terça-feira, 13 de março de 2018

Por que mulheres não podem ser pastoras?

Este pequeno post em que exponho a minha posição sobre o ministério da mulher na Igreja, foi elaborado com a ajuda deste sites da Net.

Porque o Senhor não formou primeiro a mulher e, depois, tomou uma das costelas dela para formar o homem? 

A resposta a esta pergunta é a seguinte:

Porque Deus é Soberano e decidiu priorizar o homem Génesis 2:7,22. 

Génesis 2:7,22

7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
22 E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.

No cristianismo não há espaço para machismo e feminismo, mas Homem e Mulher devem saber o que significa o princípio divino da prioridade. 

O machismo adota o princípio da superioridade e considera a mulher inferior ao homem, enquanto o feminismo deminui a autoridade do homem. 

No Corpo de Cristo, há lugar para ambos os sexos, desde que reconheçam, à luz das Escrituras, a sua posição.

Muitos homens cristãos precisam reconsiderar a sua opinião acerca das mulheres, que, ao longo dos séculos têm sido descriminadas.

Os esposos autoritários, que se consideram superiores às suas esposas deviam saber que segundo a Bíblia, a relação entre homem e mulher deve ser a do respeito mútuo.

E muitas irmãs em Cristo deviam aceitar a doutrina de Deus quanto à submissão ao marido e o ficarem debaixo da autoridade do Homem na Igreja, em vez de terem caído na doutrina do igualitarismo feminista.

A Bíblia afirma em Efésios 5.24-25: 

Efésios 5.24-25

24 De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos 
25 Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.

A Bíblia não abona o igualitarismo feminista, mas também não avaliza o machismo. 

O termo “vaso mais fraco” em 1 Pedro 3:7, não foi empregado como sinônimo de inferioridade. Ele denota que a mulher é mais frágil, mais sensível e, por isso, deve ser amada e honrada pelo marido Efésios 5:25-29. 

1 Pedro 3:7

7 Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.

Efésios 5:24-30. 

24 De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.
25 Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
27 Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
28 Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
29 Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
30 Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.

Vou Repetir: o princípio que Deus adotou foi o da Prioridade, e não o da Superioridade.

E o princípio da prioridade também vale para o exercício do ministério. 

Quem não aceita o princípio bíblico da prioridade abraçará, inevitavelmente, "doutrinas de homens", como o igualitarismo feminista. 

Alguns teólogos, ao não encontrarem nas Escrituras passagens claras em defesa do ministério feminino como Pastora e lider da Igreja, têm afirmado que Paulo era contrário às mulheres, em razão de sua formação farisaica. 

Se Paulo era machista, o que dizer de Jesus, que escolheu doze homens para compôr o ministério da igreja nascente? 

Ele teria se enganado? 

Jesus tinha algum vínculo com fariseus ou saduceus de sua época? 

A Bíblia diz claramente que o Senhor “chamou para si os que ele quis” Marcos 3.13-19 Por que não chamou algumas mulheres para figurar entre os seus apóstolos? Por que não chamou seis casais, por exemplo? 

Marcos 3.13-19

13 E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele.
14 E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar,
15 E para que tivessem o poderde curar as enfermidades e expulsar os demônios:
16 A Simão, a quem pôs o nome de Pedro,
17 E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão;
18 E a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão, o Cananita,
19 E a Judas Iscariotes, o que o entregou.

Na escolha dos primeiros diáconos em Atos 6:1-3 apóstolos disseram:

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões” 

Atos 6:1-3

Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.

Certamente que irmãs na Igreja podem e devem servir as mesas e cuidar dos necessitados dentro da Igreja. Mas estes 7 varões foram escolhidos para terem uma posição de liderança neste trabalho feito dentro da Igreja, que particularmente naqueles tempos era muito importante.

Vemos ainda que no primeiro concílio, em 52 d.C. (52 anos depois de Cristo) os rumos da igreja foram traçados por homens Atos15:1-31.

Atos15:1-2

1 Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
2 Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão. 

