sábado, 4 de agosto de 2007

9 - A Depressão

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Medo

5. O Sofrimento

6. A Solidão

7. A Raiva

8. A Depressão

9. O Contentamento

10. As Mágoas

Neste capítulo 8 vamos ver como lidar com o problema da depressão sem se deixar vencer.

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com as Preocupações da vida, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero e às vezes até ao suicídio.

Por isso devemos aprender a lidar com estes problemas a vida.

Salmos 20:1 "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. 6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos.a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos".


I. Definindo a depressão

A. Os três tipos de depressão

Embora a depressão seja uma doença muito alusiva, pois é muito díficil definir todas as suas causas, podemos dizer que de uma maneira geral visto do ponto vista cristão há três tipos de depressão:

1. A depressão causada por distúrbios físicos ou mentais 

Este tipo de depressão de natureza anatómica tem normalmente como causa uma malformação congénita a nível fisíco e mental.  

2. A depressão causada por problemas emocionais, psíquicos.

Este tipo de depressão é normalmente causado por questões emocionais e psicológicas que podem estar relacionadas com acontecimentos traumatizantes, provenientes dos seguintes acontecimentos:

"luto ou perda, divórcio, desemprego, doença, acidentes, problemas ligados com a gravidez e partos, mau ambiente familiar, opressão e exploração social, abusos de ordem psicológica, verbal, corporal e sexual ou com escolhas na vida que não tiveram sucesso"

3. A depressão causada por problemas espirituais.

Normalmente este tipo de depressão não é aceite nos meios científicos e médicos, mas é muito aceite nos meios pastorais, pois os pastores lidam com muitas pessoas que sofrem de depressão e de vez em quando lidam com casos em que a pessoa depressiva está a sofrer de opressão espiritual, vinda de um demónio.

No entanto quando a depressão se manifesta, não importando o tipo, deve ser logo catalogada como uma doença que precisa de ser tratada. É uma doença que precisa de cuidados médicos profissionais, e se for de carácter emocional, psicológica, além dos cuidados médicos  pode precisar também de cuidados pastorais.

É claro que uma depressão cuja causa é espiritual, opressão ou possessão demoníaco, precisa acima de tudo de cuidados pastorais, mas a pessoa pode estar tão debilitada do ponto físico, emocional e psicológico e daí vir a necessitar também de cuidados médicos.


I I. Quatro pontos importantes a salientar

Ao analisar esta questão da depressão devo salientar quatro pontos:

A. Não vamos falar da depressão causada por distúrbios físicos e mentais.

A depressão causada por distúrbios físicos e mentais é um assunto para os profissionais de saúde nessa área.

Desta forma, irei falar unicamente do segundo e terceiro tipo de depressão, da depressão causada por problemas psíquicos e emocionais e problemas espirituais.

Ao dizer isto, tenho que salientar, outra vez, que a depressão é uma doença muito alusiva e por isso devemos manter a nossa mente aberta, antes de começar a determinar rigidamente o tipo de depressão que a pessoa está a sofrer.

A investigação deve ser feita com seriedade afim de não catalogarmos erradamente o tipo de depressão.

Podemos pensar que a depressão é emocional e psíquica e afinal ser de natureza física e mental, assim como podemos pensar que a pessoa está a sofer de opressão diabólica e afinal e pessoa está simplesmente a sofrer de um problema emoiconal e até pode ser físico!?


B.  Vamos falar mais de prevenção do que da cura

Não iremos falar muito de como podemos curar a depressão, mas iremos falar mais de prevenção, daquilo que devemos fazer para não cair na depressão.

C. Vamos ver que a depressão "psíquica e emocional" é muito comum.

A depressão emocional ou psíquica (e até espiritual) que não está ligada directamente ligada a doenças físicas, é um problema mais comum do que pensamos e que pode atacar qualquer pessoa.

D. Vamos ver que depressão é uma doença muito alusiva

Como já disse, embora hajam factores e causas por detrás da depressão que podem ser perfeitamente identificados, a depressão é no entanto uma doença muito alusiva … pois há muitas dificuldades em detectar todas as suas causas, e, por essa razão, não é sempre fácil identificar o seu tipo.

A depressão é uma doença bastante alusiva e complexa.


I I I. Três causas do ponto vista pastoral para a depressão

Parece que há três causas que podem estar por detrás da depressão emocional e psicológica, isto visto simplesmente do ponto de vista pastoral.

Vejamos estas causas:

A. A primeira causa é "depois de um grande sonho atingido".

Para vermos este ponto deixem-me falar um pouco do Capitão Bluzz – Edwin Aldrin.

Ele foi 1 dos 2 primeiros homens a andar na lua. Nunca ninguém subiu tão alto como ele – ele foi até à lua. Mas, alguns anos depois, a sua vida desceu da glória da lua para uma depressão tão severa que arruinou toda a sua vida e da sua família. Ele caiu da Glória da lua para um vale de desespero total na terra.

Porquê?

É que Bluzz durante muitos anos só teve um interesse na sua vida, um golo na vida. Qual era? Era a lua. Durante muitos anos, esqueceu-se de tudo, do resto das coisas que afinal fazem a vida de uma pessoa cá na terra. Ele fechou-se dentro do seu laboratório, só com os seus colegas cientistas a pensar na lua. Ele acreditou que era possível andar lá em cima. E conseguiu!

Mas quando subiu lá em cima, concretizando o seu sonho, e desceu, e tudo aquilo da lua passou, "Bluzz caiu num vazio tão grande, numa vida sem sentido, perdeu a motivação de viver, a esposa, os filhos, o jardim, o cão, o gato, os amigos, o restaurante onde ia, o jogo de futebol, a pesca, o trabalho do dia a dia, a igreja, fazer uma visita a uma pessoa doente, passar umas férias, ir à praia ou ao campo", nada disto o satisfazia, porque ele já tinha perdido toda a ligação e interesse com essas coisas durante os anos que esteve a preparar-se para ir à lua (o seu único e grande sonho da vida!!!)

Ele passou literalmente os anos da vida dele, antes de ir à lua, fugindo de todas as pequenas coisas que afinal ajudam também a dar um sentido à nossa existência.

Há uma grande lição nesta história que causou a depressão do Bluzz: Podemos ter golos na vida, golos grandes, como até ir à lua.

"Mas não ponhamos toda a nossa atenção e energia nesse golo. Antes, coloquemos a nossa atenção também nas coisas do dia a dia, nas coisas pequenas da vida. Porque pode-nos acontecer a mesma coisa que ao Bluzz: Depois de marcar o golo, atingirmos o máximo, não vamos ter mais prazer nenhum na vida".

Não é errado ter sonhos grandes, mas é errado viver completamente a volta destes sonhos esquecendo as coisas pequenas da vida. Isto pode ser a causa de muitas depressões.

Muitos pastores evangélicos, homens de negócios, políticos, cientistas, filosofos, artistas e outras profissões caem fatalmente neste perigo, pois toda a sua vida gira unicamente à volta da sua carreira ou dos objectivos que querem atingir com a sua carreira ou profissão, e esquecem todo o resto à sua volta.

Mas vem o dia em que poderão notar que erraram, mas já não poderão rectificar mais os danos emocionais causados em si próprios e nos outros.

B. A segunda causa é "e quando a esperança é perdida".

Uma jovem tinha grandes objectivos para a sua vida: estudar, ser alguém, arranjar o seu emprego, casar, ter o seu lar, os seus filhos, enfim fazer muitas coisas. Mas acontece que passados alguns anos, foi atacada por uma doença. A doença não só impediu que ela atingisse os seus objectivos profissionais, mas tirou-lhe todo o prazer que tinha nas suas actividades, pois já não as podia fazer como dantes e além disso impediu que arranjasse um marido, formasse um lar e tivesse filhos.

Esta jovem senhora, tendo perdido toda a esperança que tinha na vida, mergulhou na depressão.

A sua esperança na vida foi deferida … recusada … a sua esperança não foi satisfeita … preenchida … pois ela não conseguiu atingir os objectivos propostos.

Quando se perde a esperança de uma vida melhor, de uma solução para uma situação que nos atormenta, de um milagre na nossa vida, podemos cair na depressão.

Quando já não se pode alcançar o sonho almejado. Quando a perda de algo – uma pessoa, um trabalho, a saúde; quando as coisas começam a ruir à nossa volta e não vemos uma saída; quando parece que Deus já não se importa connosco e com o mundo … podemos cair na depressão.

Além de muitas outras causas que iremos ver nos próximos capítulos, estas duas causas, são muito comuns e podem fazer cair na depressão:

Um grande sonho alcançado, em que pusemos todo o nosso prazer e todo o resto perde a sua importância.

Um sonho perdido, em que pusemos toda a nossa esperança.

"A depressão pode surgir de um tombo que se dá a seguir a uma grande conquista, ou da perda de esperança quando não conseguimos atingir um ou mais objectivos na nossa vida".

No fundo a depressão está muito ligada com a nossa atitude diante dos sonhos alcançados e das esperanças perdidas. A forma como eu lido com os sonhos alcançados e as esperanças perdidas, pode livrar-me ou levar-me à depressão.

