Mas, o perigo é que em vez disso, a pessoa, embora doente, cai no orgulho, passando a confiar em si própria, na suas forças, nos seus méritos, confiando no seu poder e recursos, caindo numa estima demasiadamente grande de si mesmo, depreciando os outros, tratando-os com insolência, desdém e hostilidade.

A soberba é um grande obstáculo à cura da depressão, pois a pessoa em vez de chorar por causa da sua debilidade, dor e dos seus pecados, ela ficará voltada para dentro de si própria – buscando a cura em si própria – e caindo cada vez mais na hostilidade que irá produzir dentro dela, a cólera, ou raiva, que é uma força destrutiva que acabará por levá-la ao desequilíbrio total da sua personalidade.

Em baixo vemos versículos que falam em sentimentos negativos que a pessoa não convém alimentar para não cair na depressão ou piorar a depressão em que já está tombada. Gálatas 5:20, Efésios 4:26


V. Aspectos técnicos importantes

Vamos falar de aspectos técnicos antes de entrarmos na questão no processo de restauração e na questão da prevenção.

A. Os sinais da depressão:

A pessoa sente uma grande tristeza quase todos os dias e perde o interesse ou prazer nas coisas que dantes me davam algum prazer.

De um lado, tem dificuldade em dormir, mas, de outro lado, só quer estar deitado o tempo todo.

Perde em parte ou todo o apetite para comer, ou, então é o contrário e só quer comer o tempo todo.

Sente-se cansado o tempo todo, mas é um cansaço mental, só que a pessoa ilude-se a si mesma, convencendo-se que está fisicamente cansada.

Tem dificuldades em se concentrar, seja no trabalho, seja numa conversa, ou fazer outra coisa qualquer coisa.

Deixa de compartilhar a vida com o cônjuge e filhos.

As preocupações da vida, mesmo as mais pequenas, queimam todas as suas energias.

Perde toda esperança de algo melhor para o seu futuro, e as suas emoções são bipolares e variam entre a raiva contra si mesma e contra os outros e o sentimento de vítima.

Uma pessoa depressiva, cuja as causas são de natureza emocional, não sofre de um distúrbio bipolar, mas tem muitas flutuações de humor, como um doente bipolar que sofre de um distúrbio do humor.

Vive confuso, entre a culpa pessoal e o ressentimento contra os outros, pois, um dia pensa que a culpa está dentro de si, e no outro dia pensa que a culpa é dos outros e fica ressentido.

O depressivo, vive confuso, variando da sua própria culpa ao ressentimento contra os outros, do fracasso ao orgulho, do sentimento de vítima à cólera, pois através da depressão a sua personalidade vai-se desintegrando aos poucos, deixa-se de conhecer a si próprio e isto a pode levar ao desespero e à vontade de morrer.

Se identificamos mais de 4 ou 5 destes sinais destes, deveremos buscar ajuda, pois podemos estar a entrar numa depressão.

B. Depressão leve e depressão severa:

Como já dissemos, a depressão é uma doença muito alusiva, pois é difícil definir todas as suas causas, que aliás podem ser mais do que uma. Há muitos factores a tomar em conta. Dai a dificuldade do processo de recuperação, e da ajuda que os conselheiros, pastores e médicos podem dar a uma pessoa depressiva.

Mas não é difícil identificar os sintomas. Pode-se dizer, com toda a certeza, que os estados de espírito em cima referidos são sinais de depressão, e que se houver mais do que 5 destes sinais a pessoa está a sofrer de depressão e está doente, ela precisa de ajuda.

No entanto é importante saber distinguir entre depressão leve e uma depressão severa, e saber o que distingue uma da outra.

1. Depressão leve

Se não houver muitas causas a interferir e houver poucos dos sinais em cima referidos, a depressão pode ser leve e ser acompanhada de uma ligeira falta de energia e de entusiasmo na vida.

A depressão leve de natureza emocional, não é fora do comum, pois há muitas pessoas que ao longo da vida, no seu lidar com as pessoas e as situações antagónicas criam condições para cair numa atitude depressiva embora leve.

Porque ao entrar em conflito com pessoas e com situações antagónicas, ficam de pé atrás, numa atitude de defesa e de vítima, reagem de uma forma exagerada, deixam brotar do seu coração “raízes de amargura” contra pessoas, e contra as situações negativas e, às vezes, contra Deus. Paralelamente não desenvolvem o exercício de perdoar e esquecer, pensam sempre que são elas que têm razão, que é só a elas que estas coisas acontecem, e acabam por desenvolver uma atitude na vida, marcada por algum pessimista e hostilidade, que acaba por se tornar quase crónico.