Na Bíblia não há nenhuma referência a mulheres exercendo atividades pastorais.

Alguns perguntam 'e as mulheres que estão no campo missionário dando a sua vida pela obra de Deus"?.

Não podem elas exercer o pastorado?”

É claro que as regras têm sempre as suas exceções e estas mulheres na primeira etapa da actividade missionária exercem funções de topo, de liderança.

Mas, isto, somente até a Igreja estiver estabelecida, pois quando passar a ser governada por homens, as mulheres missionárias em obediência à Bíblia devem retirar-se dessas funções de liderança.

Por isso não devemos nos valer destas situações excepcionais para adotar condutas generalizantes, que comprometem o ensino das Escrituras Sagradas sobre este assunto.

CONCLUSÃO DO ASSUNTO:

A minha conclusão é a seguinte: eu penso que a Bíblia é muito clara em 4 pontos:

1. A Mulher não deve ser Pastora numa Igreja.

2. A Mulher não deve ser Ancião numa Igreja.

3. A Mulher não deve fazer parte do grupo de pregadores que têm a responsabilidade de semanalmente pregar ou ensinar a congregação.

4. A Mulher deve ser submissa ao marido que é a cabeça do casal.

Eu penso que estes são os 4 pontos principais que constituem o ámago ou centro da questão da posição da mulher na Igreja e na família.

Claro que há um contexto mais largo à volta deste àmago (destes 4 pontos), em que as Igrejas devem ser livres para estabelecer o que as mulheres devem ou não devem exercer como ministérios ou funções dentro da Igreja e na família, procurando não cair nem no feminismo, nem no machismo. 

Conquanto, procurem observar sempre o princípio da prioridade que Deus deu ao Homem e o princípio do respeito mútuo entre Homem e Mulher estabelecido por Deus.

Final


terça-feira, 15 de agosto de 2017

DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO





I.  INTRODUÇÃO AO ASSUNTO.

Nota Inicial importante:

Eu sei que este assunto é muito delicado e os Teólogos têm diferentes posições sobre o assunto.

Por isso, embora eu vou deixar os meus pontos de vista sobre o assunto respeito aqueles que em algumas áreas não concordam comigo.

Como por exemplo aqueles que acham que há casos em que as pessoas divorciadas têm todo o direito diante de Deus de casar outra vez.

Vou começar então a dar os meus pontos de vista:

É  o casamento uma união dissolúvel diante de Deus ou não?

Esta é a grande questão!

Será que aos olhos de Deus qualquer que contrair uma nova união enquanto o seu cônjuge estiver vivo, está cometendo adultério?

Alguém que vem de um cultura polígamo pode ter muitas mulheres, mas pertencerem somente a ele, enquanto que alguém de uma cultura monógamo que se divorcia e casa outra vez, pode ter várias mulheres que aos olhos de Deus pertencem a outros, se a morte for o único meio que a Biblia apresenta para a dissolução do casamento.

Neste artigo  eu defendo que o conceito cristão do casamento é a união entre duas pessoas para toda a vida. 

E não aceito o conceito secular moderno que defende que  casamento é somente um relacionamento, cujo o ideal será os dois ficarem unidos para toda a vida, mas que pode ser terminado se com tempo o relacionamento se tornar perturbante e discordante.

Quando falamos em casamento temos que serparar IDEAIS de PADRÕES. Os IDEAIS são para serem atingidos, os PADRÕES sao para serem cumpridos.

Eu penso que devemos ter cuidado quando defendemos o divórcio e um novo casamento utilizando o ponto de vista da compaixão como base.

E o casamento de homosexuais e lésbicas, vamos defendê-lo utilizando o argumento da compaixão? Não. 

Porque não?

Este argumento da compaixão pode ser utilizado para outros dilemas de natureza ética e doutrinal, e defendermos como por exemplo, o aborto e a eutanásia e até rejeitarmos o conceito bíblico sobre o inferno, baseando-nos também neste argumento da compaixão.