C. A terceira causa são "acontecimentos trágicos, traumatizantes e desagradáveis"

Com já referi em cima, os acontecimentos em baixo podem ser a causa da depressão emocional e psicológica de muitas pessoas:

"luto ou perda, divórcio, desemprego, doença, acidentes, problemas ligados com a gravidez e partos, mau ambiente familiar, opressão e exploração social, abusos de ordem psicológica, verbal, corporal e sexual ou com escolhas na vida que não tiveram sucesso".


I V. A natureza da depressão

A. O que é a depressão

1. A depressão não é somente um estado de desalento

As pessoas podem passar por desalentos, profunda tristeza, ânimo deprimido e mesmo a perda da auto-estima, por muitas razões. Qualquer pessoa pode passar por estes estados emocionais, mas isto não é depressão.

O termo "depressão" vem desde Hipócrates, mas somente foi aceito em meados do século XIX.

Originalmente, os sinais clínicos de depressão eram o abatimento e o retraimento, condições que formam o padrão de tristeza. Hoje, a depressão faz parte do rol de doenças psiquiátricas graves.

2. A depressão é um estado doentio

Portanto, hoje, a depressão, é considerada clinicamente um estado doentio, que pode estar associado à neurose ou psicose, ou a doenças bipolares (doença maníaco-depressivo).

Há algumas diferenças entre a neurose e a psicose. A neurose é mais um conflito dentro do próprio Eu da pessoa. Envolve os objectivos que ela quer atingir nos seus relacionamentos com os outros e com as situações, sem o conseguir e, por isso, vai entrando aos poucos num estado de frustação mental. Pode também ter outras causas, provenientes de problemas, frustações, traumas e comportamentos que o indivíduo esconde dentro do seu próprio Eu, e com os quais não consegue lidar ou libertar-se.

A psicose envolve mais um distúrbio entre o Ego e o Mundo. A psicose é uma doença mental caracterizada pela distorção do senso de realidade, uma inadequação e falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade, entre o Eu e o mundo que o rodeia.

Na psicose, o indivíduo tem desorientação do tempo, do espaço e da identidade, e o distanciamento dele com a realidade vai-se tornando cada vez mais perigoso. Ele persegue metas irreais às suas necessidades básicas. O psicótico também cria um mundo virtual, uma espécie de plataforma onde ele se sente superior, ou, pelo menos protgeido. Ele escuta vozes de seres da estratosfera, tem visões da terceira dimensão, ouve conselhos de figuras proeminentes, etc. Os pensamentos dele fogem completamente ao seu controle.

Enquanto que na neurose há uma concepção doentia da realidade, em que o neurótico não consegue evitar ser influenciado por traços anormais da sua personalidade, na psicose há uma distorção total da realidade. Por isso, muitos peritos dizem que uma neurose nunca poderá transformar-se em uma psicose.

As doenças bipolares, que podem ter alguns tipos, e são também causadoras de depressão, são por sua vez, doenças do distúrbrio do humor. No entanto, a esquizofenia é uma doença psiquíca-depressiva que se enquadra dentro do quadro clínico das doenças psicóticas.

Em todas as doenças depressivas, a questão a ser delineada é: onde fica a linha separatória do real e do ilusório? Não é fácil encontrá-la, porque é comum alguém se orgulhar de ser realista e, no entanto, manifestar ilusões escondidas.

Outra ilusão é o conceito de doença apenas mental, pois não há distúrbio mental sem alteração física. Sendo inseparáveis, é tolice dizer que "a doença mental está toda na cabeça". Ora, em todas as suas nuances, a vida é um fenômeno físico. Por isso, o deprimido é uma pessoa que está física e mentalmente deprimido; os dois são um.

A doença mental produz alterações. Quando as suas causas são emocionais ou espirituais produz alterações físicas. Por sua vez, quando a doença mental tem origem física, uma doença psico-somática proveniente de uma deficiência orgânica, produz por sua vez alterações emocionais e psicológicas.

É possível, haver uma mistura dos dois, haver causas físicas e emocionais em certas depressões, e é deste facto que a depressão é muito alusiva, sendo difícil determinar completa e exactamente todas as causas, e natureza das causas.

Portanto, a depressão é um estado que podendo ter como causas razões físicas, emocionais, ou mesmo espirituais, ou uma mistura de causas, leva a pessoa a um estado depressivo, com sintomas doentios de natureza bipolar, neurótica, psicótica e esquizofrénica, algumas sendo leves, outras sendo mais severas.

"A aflição não é depressão. A aflição é uma reacção emocional diante de uma perda significativa. Mas uma perda objectiva e externa. Enquanto que com a depressão envolve já uma perda interna. A depressão é um passo à frente da aflição".

Normalmente a aflição desaparece com o tempo, é momentânea. A depressão é para sempre, é contínua, é a perda do próprio “EU” da pessoa no relacionamento com ela própria, com os outros e com o mundo à sua volta.

A pessoa perde a capacidade de relacionar-se consigo próprio, com os outros e com o meio ambiente geral à volta dela.

Às vezes dizemos a uma pessoa que sofre de depressão, que ela devia sair mais, conviver mais, e claro é que isto iria ajudá-la, mas a verdade é que ela não tem capacidade para se expor aos outros, ao meio social, e por isso refugia-se mais e mais na solidão, e algumas pessoas decidem mesmo refugiarem-se na morte.

B. As pessoas depressivas vivem pré-condicionadas

Quando olhamos de perto uma pessoa depressiva, notamos que estão pré-condicionadas, por determinadas condutas: levam tudo muito a sério, têm o sentido de humor restringido, não são espontâneas e tem falta de imaginação, são maníacos e muito introspectivos. Inquietam-se facilmente, parecendo que levam o mundo às suas costas, e preocupam-se com coisas que não são objecto de qualquer preocupação, coisas simples do dia a dia. Vivem afastados do meio social, pouco convivem, tem uma visão pessimista da vida e desprezam tanto a si próprio, como aos outros. Muitas vezes, ao quererem edificar o seu “EU” vacilante, ou desaparecido, destroem os outros. Vivem com metas irrazoáveis e em desacordo total com a realidade.

Uma pessoa normal aceita um ou mais fracassos, e segue em frente, rectificando ou reajustando os seus planos segundo as novas realidades, e segundos as suas capacidades, e protege-se positivamente das desilusões que a vida traz a toda a gente. Mas a pessoa depressiva não consegue encarar os fracassos, e cai no desânimo, sente-se derrotado, recorre à crítica e à destruição, até a expressão neurótica atingir uma expressão plena que pode ir até ao suicídio.

Estamos a criar um retrato mais psicológico do que propriamente técnico da pessoa depressiva. Talvez, um profissional de saúde, não concorde na totalidade com este retrato por ser um pouco subjectivo, pastoral.

C. As verdadeiras causas da depressão

1. Recapitulação da introdução sobre a depressão

Já vimos as três causas para a depressão, vista do ponto vista mais pastoral:

PRIMEIRO, a depressão que se segue a seguir a um grande sonho atingido.

SEGUNDO, a depressão que se segue a uma esperança não alcançada.

TERCEIRO  a depressão causada por acontecimentos trágicos e traumatizantes.

Mas antes de continuar é bom salientar outra vez que o meu alvo é o seguinte:

Centralizar este estudo no tipo de depressão cuja as causas são emocionais, ou espirituais e não no tipo de depressão cujas a causas são físicas e as pessoas precisam de mais cuidados médicos do que pastorais.

Centralizar o estudo mais na prevenção do que propriamente dito no tratamento da depressão. Por esta razão, o trabalho pastoral é ajudar as pessoas a não darem o passo em frente, ou seja, quando acontecem coisas más e frustantes em suas vidas, elas dão um passo em direção à depressão. O trabalho pastoral é ajudar as pessoas a aprenderem a lidar positivamente com a ajuda de Deus, com aquilo que as pode deprimir e até levar a uma depressão doentia.

2. Negação de algo que se quer alcançar e incapacidade de obter o que queremos ter.

Iremos agora ver agora as causas de um ponto de vista mais técnico. 

Do ponto vista técnico e psicológico, a depressão surge a partir de uma frustração por não conseguirmos alcançar algo que desejamos alcançar, ou de pura e simplesmente não termos capacidade para o fazer.

O resultado desta negação, é uma sensação muito grande de fracasso e de abatimento, que leva ao fracasso na escola, no trabalho, no casamento ou qualquer outra forma que leva à sensação de derrota na vida.

"Se esta negação a algo que desejamos, ou que queremos alcançar e não conseguimos, envolve uma pessoa, ou pessoas, de quem esperamos amor, apoio e aprovação e não recebemos, antes pensamos que contribuíram para o nosso fracasso, fica-se desiludidos com elas e desenvolve-se um sentimento de hostilidade contra essa pessoa, ou essas pessoas".

Como não se pode expressar esta hostilidade para fora, expressa-se para dentro, contra si mesma.