Não podemos chamar a estas pessoas doentes, mas são pessoas que acabam por formar um carácter um pouco depressivo.

O conhecimento da Palavra de Deus e a conversão a Cristo, são normalmente suficientes para restaurar a pessoa, ajudando-a aos poucos a ter uma atitude mais optimista e pacifica diante das pessoas e das situações antagónicas, sem que a pessoas precisem de passar por um longo processo de recuperação, que pode exigir alguns cuidados especiais tanto médicos, como pastorais.

2. Depressão severa

Se houver muitas causas a interferir e os sinais em cima referidos forem muitos e fortes, eles terão muito influência sobre a capacidade que a pessoa tem para dormir, comer, trabalhar, pensar, ter prazer na vida do dia a dia, nas coisas pequenas e belas que existem e é por isso que se pode catalogar a depressão como sendo severa.

Embora o conhecimento da Palavra de Deus e a conversão a Cristo, sejam vitais para ajudar na recuperação de uma pessoa que sofre de uma depressão severa, no entanto ela terá de passar por um longo processo de recuperação, que pode exigir muitos cuidados especiais tanto médicos, como pastorais.

No caso da depressão severa, a pessoa, mesmo convertida e recuperada, pode no entanto ficar com muitas sequelas e ter sempre alguma tendência pré-condicionada para a depressão, que poderá ter de confrontar-se todo o resto da sua vida. Mas, com a ajuda de Deus, a oração, a leitura da Bíblia, a ida à Igreja, e a ajuda de conselheiros cristãos sempre que necessário, a pessoa poderá lidar apredner a lidar com os ataques pré-condicionados de uma depressão severa que conheceu na sua vida, e que pode estar ainda em parte a conhecer.


V I . Os passos para a recuperação

O melhor passo é a prevenção, é não cair na depressão.

Vamos analisar o processo de recuperação que poderá prevenir a pessoa de cair na depressão ou a restaurará gradualmente a pessoa já tombada na depressão


A. O melhor é a prevenção.

Alimentar-se bem, beber muitos líquidos e dormir o tempo normal, se possível, ter uma rotina, ou seja deitar-se às mesmas horas todos os dias ( dormir 8 horas por dia)

Fazer algum exercício físico, nem que seja 5 a 10 minutos por dia, para ajudar à circulação de sangue, oxigenação do corpo e fortalecer os músculos, os tendões, nervos e toda a estrutura óssea.

Fugir do tabaco, das bebidas alcoólicas e de tudo o que enfraquece o corpo.

Fugir da prostituição, pornografia, mentira, inveja, amargura, raiva, e de todo o pecado em geral que afecta a nossa consciência e traz a culpa.

Fugir de tudo aquilo que pode sujar a nossa mente e alma.

Buscar o contacto com pessoas, que sejam boas e de boa influência.

Dar tempo a Deus através da Igreja, da Bíblia, oração e testemunho.

Ao fazermos isto seguimos o lema de “uma alma pura a viver num corpo puro”.

No entanto, sabemos que uma pessoa pode gerir uma alma que pode ser pura, fugindo de tudo o que é pecado e afecta e suja a sua consciência, mas por negligência ou circunstâncias da vida viver num corpo mal gerido, ou até doente.

É claro que uma pessoa que procura a pureza da alma e do corpo, está muito menos sujeito à depressão e pode-se defender muito melhor de todas as causas e circunstâncias que a podem criar nela uma tendência, nem que seja leve, para a depressão.

Infelizmente, às vezes há contratempos, imprevistos na nossa vida. Podemos de repente conhecer uma tempestade, um vendaval, um relacionamento que se quebra, uma pessoa que morre, um trabalho que se perde, a saúde que se vai embora, que se não cuidarmos pode levar-nos a uma depressão leve e mesmo severa.

Nesta questão da depressão, todo o cuidado é pouco, há que orar muito, ler a Bíblia todos os dias, testemunhar de Cristo, buscar a Deus constantemente e vigiar para não cairmos na tentação da carne e nas malhas do diabo.

Quantos pastores não têm caído na depressão, por não terem os cuidados acima prescritos. Depois vão para conferências de restauração de pastores, mas como continuam a não ter esses cuidados, acabam por cair numa depressão crónica, e nunca mais recuperam.

1. Fugi da tentação

Mateus 6:13 "E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre".

Mateus 26:41 "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca".

2. Fugi do diabo

Tiago 4:7 "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós".

1 Pedro 5:8 "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar";

Estes dois mandamentos, estão inseridos na prevenção. Se procurando ter uma alma pura, dentro de um corpo puro, fugimos ao mesmo tempo da tentação e do diabo, dificilmente tombaremos na depressão, seja qualquer que for o vendaval que nos apanhe na vida.