Ao começar esta introdução desta forma, eu reconheço no entanto que não é muito fácil formarmos uma doutrina bíblica sobre esta questão do Divórcio e o Novo casamento e, por essa razão, eruditos da Biblia, homens de Deus e honestos tem diferentes posições.

Alguns acham que a Biblia permite a dissolução do casamento e a possibilidade de alguém tornar a casar, pelo menos em alguns casos.

Ao saber disto, apesar de ter a minha opinião, eu respeito a opinião dos outros e se alguém na minha Igreja divorciar-se e tornar a casar eu não lhe retirarei a minha amizade e o meu apoio espiritual apesar da minha discordância teológica sobre o assunto.

Por ser um assunto muito delicado com diferentes opiniãos, eu convido os meus leitores a fazerem primeiramente uma leitura dos textos e depois então é que passarei àm minha argumentação.


II. LEITURA E ANÁLISES DOS TEXTOS BIBLICOS


                  O que diz a Bíblia


A. Leitura dos textos.

Ler e observar os textos.

O que dizem sobre sobre dissolução e indissolução do casamento?

O que dizem sobre monogamia e poligamia?

O que dizem sobre divórcio?

O que dizem sobre a mulher repudiada e sobre o adultério?

1. Antigo Testamento
2. Evangelhos
3. Epístolas.

B. Sumário dos textos.

Fazer um pequeno sumário do texto.
O observar o que está a dizer o texto.

1. Antigo Testamento.

a) Gênesis 2:22-25
b) Êxodos 20:14, 22:16-17
Deuteronómio 22:13-20, 24:1-4
d) Levitico 18:6-30, 19:19-22, 20:10-21
e) Esdras 10
f) Malaquias 2:16
g) Oseias 3:1-5

2. Os Evangelhos

a) Mateus 5:27-332
b) Mateus 19:1-12
c) Marcos 10:1-12
d) Lucas 16:18

3. Epistolas.

a) Romanos 7:1-3
b) I Corintios 5:1
c) I Corintios 6:12-20
d) I Corintios 7:10-15, 39
e) Efésios 5:30-31

O nosso grande risco na observação e interpretação dos textos biblicos, são os nossos preconceitos e tradições que herdamos da nossa educação e meio ambiente e que nos influenciando bastante, podem-nos conduzir a uma Hermenêutica que me leva a interpretar o que eu acho e não que o escritor está a dizer. 

A Hermenêutica leva-me a interpretar o que o escritor está a dizer e não o que eu acho.

Claro que todos nós temos a tendência de deixar passar somente aquilo que o nosso filtro psicológico filtra.

A questão do casamento e divórcio envolve níveis sociais, emocionais e psicológicos, assim como influências profundas e complexas vinda do nosso meio ambiente, que não nos permitem fazer uma análise completamente livre de quaisquer compromissos. 

É mesmo por esta razão que temos que descansar nos padrões dados por Deus na Sua Palavra. Se assim não for poderemos tomar decisões erradas a nosso respeito ou a respeito de pessoas a quem podemos estar a aconselhar.

Por isso temos que procurar ser o mais honestos possíveis seja connosco próprios, seja com a Bíblia.


III. OS 6 GRANDES PONTOS DE VISTA SOBRE ESTE TEMA:


             O teu Ponto de Vista
      depende do Ponto onde estás


1. Dos nossos primeiros pais da Igreja

A maior parte deles aceitava:

Que houvesse separação dos cristãos dos seus cônjuges que cometessem adultério, como algo permitido por Cristo, baseando-se em Mateus 19:9.

Mas, eles não acreditavam que a separação da vida conjugal pudesse de forma alguma dissolver o laço do casamento.

Por isso, para eles, os cristãos que se apartassem dos seus cônjugues deviam ficar sós, segundo I Coríntios 7:11. Se se casassem outra vez cometiam adultério e quem casasse com a repudiada (o) também cometia adultério.

2. Ponto de vista Erasmiano

O ponto de vista dos pais da Igreja durou até ao sexto século, até que apareceu Erasmo qu sugeriu um ponto de vista diferente, que foi adoptado pelo teólogos prostestantes.