A pessoa vai armazenando esta hostilidade e o sentimento de fracasso e ao mesmo tempo vai-se retirando do mundo. Mas, com o tempo, começa a perceber que afinal o mundo não é responsável pelo seu fracasso, mas sim ela própria. Desta forma, começa a ser invadida de pensamentos de censura e de condenação contra si própria. Qualificando-se com a pessoa mais incompetente e inútil e sem esperança nenhuma. Chega ao ponto de pensar que nem mesmo Deus quer saber nada de si.

É claro que tudo isto é gradual. O alvo do conselheiro é ajudar a pessoa antes de entrar neste estado, ou no estágio inicial quando a depressão começa desenvolver-se. Se assim for é muito mais fácil ajudar a pessoa a não cair numa depressão, da qual provavelmente não terá mais saída. E quanto mais recorrer a anti-depressivos, e mesmo a alguns médicos irresponsáveis ou ignorantes sobre este tipo de doença, mais depressiva a pessoa se vai tornando.

A pessoa passa de um ira incontrolada contra tudo e contra todos, a um sentimento de culpa que vai ganhando terreno, e que mais tarde se associa a um sentimento de medo, e por final o objecto da hostilidade passa a ser a própria pessoa.

É fácil perceber que se a luta é dentro da pessoa, mais tarde ou mais cedo é contra si mesma que a pessoa irá revoltar-se. Qaundo chega a este ponto, a depressão começa a ficar num estado muito adiantado.

"Quando a pessoa chega a este ponto, ela pensa que não vale nada, que é um fracasso e começa a impor um castigo a si mesmo, acumulando sempre cada vez mais a ira contra si própria, até esta ira torna-se desoladora".

Mas esta dor que sente dentro de si, é somente uma raiva contra si e contra o mundo, por não ter podido atingir o que desejava. A pessoa depressiva, castiga-se a si mesmo não porque sente o seu pecado e está arrependido, mas porque não conseguiu atingir os seus objectivos.

Em Mateus 27:3-5

A palavra arrependimento refere-se a uma decepção pessoal, a uma frustação que causou uma forte irritação por aquilo que se passou e que pode levar a pessoa ao suicídio.

Podemos ler na Bíblia o caso de Judas, que traiu a Jesus, e a Aitofel que traiu a David, que como não conseguiram atingiram plenamente os objectivos que os levaram à traição, suicidaram-se.

II Sam. 15:31-34; 16:15, 21; 17:1-23

Nenhum dos dois, Judas e Aitofel, suicidou-se por estarem arrependidos de terem atraiçoados os seus amigos. Se eles estivessem arrependidos, nunca se teriam suicidado. A suas reacções eram de remorso, por não terem atingido o objectivo que queriam e não de arrependimento pelo que fizeram.

Judas teria entregue Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26, 15; 27, 3), que provavelmente seriam siclos e não denários como frequentemente se julga e afirma.
A motivação da sua acção é justificada ou explicada, nos Evangelhos, de diferentes modos. Assim, nos Evangelhos mais antigos, os de Mateus e de Marcos, tal deveu-se à sua avareza (Mateus 26, 14-16; Marcos 14, 10-11).

Já nos Evangelhos de Lucas e de João o seu procedimento é subordinado à influência directa de Satanás - (Lucas 22, 3; João 13:2. 27) sobre as suas acções.

Assim, no caso do Mateus 27:5 se relata que Judas Iscariotes ao sentir remorsos decide suicidar-se por enforcamento: «E Judas, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar», e no livro dos Atos 1:18, o seu autor conta que caiu de cabeça para baixo, rebentando ruidosamente nos rochedos pelo meio:

«Adquiriu um campo com o salário de seu crime. Depois tombando para frente arrebentou ao meio e todas as vísceras se derramaram".

O arrependimento é um sentimento muito nobre, de dor e tristeza pelo por causa do pecado, que leva a uma mudança de atitude.

O arrependimento fomenta a saúde mental, psicológica e espiritual, e nunca leva a pessoa a atitudes de hostilidade e destruição contra si mesmo ou contra os outros. O arrependimento tem como resultado o perdão de Deus pelas faltas cometidas e consequentemente a purificação da culpa, a restauração da personalidade, a recepção de uma vida espiritual, a implantação da fá, esperança e amor no íntimo da pessoa e à abolição da ansiedade.

Todos estes sentimentos, dádivas do céu, são opostos aos sentimentos depressivos.

3. A depressão pode apresentar um paradoxo

Parece um paradoxo, mas não é, uma pessoa fortemente tombada numa depressão, pode ainda sim, ser levada à lucidez espiritual e sentir um forte desejo de arrependimento.

Quando o “EU” desintegra-se e desaparece e o fracasso e o abatimento tomam conta do ser, e o ser humano volta-se contra si e contra tudo e todos, isto o pode levar a aproximar-se de Deus e ao desejo da conversão.

Do ponto vista pastoral, não devemos abandonar a pessoa depressiva, mas dar-lhe a orientação necessária, e através da oração e do estudo da palavra de Deus, procurar que essa depressão funcione como um trampolim para a sua conversão a Deus.

A Bíblia diz “bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados” Mateus 5:4

Além de muitas outras razões, a pessoa pode chorar porque está-se sentindo deprimida não conseguindo atingir o alvo que deseja, ou está a ser magoada pelos outros, duas razões que podem levar a pessoa à depressão.

Por essa razão, uma pessoa fragilizada pelas situações, pelos outros, e que choram, pode reunir as condições para criar a necessidade de voltar-se para Deus, em vez de cair na hostilidade contra si e contra os outros, que a levará a afundar-se mais e mais na depressão.

4. A soberba é um impedimento para a pessoa depressiva converter-se

Uma pessoa depressiva, embora possa chegar ao ponto de reconhecer que o mal está dentro de si, e não nos outros, ela deverá arrepender-se, converter-se, aproximando-se desta forma mais perto da cura ou alívio da depressão.

Mas, o perigo é que em vez disso, a pessoa, embora doente, cai no orgulho, passando a confiar em si própria, na suas forças, nos seus méritos, confiando no seu poder e recursos, caindo numa estima demasiadamente grande de si mesmo, depreciando os outros, tratando-os com insolência, desdém e hostilidade.

A soberba é um grande obstáculo à cura da depressão, pois a pessoa em vez de chorar por causa da sua debilidade, dor e dos seus pecados, ela ficará voltada para dentro de si própria – buscando a cura em si própria – e caindo cada vez mais na hostilidade que irá produzir dentro dela, a cólera, ou raiva, que é uma força destrutiva que acabará por levá-la ao desequilíbrio total da sua personalidade.

Em baixo vemos versículos que falam em sentimentos negativos que a pessoa não convém alimentar para não cair na depressão ou piorar a depressão em que já está tombada. Gálatas 5:20, Efésios 4:26


V. Aspectos técnicos importantes

Vamos falar de aspectos técnicos antes de entrarmos na questão no processo de restauração e na questão da prevenção.

A. Os sinais da depressão:

A pessoa sente uma grande tristeza quase todos os dias e perde o interesse ou prazer nas coisas que dantes me davam algum prazer.

De um lado, tem dificuldade em dormir, mas, de outro lado, só quer estar deitado o tempo todo.

Perde em parte ou todo o apetite para comer, ou, então é o contrário e só quer comer o tempo todo.

Sente-se cansado o tempo todo, mas é um cansaço mental, só que a pessoa ilude-se a si mesma, convencendo-se que está fisicamente cansada.

Tem dificuldades em se concentrar, seja no trabalho, seja numa conversa, ou fazer outra coisa qualquer coisa.

Deixa de compartilhar a vida com o cônjuge e filhos.

As preocupações da vida, mesmo as mais pequenas, queimam todas as suas energias.

Perde toda esperança de algo melhor para o seu futuro, e as suas emoções são bipolares e variam entre a raiva contra si mesma e contra os outros e o sentimento de vítima.

Uma pessoa depressiva, cuja as causas são de natureza emocional, não sofre de um distúrbio bipolar, mas tem muitas flutuações de humor, como um doente bipolar que sofre de um distúrbio do humor.

Vive confuso, entre a culpa pessoal e o ressentimento contra os outros, pois, um dia pensa que a culpa está dentro de si, e no outro dia pensa que a culpa é dos outros e fica ressentido.

O depressivo, vive confuso, variando da sua própria culpa ao ressentimento contra os outros, do fracasso ao orgulho, do sentimento de vítima à cólera, pois através da depressão a sua personalidade vai-se desintegrando aos poucos, deixa-se de conhecer a si próprio e isto a pode levar ao desespero e à vontade de morrer.

Se identificamos mais de 4 ou 5 destes sinais destes, deveremos buscar ajuda, pois podemos estar a entrar numa depressão.

B. Depressão leve e depressão severa:

Como já dissemos, a depressão é uma doença muito alusiva, pois é difícil definir todas as suas causas, que aliás podem ser mais do que uma. Há muitos factores a tomar em conta. Dai a dificuldade do processo de recuperação, e da ajuda que os conselheiros, pastores e médicos podem dar a uma pessoa depressiva.