B. Deus é a melhor prevenção.

Deus é a grande prevenção para a depressão. Ignorar Deus e colocá-lo de parte, dizendo que ele não tem importância na minha vida emocional é de grande risco para a nossa vida emocional.

Se eu afastar-me de Deus, procurando cuidar sozinho da minha vida emocional, e quando não for capaz, recorrer a médicos, a conselheiros e aos comprimidos, estarei desta forma a preparar o meu caminho para cair numa depressão.

Se Deus fizer parte da minha receita “prevenção diária", dificilmente eu entrarei na depressão. Ele irá ajudar-me a gerir as minhas emoções quando houver perdas e faltas e irá ajudar-me a gerir os meus sonhos e esperanças, mesmo quando os não poder atingir

Isaías 35: 3 "Fortalecei as mãos frouxas e firmai os joelhos vacilantes 4 Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos salvará".

Isaías 40:29 "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. 30 Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, 31 mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam".

Salmos 40 "Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. 2 Tirou-me de um poço de perdição, de um charco de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos3 E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR".


V I I . Os passos para a recuperação no caso de cair-se na depressão.

E se não nos prevenirmos, como agir se cairmos depressão

A. Reconhecer e enfrentar a depressão.

Buscar ajuda profissional, tanto médica, como pastoral.

Procurar com a ajuda profissional e pastoral detectar as causas.

Se as causas forem totalmente de origem física, ou seja a pessoa têm carências físicas e mentais hereditárias ou mesmo adquiridas porqualquer razão, os pastores devem em primeiro lugar e antes de tudo encaminhar essas pessoas para os profissionais de saúde nessas áreas.

Se as causas forem exclusivamente de origem psíquica, os pastores podem procurar combatê-las espiritualmente, com o apoio da oração, unção, aconselhamento pastoral, sem negligenciar contudo a ajuda ajuda médica.

O apoio espiritual que podem dar, é ajudar a pessoa a exercitar o seu Espírito controlar a sua alma, pela oração, leitura da Bíblia, ida à Igreja, comunhão com outros crentes, frequentar colóquios para crentes sobre este assunto da depressão

Era bom as Igrejas terem um grupo igual às famílias anónimas, alcoólicos anónimos, que poderiam chamar-se “depressivos anónimos”, em que estariam presentes tantos os crentes doentes, como os seus familiares mais próximos, e ter reuniões fechadas e abertas.

Desta forma através da partilha os crentes doentes poderiam fortalecer-se, e poderiam até ganhar descrentes, e isto passaria a ser uma forma de evangelização que iria ajudar mesmo os "crentes com tendências depressivas" a terem mais um alvo na vida – o testemunho.

É claro que um grupo assim, teria que ser mais indutivo, ou seja ter um coordenador profissional nessa área, para orientar a partilha e não ser totalmente livre.

B. Gostaria de terminar com este conselho:

A Lua pode ser o teu grande sonho.
Mas não coloques nela todo o teu prazer
Pois a Lua não é o sonho mais difícil de alcançar!

Perdeste uma grande esperança na vida?
Não deixes isto te atormentar.
Não é de certeza o pior que te pode acontecer.

Mas coloca antes o teu prazer
Nas pequenas coisas da vida.
Que conseguires alcançar.

No trabalho.
No teu lar.
Nos teus amigos e colegas.
Nos pássaros, no gato e no cão.

Se consagrares a tua vida a estas coisas.
lembra-te que isto é mais dificil de alcançar
Que a Lua e o Marte!

E estas coisas nunca te desiludirão.
E não há nada que as derrube.
Se as alcançares, serão maiores,
Que o maior sonho que jamais alcançarás!
Que a maior esperança perdida!

Estas coisas nunca te deixarão.
Mergulhar no desespero.
Na desesperança.
E na depressão.

Portanto, não fiques preso.
Aos grandes sonhos.
Nem às esperanças perdidas.

Dedica-te às pequenas coisas.
Que conseguires alcançar.
E ao teu Deus.

E encontrarás força no desalento.
E na depressão.

Pode ver em baixo, se tiver tempo, uma boa apresentacão biblica sobre depressão:

http://du102w.dub102.mail.live.com/mail/InboxLight.aspx?n=1412464800&fid=1&mid=8074964c-1d2f-11e2-b057-001e0bcbbd80&fv=1#!/mail/ViewOfficePreview.aspx?messageid=a2d0c51e-1db7-11e2-a7f4-00237de41680&folderid=00000000-0000-0000-0000 000000000001&attindex=1&cp=-1&attdepth=1&n=1661931352

FIM