Temos que salientar que Erasmo era um "humanista por exclência" e que a sua teologia era muitas vezes mais baseada no humanismo do que nos textos bíblicos.

Ele nunca foi um teólogo académico, mas sim um teólogo pragmático que era devotado ao seu mestre no serviço ao seu semelhante. 

Erasmo escreveu que não acreditava que Cristo tivesse deixado ao lado inocente a possibilidade de separação, mas não a possibilidade de casar-se de novo. Ele achava que isto seria muito cruel.

Acerca dos pontos vista modernos que aderem à doutrina Erasmiana, primeiramente temos o de J.Murray que defende que somente o adultério Mateus 19:9 ou a desertação I Coríntios 7:15 dá lugar para um divórcio total com direito a novo casamento. 

A seguir temos muitos outros teólogos que defendem que o significado da palavra "porneia" é muito mais largo que adultério e que, portanto, Mateus 19:9 permite divórcio e novo casamento na base de um leque de pecados muito mais largo.

3. O Ponto de vista da infedilidade durante o “desposamento”

Este ponto de vista concorda que Mateus 5:32 e 19:9 permite a dissolução de um casamento não válido, mas não o divórcio com direito a casar de novo num casamento válido. 

Está ligado às leis do casamento judaico, em que havia um período antes das bodas, em que legalmente já eram considerados casados embora o casamento ainda não estivesse consumado, e a infedilidade neste momento já era considerada adultério e punida como tal. 

Uma carta de desquite já era necessária em caso de quererem dissolver a união, que ainda não estava consumada. José e maria viviam nesta situação na altura em que ela ficou grávida.

Para este ponto de vista , a palavra "porneia" referia-se ao pecado específico cometido durante este período do casamento judaico.

Para este ponto de vista, Marcos 10:6-9, 11, 12 cita a proibição total de Jesus ao divórcio e do direito a um novo casamento. 

Mas em Mateus 19:9, devido aos judeus que formavam a audiência, Jesus cita a única excepção: que era o direito ao divórcio e a um novo casamento, em caso de fornicação, na altura em que embora já considerados como marido e mulher ainda só estavam "desposados". 

Por outras palavras, como o casamento ainda não estava consumado, não era completamente válido, podendo ser interrompido em caso de fornicação de um dos pares.

4. O Ponto de vista dos casamentos ilícitos

Neste ponto de vista, Jesus em Mateus 5:32 e 19:9 está unicamente a citar impedimentos para que fazem que um casamento não seja válido e não a dar razões para dissolver um verdadeiro casamento. 

Este ponto de vista mantém como os pontos de vistas anteriores, excepto o de Erasmo, uma total rejeição de divórcio e novo casamento, num casamento que seja considerado válido.

Para alguns a palavra "porneia" refere-se a casamentos ilícitos contraídos por pessoas dentro dos diversos graus de consanguinidade e afinidade proibídos em Levitico 18:6-18.

Neste caso, os gentios não cristãos, que já tivessem contraído este tipo de casamento que era proibido pela lei, podiam dissolvê-lo, por não ser válido. 

A palavra "porneia" aparece no decreto de Jerusalém declarado para a Igreja referido em Actos 15:20-29; 21:25 e I Crointios 8:1 referindo-se a um incesto entre filho e mãe.

Para outros, esta palavra "porneia" refere-se aos csamentos entre judeus e gentios, que era proibido pela Lei.

Estes utilizam Esdras 10:2, 10,11, 17-19, para defender que pode-se dissolver um casamento não válido perante a Lei Mosaica.

5. O Ponto de vista preteritivo ou “ou não comentado”

Este ponto de vista é bastante diferente dos outros que já vimos, sobre a cláusula exceptiva de Cristo em Mateus 19:9.

O ponto de vista dos primeiros pais, considera a cláusula exceptiva como dando direito à separação, mas não ao divórcio e a um novo casamento.