Mas não é difícil identificar os sintomas. Pode-se dizer, com toda a certeza, que os estados de espírito em cima referidos são sinais de depressão, e que se houver mais do que 5 destes sinais a pessoa está a sofrer de depressão e está doente, ela precisa de ajuda.

No entanto é importante saber distinguir entre depressão leve e uma depressão severa, e saber o que distingue uma da outra.

1. Depressão leve

Se não houver muitas causas a interferir e houver poucos dos sinais em cima referidos, a depressão pode ser leve e ser acompanhada de uma ligeira falta de energia e de entusiasmo na vida.

A depressão leve de natureza emocional, não é fora do comum, pois há muitas pessoas que ao longo da vida, no seu lidar com as pessoas e as situações antagónicas criam condições para cair numa atitude depressiva embora leve.

Porque ao entrar em conflito com pessoas e com situações antagónicas, ficam de pé atrás, numa atitude de defesa e de vítima, reagem de uma forma exagerada, deixam brotar do seu coração “raízes de amargura” contra pessoas, e contra as situações negativas e, às vezes, contra Deus. Paralelamente não desenvolvem o exercício de perdoar e esquecer, pensam sempre que são elas que têm razão, que é só a elas que estas coisas acontecem, e acabam por desenvolver uma atitude na vida, marcada por algum pessimista e hostilidade, que acaba por se tornar quase crónico.

Não podemos chamar a estas pessoas doentes, mas são pessoas que acabam por formar um carácter um pouco depressivo.

O conhecimento da Palavra de Deus e a conversão a Cristo, são normalmente suficientes para restaurar a pessoa, ajudando-a aos poucos a ter uma atitude mais optimista e pacifica diante das pessoas e das situações antagónicas, sem que a pessoas precisem de passar por um longo processo de recuperação, que pode exigir alguns cuidados especiais tanto médicos, como pastorais.

2. Depressão severa

Se houver muitas causas a interferir e os sinais em cima referidos forem muitos e fortes, eles terão muito influência sobre a capacidade que a pessoa tem para dormir, comer, trabalhar, pensar, ter prazer na vida do dia a dia, nas coisas pequenas e belas que existem e é por isso que se pode catalogar a depressão como sendo severa.

Embora o conhecimento da Palavra de Deus e a conversão a Cristo, sejam vitais para ajudar na recuperação de uma pessoa que sofre de uma depressão severa, no entanto ela terá de passar por um longo processo de recuperação, que pode exigir muitos cuidados especiais tanto médicos, como pastorais.

No caso da depressão severa, a pessoa, mesmo convertida e recuperada, pode no entanto ficar com muitas sequelas e ter sempre alguma tendência pré-condicionada para a depressão, que poderá ter de confrontar-se todo o resto da sua vida. Mas, com a ajuda de Deus, a oração, a leitura da Bíblia, a ida à Igreja, e a ajuda de conselheiros cristãos sempre que necessário, a pessoa poderá lidar apredner a lidar com os ataques pré-condicionados de uma depressão severa que conheceu na sua vida, e que pode estar ainda em parte a conhecer.


V I . Os passos para a recuperação

O melhor passo é a prevenção, é não cair na depressão.

Vamos analisar o processo de recuperação que poderá prevenir a pessoa de cair na depressão ou a restaurará gradualmente a pessoa já tombada na depressão


A. O melhor é a prevenção.

Alimentar-se bem, beber muitos líquidos e dormir o tempo normal, se possível, ter uma rotina, ou seja deitar-se às mesmas horas todos os dias ( dormir 8 horas por dia)

Fazer algum exercício físico, nem que seja 5 a 10 minutos por dia, para ajudar à circulação de sangue, oxigenação do corpo e fortalecer os músculos, os tendões, nervos e toda a estrutura óssea.

Fugir do tabaco, das bebidas alcoólicas e de tudo o que enfraquece o corpo.

Fugir da prostituição, pornografia, mentira, inveja, amargura, raiva, e de todo o pecado em geral que afecta a nossa consciência e traz a culpa.

Fugir de tudo aquilo que pode sujar a nossa mente e alma.

Buscar o contacto com pessoas, que sejam boas e de boa influência.

Dar tempo a Deus através da Igreja, da Bíblia, oração e testemunho.

Ao fazermos isto seguimos o lema de “uma alma pura a viver num corpo puro”.

No entanto, sabemos que uma pessoa pode gerir uma alma que pode ser pura, fugindo de tudo o que é pecado e afecta e suja a sua consciência, mas por negligência ou circunstâncias da vida viver num corpo mal gerido, ou até doente.

É claro que uma pessoa que procura a pureza da alma e do corpo, está muito menos sujeito à depressão e pode-se defender muito melhor de todas as causas e circunstâncias que a podem criar nela uma tendência, nem que seja leve, para a depressão.

Infelizmente, às vezes há contratempos, imprevistos na nossa vida. Podemos de repente conhecer uma tempestade, um vendaval, um relacionamento que se quebra, uma pessoa que morre, um trabalho que se perde, a saúde que se vai embora, que se não cuidarmos pode levar-nos a uma depressão leve e mesmo severa.

Nesta questão da depressão, todo o cuidado é pouco, há que orar muito, ler a Bíblia todos os dias, testemunhar de Cristo, buscar a Deus constantemente e vigiar para não cairmos na tentação da carne e nas malhas do diabo.

Quantos pastores não têm caído na depressão, por não terem os cuidados acima prescritos. Depois vão para conferências de restauração de pastores, mas como continuam a não ter esses cuidados, acabam por cair numa depressão crónica, e nunca mais recuperam.

1. Fugi da tentação

Mateus 6:13 "E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre".

Mateus 26:41 "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca".

2. Fugi do diabo

Tiago 4:7 "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós".

1 Pedro 5:8 "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar";

Estes dois mandamentos, estão inseridos na prevenção. Se procurando ter uma alma pura, dentro de um corpo puro, fugimos ao mesmo tempo da tentação e do diabo, dificilmente tombaremos na depressão, seja qualquer que for o vendaval que nos apanhe na vida.

B. Deus é a melhor prevenção.

Deus é a grande prevenção para a depressão. Ignorar Deus e colocá-lo de parte, dizendo que ele não tem importância na minha vida emocional é de grande risco para a nossa vida emocional.

Se eu afastar-me de Deus, procurando cuidar sozinho da minha vida emocional, e quando não for capaz, recorrer a médicos, a conselheiros e aos comprimidos, estarei desta forma a preparar o meu caminho para cair numa depressão.

Se Deus fizer parte da minha receita “prevenção diária", dificilmente eu entrarei na depressão. Ele irá ajudar-me a gerir as minhas emoções quando houver perdas e faltas e irá ajudar-me a gerir os meus sonhos e esperanças, mesmo quando os não poder atingir

Isaías 35: 3 "Fortalecei as mãos frouxas e firmai os joelhos vacilantes 4 Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos salvará".

Isaías 40:29 "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. 30 Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, 31 mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam".

Salmos 40 "Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. 2 Tirou-me de um poço de perdição, de um charco de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos3 E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR".


V I I . Os passos para a recuperação no caso de cair-se na depressão.

E se não nos prevenirmos, como agir se cairmos depressão

A. Reconhecer e enfrentar a depressão.

Buscar ajuda profissional, tanto médica, como pastoral.

Procurar com a ajuda profissional e pastoral detectar as causas.

Se as causas forem totalmente de origem física, ou seja a pessoa têm carências físicas e mentais hereditárias ou mesmo adquiridas porqualquer razão, os pastores devem em primeiro lugar e antes de tudo encaminhar essas pessoas para os profissionais de saúde nessas áreas.

Se as causas forem exclusivamente de origem psíquica, os pastores podem procurar combatê-las espiritualmente, com o apoio da oração, unção, aconselhamento pastoral, sem negligenciar contudo a ajuda ajuda médica.

O apoio espiritual que podem dar, é ajudar a pessoa a exercitar o seu Espírito controlar a sua alma, pela oração, leitura da Bíblia, ida à Igreja, comunhão com outros crentes, frequentar colóquios para crentes sobre este assunto da depressão

Era bom as Igrejas terem um grupo igual às famílias anónimas, alcoólicos anónimos, que poderiam chamar-se “depressivos anónimos”, em que estariam presentes tantos os crentes doentes, como os seus familiares mais próximos, e ter reuniões fechadas e abertas.

Desta forma através da partilha os crentes doentes poderiam fortalecer-se, e poderiam até ganhar descrentes, e isto passaria a ser uma forma de evangelização que iria ajudar mesmo os "crentes com tendências depressivas" a terem mais um alvo na vida – o testemunho.

É claro que um grupo assim, teria que ser mais indutivo, ou seja ter um coordenador profissional nessa área, para orientar a partilha e não ser totalmente livre.

B. Gostaria de terminar com este conselho:

A Lua pode ser o teu grande sonho.
Mas não coloques nela todo o teu prazer
Pois a Lua não é o sonho mais difícil de alcançar!

Perdeste uma grande esperança na vida?
Não deixes isto te atormentar.
Não é de certeza o pior que te pode acontecer.

Mas coloca antes o teu prazer
Nas pequenas coisas da vida.
Que conseguires alcançar.

No trabalho.
No teu lar.
Nos teus amigos e colegas.
Nos pássaros, no gato e no cão.

Se consagrares a tua vida a estas coisas.
lembra-te que isto é mais dificil de alcançar
Que a Lua e o Marte!

E estas coisas nunca te desiludirão.
E não há nada que as derrube.
Se as alcançares, serão maiores,
Que o maior sonho que jamais alcançarás!
Que a maior esperança perdida!

Estas coisas nunca te deixarão.
Mergulhar no desespero.
Na desesperança.
E na depressão.

Portanto, não fiques preso.
Aos grandes sonhos.
Nem às esperanças perdidas.

Dedica-te às pequenas coisas.
Que conseguires alcançar.
E ao teu Deus.

E encontrarás força no desalento.
E na depressão.

Pode ver em baixo, se tiver tempo, uma boa apresentacão biblica sobre depressão:

http://du102w.dub102.mail.live.com/mail/InboxLight.aspx?n=1412464800&fid=1&mid=8074964c-1d2f-11e2-b057-001e0bcbbd80&fv=1#!/mail/ViewOfficePreview.aspx?messageid=a2d0c51e-1db7-11e2-a7f4-00237de41680&folderid=00000000-0000-0000-0000 000000000001&attindex=1&cp=-1&attdepth=1&n=1661931352

FIM

8 - O contentamento

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Medo

5. O Sofrimento

6. A Solidão

7. A Raiva

8. A Depressão

9. Contentamento

10. As Mágoas

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com coisas como as Preocupações, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero.

Mas é um facto que todos nós temos que aprender a lidar com estes problemas.

Salmos 20:1 "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. 6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos".


Como posso viver contente

Quem é que não quer viver contente? Para isto temos que conhecer seis segredos.

I. Deus é a fonte do verdadeiro contentamento.

I I. Devemos aprender a estar contentes com o que temos.

I I I. Devemos confiar nas promessas de Deus.

I V. Não devemos murmurar ou “resmungar”.

V. Devemos dar graças em tudo. 

V I. Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus.


I. O primeiro segredo

Deus é a fonte do verdadeiro contentamento.

Marcos 12:30 Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.

Só Deus nos pode fazer felizes, independentemente daquilo que possuimos ou da situação em que vivemos. Por isso, devemos pôr Deus à frente de tudo em nossas vidas e amá-lo de toda as nossas forças, em todas as circunstâncias, sejam boas ou más.


I I. O segundo segredo

Devemos aprender a estar contentes com o que temos.

Filipenses 4:11 "Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação".

I Timóteo 6:6 "De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. 7 Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. 8 Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. 9 Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição".


I I I. O terceiro segredo

Devemos confiar nas promessas de Deus.

Hebreus 13:5 "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei".

Salmos 91:9 "Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. 10 Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda".

Temos que reconhecer que os cristãos, muitas vezes põem as promessas de Deus em questão, especialmente quando estão a passar pelo sofrimento. Temos que notar que na Bíblia, Deus nunca que os cristãos nunca passarão por provações, sofrimento ou necessidades.

Mas Ele promete sim, vemos isto na primeira promessa, que nunca nos deixará, nem nunca desamparará. Mesmo nas alturas em que estamos passando por provações.

Na segunda promessa, Deus diz que nenhum mal, praga alguma, chegará à nossa tenda, isto quer dizer que Deus vai nos proteger do mal.

Enquanto que os descrentes enfrentam as provações e o mal sem o apoio e a protecção de Deus. Os crentes, ao contrário, enfrentam estas adversidades com o apoio e a protecção de Deus.

Por essa razão os crentes podem estar contentes mesmo quando estão passando pela provação. Porque sabem que as suas vidas estão debaixo do controle de Deus.


I V. O quarto segredo

Não devemos murmurar ou “resmungar”.

Números 14:27 "Até quando sofrerei esta má congregação que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações que os filhos de Israel proferem contra mim"

1 Coríntios 10:10 "Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador".

Filipenses 2:14 "Fazei tudo sem murmurações nem contendas"

Murmurar faz mal. Dá lugar à amargura e ao descontentamento. Quando começamos a murmurar “resmungar” a tendência é irmos de mal a pior.

É como uma ferida que se abre, mas como não tratamos vai piorando. E pode chegar a uma altura em que precisa de ser cortada senão irá infectar o corpo todo.

A murmuração se não for logo tratada irá piorar e afectar a nossa alma e corpo todo.

Resmungar, murmurar, é pecado contra Deus.

Nós podemos pedir explicações, mas não murmurar

Por vezes nós os cristãos somos confrontados com problemas, ou vemos coisas acontecer à nossa volta, que nos podem lver a ficar ressentidos e ofendidos contra Deus, perguntando a razão porque Ele permite estas coisas.

Deus sabe disto, e nós podemos: “abrir o nosso coração e falar dos nossos sentimentos, receios e angústias, falar das nossas frustrações e necessidades, dos nossos desenganos e ilusões, nós podemos desabafar e até mesmo suplicar por explicações”. Veja Habacuque no meu blog, ele fez isto

Mas devemos procurar fazer isto sem cair na murmuração, não permitindo que o ressentimento contra Deus, tome conta do nosso coração! E peçamos perdão a Deus quando isto acontece, declarando que cremos que Ele é fiel e soberano em tudo.

Resmungar, murmurar é um sentimento que está carregado de amargura, ódio, raiva, vingança, descontentamento e ingratidão contra alguém.

Exemplos: O povo quando saiu do Egipto resmungava por tudo e por nada. Alguns israelitas nunca viram a terra prometida por causa da murmuração.

Quando alguém é tomado pelo espírito de murmuração, nunca mais vai ficar contente com nada. Vai estar sempre a queixar-se, fazer-se de vítima, reclamar. Nunca irá reconhecer as bênçãos e os privilégios que recebeu. Nunca irá comparar-se àqueles que vivem piores.

Não estou a falar daquele sentimento em que a pessoa necessita de desabafar, chorar, ajuda, uma mão no ombro, um consolação, um conselho, apoio moral.

A Bíblia deixa um aviso aos murmuradores

I Coríntios 10: 5 "Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto. 6 Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7 Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. 8 E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil. 9 Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. 10 Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador. 11 Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. 12 Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia".


V. Segredo

Devemos dar graças em tudo.

Tessalonicenses 5:18 "Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco"

Em vez de murmurar o crente deve dar graças

É o melhor remédio para a murmuração. Quando o crente tiver vontade de resmungar, é melhor abrir antes a sua boca e começar a louvar a Deus, dar graças, mesmo numa situação difícil, pois Deus pode até utilizar a tal situação para o crente crescer, santificar-se e poder compreender e ajudar alguém que esteja a passar pela mesma situação.

Mesmo se perdemos o emprego, ou aconteceu algo muito desagradável, nós devemos manter o nosso espirito de gratidão mesmo nessa situação difícil e continuar a louvar a Deus, reconhecendo que Deus continua no control de todas as situações.

Até mesmo numa situação difícil na nossa vida causada por alguém que se levantou contra nós, se não cairmos na murmuração, poderemos até abençoar essa pessoa que nos causou o problema e em vez de odiá-la, podemos perdoá-la e Deus até poderá tocar na vida dessa tal pessoa.

A murmuração pode envolver uma situação negativa que aconteceu na nossa vida, a perda de um familiar, de emprego e até uma multa, ou uma avaria no carro.

Normalmente este tipo de murmuração acaba por envolver Deus, pois a pessoa bem no fundo pergunta ou começa a murmurar:

“Porquê que Deus permitiu que isto acontecesse, mas afinal que mal fiz eu?”

Deus não é justo, pois Eu não merecia isto!

Falar assim de Deus é murmuração, e tira-nos a alegria de viver


V I. O quinto segredo 

Devemos saber que todas as coisas contribuem para o bem dos que amam a Deus.

Romanos 8:28 “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”



O contexto geral de Romanos 8:28 é um em que Paulo trata do viver pelo poder do Espírito no meio do sofrimento e a dor. 

Paulo não era indiferente ao sofrimento. Ele mais do que  ninguém conheceu o sofrimento: açoitamentos, prisões, perseguições até ao ponto da morte, e isto foi suficiente para tornar Paulo compreensivo diante da dor dor e do sofrimento. 

Mas o que quer dizer Paulo com “para o bem bem daqueles”?

Em primeiro lugar, Paulo não está dando esta promessa para todas as pessoas, mas apenas para aqueles “que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”

Em segundo lugar, no contexto em que Paulo está a dizer isto, ele acentua no versículo 29 e 30 “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. : “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”

“Par o bem” não está a falar do nosso conforto, riqueza, ou saúde. Mas sim d nossa conformidade a Cristo! 

Em fim, todas as coisas cooperam para trazer cada cristão à conformidade de Cristo, para trazer cada cristão à glória. Paulo está tão certo de que isto se realizará, que ele fala da nossa conformidade e glorificação no tempo pretérito.