O ponto de vista de Erasmo considera que a cláusula exceptiva dá direito ao divórcio e a um novo casamento em caso de adultério.

O ponto de vista do "desposamento" e dos "casamento ilícitos", sustentam que Jesus está falando de casamento não válidos e que por isso podem ser anulados, mas não apoiam a anulação de um csamento válido.

No ponto de vista preteritivo eles tomam a frase:

“não sendo por causa da prostituição", pela frase "pondo de parte o caso da prostituição" 

Referido em Deuteronomio 24:1.

Porquê?

Porque este ponto de vista acha que primeiramente os fariseus queriam tentar a Jesus, perguntando se Jesus estava a favor de Shammai ou Hillel. 

Shammai defendia um divórcio e eventualmente um novo casamento por qualquer motivo, mas Hillel o casamento só podia ser dissolvido por um motivo, ou seja no caso de "porneia" ou "fornicação". 

De certo modo eles querem saber qual era a interpretação de Jesus sobre Deuteronomio 24, se se colocava ao lado de Shammai ou de Hillel.

Mas como Jesus não se colocou do lado de nenhum dos dois, mas antes afirmou a indissolubilidade do csamento citando Gênesis 2:24 "no princípio, quando o casamento foi estabelecido, não foi assim".

Logo a seguir os fariseus fazem uma nova pergunta, desta vez sobre a lei: "Então porque Moisés mandou dar carta de divórcio"?

Vemos claramente que eles não somente querem saber a opinão de jesus, mas estão a tentar para Jesus para ver se ele peca contra a Lei de Moisés e terem alguma coisa para o acusar.

"Então porque Moisés mandou dar carta de divórcio"?

A esta pergunta, Cristo responde, não forçosamente aos fariseus, comentando Deuteronomio 24:1, dizendo que "aquele que deixasse a sua mulher e casasse com outra, comete adultério, e quem casar com a repudiada comete adultério também". 

Ele não responde completamente aos fariseus dizendo de que lado ele se colocava, se ao lado de Shammai ou do lado de Hillel.

Mas é somente em Marcos 10:10-12 que compreendemos o que ele disse em Mateus 19:9, quando sozinho com os discípulos ele disse-lhes clarmente que não há qualquer motivo para divórcio e um novo casamento (num casamento válido é claro), nem a infedilidade.

A infedilidade pode sim dar lugar à separação, mas não dissolve o casamento dando lugar a um novo casamento. 

É somente aqui sozinho com os discípulos que Jesus esclarece completamente o seu ponto de vista que não alinha nem com Shammai, que fala em muitos motivos, nem Hillel que fala num só motivo a "fornicação".

Por essa razão chama-se de "não comentado" aos fariseus na sua totalidade mas depois completamente elucidado aos seus discípulos. De facto Jesus falou muitas vezes em parábolas ou enigmaticamente com a multidão e os fariseus, mas, a seguir, claramente aos discípulos.

6. O Ponto de vista histórico-tradicional

Para este ponto de vista há uma certa contradição nos textos dos Evangelhos sobre este assunto. Contradições entre Mateus e Marcos e contradição mesmo no próprio texto de Mateus 19:1-11, e acreditam haver certas adições. 

Mas, o que é certo é que o antigo ponto de vista histórico-tradicional tinha a tendência em interpretar Mateus 19:9 segundo o ponto de vista de Erasmo, que afinal acentua que Cristo está de facto a falar de uma cláusula exceptiva que pode conduzir ao divórcio e a um novo casamento.

O que afinal é o adultério em que um dos cônjuges cai na fornicação dissolvendo desta forma o casamento e deixando o lado inocente livre para efectuar um novo casamento.

I V. CONCLUSÃO DO ASSUNTO:




Irei tentar fazer um sumário e balanço o mais exacto possível dos textos bíblicos acima referidos:

Parece que de facto no Antigo Testamento somente Deuteronómio 24:1 fala da possibilidade de divórcio.

Mas, por sua vez, vemos no Antigo  Testamento uma clara afirmação daquilo que Deus pensa do divórcio, em Malaquias 2:16  "Porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece o repúdio".