Não devíamos nós os crentes estar contentes por isto? E quando estivermos a passar por grandes provações, sabermos que estas provaações irão contribuir para o nosso bem?


FIM

7 - A Raiva

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Medo

5. O Sofrimento

6. A Solidão

7. A Raiva

8. A Depressão

9. O Contentamento

10. As Mágoas

Como posso eu lidar com a raiva sem me descontrolar?

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com coisas como as Preocupações, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero.

Por isso devemos aprender a lidar com estes problemas.

Como posso lidar com a raiva


I. Introdução

Eram 5 horas da manhã. Ângela acordou mais uma vez, pelo choro do seu bebé. Era a 10º vez naquela noite de Inverno. Ela sentia-se tão cansada, aquilo já vinha de alguns meses atrás.

Todas as noites. Ela já não podia mais. Estava irritadíssima!!!

O marido não estava em casa pois era o seu turno de noite. Ela se encontrava mais uma vez sozinha.

Ao ouvir de novo o choro da criança Ângela gritava para ela própria, perguntando:

“Porquê que isto me está a acontecer?”

“Que mal fiz eu para merecer isto?”.

Afinal eu não ando a pedir muito:

“somente uma boa noite de sono, mais nada”.

Mas o choro do bebé não parava, aumentava, a irritação de Ângela aumentava também, tornando-se pouco a pouco em raiva. Raiva contra o seu pequeno menino.

Ela dizia dentro de si própria:

“tu não tens o direito de destruir assim a minha vida” “porque não te calas”

e deu por ela a gritar enraivecida:

“Cala-te, por favor, cala-te”.

Correndo para o berço pegou no bebé e balançando-o de um lado para o outro enfurecida gritava:

”Porque me roubas o sono, noite após noite … cala-te … cala-te … por favor”.

Mas de repente, caindo em si própria, ela ficou assustada com as suas emoções.

Ela viu como é que a sua raiva descontrolada podia mesmo atacar o corpo indefeso do seu pequeno bebé de 6 meses.

Ela ficou aterrorizada consigo próprio, com a capacidade que ela sentia que havia dentro dela para destruir.

Então ela abraçou meigamente o seu filho e chorou, chorou … sem parar …

Nós podíamos contar muitos exemplos, em que uma pessoa pode perder o controle, encher-se de raiva e tornar-se destrutivo. Quando a nossa raiva aquece, torna-se perigosa, por isso, sabendo isso, temos que aprender a lidar com esta emoção que ataca a todos, até à pessoa mais santa deste mundo.

Como podemos aprender a lidar com a minha raiva, é o nosso tema?

Nós vamos fazer uma ligação da raiva com a violência, embora a violência não tenha só a raiva como causa. Há outros distúrbios emocionais e problemas que ocasionam a violência.

No final diremos alguma coisa sobre estes outros distúrbios e problemas. Mas vamos agora atacar a raiva antes que ela nos ataque a nós.

Para aprendermos a lidar com a raiva, temos que saber primeiro:

II. O que é a raiva?

Efésios 4:25-26 “Não pequem deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

A. Não devemos deixar a ira dominar-nos

“Não pequem deixando que a ira vos domine”.

É o que temos vindo a ver com as preocupações, o stress, que são necessárias, mas não podemos permitir se tornem de tal forma excessivas, que ficamos dominados.

Com o sofrimento, a dor, o medo, a solidão, é a mesma coisa, todos nós conhecemos estas emoções, mas não podemos deixar-nos dominar por elas, a ponto de carirmos no desespero e na depressão.

Voltamos àquele ponto que já vimos noutro capítulo desta tema como lidar com os problemas da vida:

“não é o que me acontece que conta, mas é a forma como eu lido com o que me acontece”.

Não é a situação que me irrita que conta. Mas é a forma como eu lido com a situação que me irrita que conta. Não é a pessoa que me irrita que conta, mas é a forma como eu lido com ela que conta.

Se não souber lidar com isso e deixo dominar, vai acabar por me fazer cair na raiva.

Vemos que neste texto a raiva nasce da nossa ira, ou irritação.

B. A ira não é uma emoção anormal

“Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim”

A irritação não é anormal, é uma das mais básicas emoções humanas. Toda a gente fica zangada. É normal ficarmos zangados contra uma situação ou contra pessoa que nos faz mal, ou só talvez porque não nos deixa fazer alguma coisa que queremos fazer, ou que nos diz coisa que não gostamos.

Uma irritação pode ser muito santa. Nós nos irritamos por causa da maldade. Deus também irrita-se com a maldade dos homens e chega ao ponto de castigá-los, quando a maldade humana atinge uma certa dimensão.

"A ira só se torna anormal se a deixamos prolongar e acumular, porque perdemos o auto-domínio e é nessa altura que a ira se torna em raiva e ficamos descontrolados".

A ira só desaparece quando encontramos a solução correta para ela. Se a nossa ira não for rapidamente dominada, quanto mais tempo se passar sobre aquele estado de indignação e até mesmo ódio, mais aquele sentimento se apega a nós e acaba se tornando em raiva. 

Não deixe a ira "aquecer" dentro de si. Pode tornar-se em raiva.


C. A ira pode ser utilizada pelo diabo


“Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

III. A raiva pode ficar silenciosa, mas latente

A. É difícil definir a raiva e identificá-la.

Porquê?

"Porque sabemos que a raiva é uma emoção hostil contra alguma coisa ou contra alguém, mas a raiva pode apresentar-se de diversas maneiras. Não se apresenta sempre num estado de violência".

A raiva pode manifestar-se com violência aberta, gritos ou agressões, mas às vezes pode manifestar-se através de um silêncio de morte, através de uma indiferença gelada. A raiva, às vezes, pode ser comparada a uma fornalha interior, dentro de nós, mas que não sai para fora em forma de agressão. Mas não deixa de ser raiva, e, um dia, sem contarmos, pode ser mortífera, pode matar e destruir com mais força do que aquela raiva que normalmente sai para fora.

B. A raiva nasce da ira que acumulamos dentro do coração

"Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

Por exemplo, na escola, um aluno pode sentar-se e calar-se diante de uma atitude injusta do professor e não fazer nada. Mas a raiva que fica dentro de si, pode um dia surgir de uma maneira desmedida. Da mesma forma, um filho que se cala diante do pai, uma mulher que não confronta uma atitude injusta ou agressiva do marido. "A raiva deles é como uma fornalha ardente dentro de si, que vai ardendo, ardendo, até que um dia pode queimar a sério, pode destruir e mesmo matar".

É a esta emoção que chamamos raiva – uma ira descontrolada.

"Deus sabe que se não abandonamos a ira, ela pode explodir um dia e ser utilizada pelo Diabo".

IV. Relação da raiva com o físico e o psíquico

Vamos explicar a relação que tem o nosso físico e o psiquico com a raiva.

Será que a raiva pode fazer o nosso físico reagir, o nosso psíquico mudar?

Em Gênesis 4:3-5 diz de Caim que “o seu aspecto alterou-se, por causa da zanga que tinha”


A. Em primeiro lugar - alterações fisiológicas.

Quando a pessoa fica num estado de ira, a adrenalina é derramada no sangue, dando início a muitas reacções fisiológicas no nosso organismo.

A pressão sanguínea aumenta logo de acordo com as batidas do coração que também aumentam. Os olhos ficam dilatados. Porquê, porque a ira é uma reacção de defesa. Surge, quando somos atacados, então os olhos ficam arregalados para podermos ver mais à volta de nós. As mãos começam a ficar húmidas e a boca seca. Os músculos recebem um fluxo de energia muito forte e se contraem.

O rosto fica pode ficar descaído e mesmo desfigurado (Como aconteceu com Caim - Génesis)

B. Em segundo lugar – alterações psicológicas

A seguir às alterações físicas, numa questão de segundos o individuo passa de um estado tranquilo, calmo, para um estado de “reacção de alarme”.

Ele fica em estado de defesa.

É importante reparar que esta reacção é involuntária, quer o individuo queira ou não, como houve mudanças fisiológicas, estas vão ser seguidas por mudanças psicológicas. E a partir daí a pessoas vai deixar de pensar de uma forma normal:

"E aqui é que começa o perigo da raiva? Quando a raiva toma conta do meu físico, acaba por tomar conta de mim - do meu psíquico".

O perigo é deixar a ira arder … arder … até se tornar em raiva destrutiva. Agora que já sabemos melhor o que é e como pode manifestar-se, vamos ver como lidar com ela.

C. A Raiva e o Coração 

Raiva de fato mata ou, pelo menos, aumenta significativamente os riscos de ter algum problema sério de saúde, onde se inclui desde uma simples crise alérgica, uma grave úlcera digestiva, até um fulminante ataque cardíaco.

Janice Williams acompanhou por seis anos 13.000 homens e mulheres com idade entre 45 e 64 anos e, tomando o comportamento como base, descobriu que as pessoas que se irritam intensamente, e com freqüência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto cardíaco do que aquelas que encaram as adversidades com mais serenidade.