No Novo Testamente Jesus afirma claramente em Mateus 19:8 "Moisés, por causa da dureza dos vossos corações permitiu repudiar as vossa mulheres, mas no príncipio não foi assim", ou seja Deus Instituiu um casamento que não pode ser dissolvido.

Vamos ver Mateus 19:1-8:

Quando eles perguntaram v 1-3 "É lícito o homem repudiar a sua mulher, por qualquer motivo", Jesus respondeu v4-6 "Não tendes lido o que Deus disse "o que Deus ajuntou não o separe o homem". 

Por outras plavras Jesus disse "Não, não há nenhum motivo para que o homem repudie a sua mulher".

Mas os fariseus contra atacaram v7 "Então porque mandou Moisés dar carta de divórcio, citando Deuteronomio 24:1.

Jesus retorquiu v8 "Por causa da dureza dos vosso corações".

     A. Textos  Antigo Testamento que falam contra a permissão de repúdio dada por Moisés:

1   Gênesis 2:22-25 que revela que o casamento é uma união permanente e indissolúvel instituída por Deus
2  
Malaquias 2:16 "Que Deus odeia o repúdio".


3  Êxodos 20:14, no decágolo Deus diz "Não adulterarás".

Deus proíbe o acto sexual ou matrimónio com alguém casado. 

Este pecado era punido com a morte, vemos em Deuteronómio 22:22.

B. Textos  do Novo Testamento que falam contra o repúdio dada por Moisés:

Somente um texto do Novo Testamento se tem prestado à confusão, que Mateus 19:1-12, mais particularmente o v 9, pois o resto do contexto parece ser bastante claro.

v 1-6 Jesus diante da pergunta dos fariseus não toma a posição, nem de Shammai, nem de Hillel.  

Mas põe-se ao lado da posição de Deus, que é o autor do casamento e da Indissolubilidade do casamento.

v 7-10 Respondendo ao novo ataque, que desta vez utilizou a carta de repúdio dada por Moisés, a resposta de Cristo suscita uma grande exclamação dos discípulos "Se é assim, não convém casar". 

Exclamação coerente com a primeira afirmação em que Cristo afirmou que "o que Deus ajuntou não separe o homem" e que foi certamente reforçada com a segunda afirmação de Cristo, senão os discípulos não teriam feito tal exclamação".

v 11-12 Respondendo à exclamação dos discípulos, depois de ele ter afirmado a indissolubilidade do casamento por qualquer motivo que seja, Jesus afirma que é possível viver só, no caso de ser-se solteiro, ou separado, pois há eunucos que vivem sozinhos e Jesus salientou algumas razões que tornam as pessoas eunucos, ou solteiros. 

Ele está a dizer que se um solteiro pode viver sozinho, um separado da sua mulher também pode viver sozinho.

Parece que os contextos de v 1-6; v 7-10; v 11-12 harmonizam-se perfeitamente.

Se considerarmos que a posição correcta do v 9 (mas devemos tomar em conta que há outras posições) é uma afirmação que o homem pode separar-se da sua mulher, mas não pode divorciar-se. 

Se ele decidir separar-se da sua mulher segundo I Corintios 7:10-11, que fique sem casar ou então que se reconcilie com a mulher. 

Pois, se ele casar outra vez comete adultério e o que casar com a repudiada também comete adultério.

Marcos 10:1-12 quando Jesus falou em casa a sós com os discipulos, que queriam compreender bem o que Jesus disse aos fariseus e o interrogaram sobre o assunto, vemos que:

Lucas 16:18, Jesus é muito claro:

"qualquer que deixar a sua mulher, e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar o seu marido, e casar com outro, adultera".

Mas como disse, devemos tomar em conta que há outras posições e devemos estudar as mesmas, para procurarmos sermos honestos com a Bíblia e os outros irmãos em Cristo.

Devo realçar que nos Evangelhos vem repetido 4 vezes "o que casar com a repudiada comete adultério". 