Isso ocorre porque, a cada episódio de Raiva, o organismo libera uma carga extra de adrenalina no sangue. O aumento da concentração de adrenalina aumenta o número de batimentos cardíacos e, simultaneamente, torna mais estreitos os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial.

A repetição desses episódios pode alterar o ritmo cardíaco (arritmia), aumentar a pressão arterial e dilatar subitamente das placas de gordura que, porventura, estejam nas artérias.

A medicina tem enfatizado exaustivamente as condições de vida e tipos de personalidade que favorecem a doença cardíaca; quem fuma, como se sabe, tem até cinco vezes mais possibilidades de sofrer um ataque cardíaco, pessoas de vida sedentária apresentam risco 50% maior de ter problemas de coração, obesidade.

Agora, depois de muitos estudos sabe-se que a influência da Raiva no desenvolvimento de doenças cardíacas é comparável a essas causas anteriormente conhecidas. Isso quer dizer que, se a pessoa não tiver nenhuma dessas condições relacionadas ao desenvolvimento de doenças cardíacas mas for raivosa, estará igualmente sujeito à elas.

V. A ira em si mesmo não é pecado

Efésios 4:25-26 “Não pequem deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

Temos que fazer diferença entre um sentimento forte contra alguma coisa ou alguém e uma hostilidade furiosa, descontrolada e irracional.

Por exemplo, nas situações de injustiça no mundo, a rebeldia dos filhos, o abuso das crianças e dos pobres, a corrupção e a negligência dos homens, criam em nós sentimentos de antagonismo muito fortes.

Ficamos irados e com vontade de ver os culpados julgados e condenados por estas coisas. Este sentimento não é pecado e é necessário para travar o pecado e a injustiça no mundo.

"Se não houver homens com estes sentimentos o mundo já tinha acabado".

Vemos estes sentimentos nos Profetas e em Cristo.

Vemos também a ira que defende a justiça e pune os infractores, personalizada nas instituições de autoridade e justiça e nas instituições que defendem os direitos humanos. Ler Romanos 13 sobre as autoridades.



VI. Não há temperamentos pecaminosos

A. As pessoas são diferentes por causa dos seus temperamentos

Se de um lado, a ira pode produzir em qualquer pessoa aquelas alterações bioquímicas seguida de alterações psiquicas, donde surgem agressões instantânea verbais ou físicas, ou produzir reacções de silêncio, que podem acabar numa agressão mais forte e descontrolada, de outro lado as pessoas são diferentes e reagem e lidam de uma maneira diferente com a ira.

Cada indivíduo tem um padrão de reacção diferente do outro. Há pessoas que reagem logo muito forte à mais leve provocação, ao passo que outras conseguem superar mais facilmente as provocações sem se zangarem tão depressa. Estas diferenças são em parte hereditárias e genéticas e são em parte fruto da educação e do meio ambiente em que as pessoas vivem. No entanto, todas as pessoas, mesmo as mais calmas podem ter um ataque de raiva destrutivo.

B. O que pode levar a ira tornar-se em raiva.

A fadiga em extremo, frustração e stress em extremo, constrangimento e desespero em extremo pode levar uma pessoa irada a ficar raivosa e completamente fora de si.

VII. Como podemos lidar com a raiva

Efésios 4:25-26 “Não pequem deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

A. O mandamento é para não pecarmos.

"Não pequem deixando que a ira vos domine"

Não é forçosamente para não nos irar, mas para evitar que a ira que se torne em raiva pecaminosa, descontrolada e destrutiva.

Uma ira completamente justificada, por exemplo vinda de um professor, de um pai ou de um polícia a quem lhes faltaram o respeito, pode tornar-se em raiva destrutiva se o professor, ou o pai ou o polícia deixarem-se dominar por essa ira.

B. O mandamento é para não alimentarmos a ira.

"Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim"

Devemos lidar com a ira o mais depressa possível em vez  de deixá-la arder dentro de nós … arder até dominar completamente o nosso físico e a seguir as nossas emoções de tal maneira que nos tornamos como animais irracionais, enraivecidos e destrutivos.

C. O mandamento é para não darmos lugar ao diabo

"Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

Temos que distinguir entre a ira santa e a pecaminosa. O diabo odeia a ira santa e amorosa e alimenta ira que pode tornar-se em raiva destrutiva.

A primeira ira, a santa, o diabo não quer, a segunda ira, a pecaminosa, o diabo alimenta, pois ele é o ladrão que veio para "matar e destruir".


FIM

6 - A Solidão

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Sofrimento

5. O Medo

6. A Solidão

7. A Raiva

8. O Contentamento

9. A Depressão

10. O sentimento de Perda

11. A Culpa

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com coisas como as Preocupações, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero.

Mas é um facto que todos nós temos que aprender lidar com estes problemas.

Salmos 20:1-9 "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. 6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos".


Como posso lidar com a solidão

I. Aprender a lidar com as coisas boas e más da vida
A. Não é o que acontece que conta, mas como eu lido com o que acontece.
B. A solidão é um distúrbio emocional, mas a primeira causa é espiritual.

I I. A causa básica da solidão - separação de Deus
A. O pecado original separou o homem de Deus

I I I. A sociedade, família e a Igreja ajudam a lidar com a solidão 
A. Deus nos criou para vivermos em familia e na sociedade
B. A Igreja ajuda a termos comunhão espiritual uns com os outros

I V. Algumas ideias sobre a solidão
A. O que é a solidão
B. A solidão pode afectar qualquer pessoa
C. O que é que provoca a solidão


I. A. Aprender a lidar com as coisas boas e más da vida

Se entrarmos numa livraria ou biblioteca … encontramos vários títulos … como saber cozinhar, como ser um bom mecânico, como fazer um bom discurso, como aprender a trabalhar com o seu computador … mas não encontramos muitos livros que falem em "como aprender a lidar com a vida". E esta é a aprendizagem mais importante!

O que significa "aprender a viver"?

Aprender a viver é aprender a lidar com as coisas boas da vida como o sucesso, a riqueza, um bom emprego, ter bons filhos, a alegria, a paz, o amor, mas também com as coisas más da vida como ter filhos desviados, o desemprego, o divórcio, o luto, o medo, o stress, as preocupações, o insucesso, a dor, o sofrimento, a rejeição, a perda, a morte e também com a solidão ….

Um homem de negócios pode conseguir ganhar milhares de euros, num negócio… sem nunca ter aprendido a lidar com a culpa, a raiva, o medo, a dor e até saber lidar com o próprio dinheiro que ganha.

A. Não é o que acontece que conta, mas como eu lido com o que acontece.

O primeiro ponto que devemos compreender nesta temática de aprender a lidar com os problemas da vida: "não é o que me acontece que conta", mas sim "o modo como eu lido com o que me acontece".

Portanto não é a solidão que é o mais importante. A maneira como eu lido com a solidão é muito mais importante.

Neste mundo há milhões de pessoas que quando olhamos para elas, parece que estão acompanhadas, que têm muitos amigos, familiares, mas, no fundo, muitas delas se sentem muito sós.


B. A solidão é um distúrbio emocional, mas a primeira causa é espiritual

Eu não sou contra os psiquiatras. Nós precisamos deles. Eles têm a sua esfera de trabalho que é a mente e as emoções das pessoas. Assim como os médicos têm como esfera de trabalho o lado físico das pessoas.

Mas, às vezes, infelizmente, os psiquiatras falham ao ignorar que há desordens espirituais, além das desordens mentais e emocionais. Portanto, as causas para os distúrbios de carácter psicológico e mental, não são só as desordens de natureza mental e emocional, mas há também causas espirituais por detrás destes distúrbios.

É verdade que no caso da solidão eles têm razão ao dizer que é uma desordem emocional.

Ou seja, a solidão é um estado emocional. A pessoa sente-se só, a sofrer, pensando que está só, podendo até estar bem acompanhada.

Mas a solidão existe em primeiro lugar, por causa de uma desordem espiritual.

"A questão espiritual é a primeira causa da solidão".


I I. A causa básica da solidão - a separação de Deus

A. O pecado original separou o homem de Deus

A solidão é sentida naquela área da pessoa que a Bíblia chama alma/espírito. A ciência chama psíquico, mente, emoções. Segundo a Bíblia o homem tem corpo, alma e espírito.

Quando Adão e Eva pecaram Génesis 2:17 "mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás".

O quê que morreu no homem, logo a seguir ao pecado, muito antes do corpo morrer?

Foi a alma e o espírito. Ou seja, aquele lado da alma, que a bíblia chama espírito, que lhe confere raciocínio, inteligência, vontade e consciência de Deus, morreu, mesmo antes do homem morrer fisicamente.

O homem morreu espiritualmente falando. O corpo continuou vivo, mas aquela parte espiritual da alma – morreu. Não enfraqueceu ou apagou-se. Morreu!

Ao morrer o espírito, a alma do homem ficou desgovernada, desequilibrada e o homem passou a sentir-se só em relação a Deus. Aliás, o homem começou a fugir, a esconder-se de Deus.

Basta ler Génesis 3, e ver que com a entrada do pecado original, o comportamento e o relacionamento de Adão e Eva mudou, em relação a Deus. Eles passaram a sofrer de solidão. "Uma solidão espiritual".

A parte deles – o espírito – que mantinha a comunhão com Deus, morreu. Deus deixou de ter comunhão com eles. E deixou de ter comunhão com todos os homens, descendentes de Adão e Eva, porque nós herdamos o pecado original.

A solidão é um estado da alma. Neste aspecto os psiquiatras têm razão. A alma sente-se só, abandonada, rejeitada por Deus. A solidão é em primeiro lugar em relação a Deus. Eu sinto-me só, a minha alma sente-se só, abandonada, porque Deus não está comigo.

Testemunho de uma jovem que sofreu da solidão:

Este jovem testemunha da sua solidão, dizendo que começou a perceber que só Deus lhe podia tirar daquela solidão cósmica. Só Deus podia tirar a sua alma daquele estado. Mas, para isto, este jovem disse, que teve que reconhecer que era por causa do seu pecado original que ela vivia longe de Deus. Para sair daquela solidão cósmica, ou espiritual era preciso que Deus viesse morar na sua vida. Ele até tinha muitos amigos, pois tinha levado uma vida relativamente boa até aquela altura, nunca foi realmente mau com ninguém. Mas, isto não o fazia sentir-se menos só! Foi então que ele testemunha que clamou por Cristo, reconhecendo que era tão pecador como o jovem mais mau da escola, e que se sentia tão só como o jovem mais solitário da escola. Ao mesmo tempo, ele disse que reconheceu que Jesus Cristo veio ao mundo para morrer na cruz, pelos seus pecados.

"A solidão cósmica acabou para este jovem ao aceitar Jesus Cristo como seu Salvador pessoal".


B. A solidão é um distúrbio emocional, um estado de alma

O nosso ser é constituído por corpo, alma e espírito. A alma é a sede dos pensamentos, das emoções e da vontade. O espírito é aquela parte da nossa alma que nos liga a Deus, que morreu devido ao pecado original. Não desapareceu, morreu!

O corpo ao morrer não desaparece. O mesmo se passa com o espírito, ao morrer, não desaparece. O homem nasce com o espírito, mas morto. Mas o espírito renasce ao aceitar a Cristo. Como aconteceu com a jovem do nosso testemunho.

É devido ao espírito que o homem possui conceitos tais como justiça, paz, amor e alegria. É a parte da alma onde Deus reina. É esta faculdade espiritual da alma que morreu por causa do pecado original. Por isso, o pecado invadiu completamente o homem. Alguém disse: "siga os seus instintos físicos, ou os seus pensamentos e irá direitinho para o inferno".

A alma sem o controle espiritual, vagueia perdida por esta vida, sem rumo e caída no pecado. Por isso a solidão nasce dentro da nossa alma. A depressão também. E o stress. E as preocupações. E a raiva. E o adultério.

Tudo nasce dentro de uma alma decaída. É por isso que a Bíblia diz:

Marcos 7:21 "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios"

Eu não me posso deixar-me guiar pela minha alma.

Se eu for crente, devo deixar-me guiar pelas minhas faculdades espirituais que renasceram quando aceitei a Cristo, e devem governar a minha alma.

O meu espírito deve falar à minha alma. Se ela está tombada na depressão, deve dizer-lhe "Porque estás abatida ó minha alma, espera em Deus". Salmos 42:5

E com o poder que o meu espírito recebe de Deus, que eu consigo tirar a minha alma da depressão.

E com a solidão é a mesma coisa. Se a minha alma deixou instalar este sentimento dentro de si, o meu espírito deve reagir. Mas isto só é possível se a minha vida estiver cheia do espírito de Deus.

Uma pessoa que recebe Cristo, que vive em comunhão com Deus, através do espírito santo que entrou na sua alma, nunca se sentirá só, mesmo que abandonado por todos, ou se perdeu os melhores amigos e familiares por causa das circunstâncias.

Esta pessoa, terá sempre alguém para contactar, inclinar o ombro, chorar, pedir ajuda, louvar. Alguém muito importante, é Deus!

Salmos 27:10 "Ainda que o meu pai e a minha mãe me abandonem, o SENHOR cuidará de mim".


I I I. Familia, Igreja e sociedade ajudam a vencer a solidão

A. Deus nos criou-nos para viver em família e na sociedade

Deus sabe que nos criou com uma alma e corpo e que precisamos de companheiros, de contactos humanos para não cairmos na solidão.

Gênesis 2:18 "Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea".

Deus sabia que o homem e a mulher, precisavam um do outro, de compartilharem as suas vidas em conjunto, de falarem, de rirem de discutirem e às vezes de chorarem juntos. Na Igreja, os homens e as mulheres também têm possibilidade de terem comunhão. Não ficarem sós. Podem falar, rir, passear , trabalhar e evangelizar juntos. Podem levar as cargas uns dos outros, orar uns pelos outros e louvarem a Deus juntos.

B. A Igreja ajuda para termos comunhão espiritual uns com os outros

A Bíblia fala da comunhão entre o PAI e o FILHO. Uma comunhão perfeita. E o Senhor Jesus pediu ao Pai para que a comunhão entre os crentes fosse igual – perfeita.

João 17:20-21 "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste".

Os crentes devem ser um. Ou seja, devem viver unidos, não em corpo, mas em espírito. Assim como o Pai e o Filho vivem unidos no mesmo espírito, nós também devemos viver assim. Viver em comunhão, compartilhar as nossas vidas uns com os outros, o bem e o mal.

"Este tipo de Unidade acaba ou diminui no homem a solidão".

Portanto, o homem para não sentir-se só do ponto vista físico, social e psíquico precisa de contactos, de boas amizades, de pessoas que o estimem, amem e estejam com eles nos maus e nos bons momentos.

Além do conjugue e dos amigos Deus criou a Igreja que pode providenciar aos crentes o melhor companheirismo. Pessoas, com os mesmo valores e alvos. Pessoas com quem podemos rir e chorar também. Pessoas com quem podemos louvar, cantar e orar juntos.

Todos estes contactos ajudam-nos a não cair na solidão. Deus, a família, os amigos e a Igreja. Se a nossa comunhão for rica nestas áreas nunca saberemos, não conheceremos a solidão, mesmo que vivamos sós (em casa) por causa das circunstâncias.


I V. Algumas ideias sobre a solidão

A. O que é a solidão?

A solidão é uma perspectiva obscura da vida. A solidão torna o nosso interior tão ou mais cinzento que um dia de Inverno. A solidão vai comendo as pessoas por dentro, pouco a pouco. Atormenta e pode levar a pessoa a toda o tipo de pensamentos e acções negativas. Até pode levar a pessoa ao suicídio.

"A pessoa, com a solidão, torna-se tão solitário que só lhe apetece morrer. A solidão é um vazio dentro da pessoa. Ela sente um vácuo que não consegue preencher nem com Deus, nem com ninguém à sua volta. A pessoa sente-se como que totalmente abandonada por tudo e por todos".

A solidão, em alguns casos, pode ser provocada por um demónio, ou acentuada por um demónio que faz com que a pessoa tire a sua própria vida.

B. A solidão pode afectar qualquer pessoa.

A solidão não respeita pessoas. Qualquer pessoa pode ser apanhada por ela. E, às vezes, a pessoa pode até estar rodeada por outros, colegas, amigos, mas por qualquer razão deixou a solidão entrar dentro da sua alma, e sente-se sozinho mesmo com as pessoas à sua volta. A pessoa até pode estar numa Igreja com 2000 pessoas, mas sente-se sozinho quando é apanhado pela solidão. Especialmente se a Igreja não percebe que a pessoa está passando por esse problema e ninguém lhe diz "eu te amo" ou "amanhã vou visitar-te", ou então "olhe aparece em minha casa", ou pergunta "precisas de mim?",.

O homem deixado só, só tem tendência para a desolação. Não procura mais a grandeza, ou a beleza ou ser amoroso. Deixem um velhote sozinho e não precisa muito tempo, para ele deixar de se pentear, fazer a barba e mesmo lavar.

"A solidão afecta toda a nossa aparência pessoal. Perdemos o gosto a estima por nós próprios. Por isso o nosso espírito tem que lutar contra ela".

C. O que é que provoca a solidão.

O medo é uma das coisas. A pessoa tem medo de falar com a família, com os amigos, com o médico, e cai na solidão. A rejeição pode criar a solidão. É uma coisa terrível, quando alguém pensa que ninguém gosta de si, ninguém se preocupa consigo.

Quando encontrar uma pessoa assim, "dê-lhe um abraço o mais apertado possível, para mostrar que alguém se importa com ela".

O falhanço também pode criar a solidão. Mas afinal todos falham. Se falhou o alvo, não acertou, da próxima acertará. O pecado cria a solidão. Adão e Eva quando pecaram, fugiram de Deus e esconderam-se atrás de um arbusto.

"Se pecou, não fuja, procure Deus e peça-lhe perdão e restauração".

FIM