Em Marcos e Lucas:

Esta declaração é feita a seguir à declaração de que "quem deixar a sua mulher  e casar com outra comete adultério".

No caso de Mateus 19:9:

A declaração "o que casar com a repudiada comete adultério" vem depois da chamada cláusula exceptiva tão discutida e controversial "a não ser por causa da prostituição".

Em Mateus 5:32:

A declaração "o que casar com a repudiada comete adultério" vem depois da declaração "quem repudiar a sua mulher a não ser por causa da prostituição a expõe ao adultério".

Isto tudo nos leva a fazer uma pergunta: 

Se Jesus está a abrir uma excepção, a tal cláusula exceptiva, dando o direito ao divórcio e a um novo casamento no caso de prostituição, porque razão vem citado 4 vezes, isto depois de Jesus falar na tal cláusula exceptiva, "o que casar com a repudiada comete adultério"?

Podem dizer que Jesus aqui está a falar de repudiadas (os) que cometeram prostituição, logo o lado inocente que repudiou está livre para casar, mas o lado culpado não e quem casar com o lado culpado comete adultério.

Mas, Jesus disse claramente que qualquer que repudie a sua mulher a expõe ao adultério, portanto está subentendido que ele pode repudiar a sua mulher sem ela ser adúltera, porque senão ele não teria dito "a expõe ao adultério se ela já fosse adúltera e por isso o marido a repudiou?

Podem insistir, mas ele deixou uma cláusula exceptiva ou não?

Bem, temos que compreender o que Jesus que dizer em Mateus, vamos ver daqui a pouco, mas em Marcos falando a sós com os discípulos, Jesus não faz a declaração "a não ser por causa da prostituição" e em Lucas 16:18.

Será então que a tal cláusula exceptiva não está simplesmente ligada ao direito do marido separar-se da sua mulher no caso dela cometer prostituição. Neste caso, ele ao repudiá-la já nã está a expô-la ao adultério, pois ela já é uma adúltera.

Desta forma, a cláusula exceptiva, se é que existe uma, dá o direito do marido separar-se, mas não de divorciar-se para poder casar de novo. Ele terá que ficar sozinho como Paulo afirma em I Corintios 7:10-11

Muitos daqueles que defendem o ponto vista histórico tradicional e que de certo modo seguem Erasmo, concordam no entanto que a cláusula exceptiva formada a partir de Mateus 19:9 entra muito em contradição com o próprio contexto e com outros textos dos Evangelhos, das Epístolas e do Antigo Testamento.

Muitos tentam desculpar tal contradição, dizendo que em Mateus 19, Jesus está a falar com o judeus e em Marcos ele está a falar com os gentios enfraquecendo deste modo a exegése das Escrituras, abandonando os métodos correctos da exegética do texto, seja gramática, léxico, teológico, contextual e histórico-cultural.

O Ponto de vista Erasmiano também entra em contradição com textos do Novo Testamento que afirmam que somente a morte pode dissolver o casamento, como é o caso de Romanos 7:1-3 que Paulo utiliza para mostrar que assim como somente a morte de Cristo liberta-nos da escravidão da lei, somente a morte do cônjuge liberta o marido ou mulher do laço matrimonial.

I Corintios 7:39 

Revela a verdade afirmada em Romanos 7:1-3.

E I Corintios 7:10-13 

Revela que quem se separar que fique sem casar, ou então que se reconcilie com a mulher.

Efésios 5:25-33 

É uma repetição que o matrimónio é santo e que nunca pode ser dissolvido, por qualquer razão que seja, a não ser a morte.

Nota Final importante já realçada no princípio:

É claro que eu sei que este assunto é
Muito delicado e os Teólogos têm diferentes posições sobre o assunto.

E, por isso, embora eu tenha deixado os meus pontos de vista sobre o assunto respeito aqueles que em algumas áreas não concordam comigo.

Como por exemplo aqueles que acham que há casos em que as pessoas divorciadas têm todo o direito diante de Deus de casar outra vez.

FINAL